quarta-feira, 15 de junho de 2011

Perturbação na atenção, no controlo motor e na percepção (DAMP)

Perturbação na atenção, no controlo motor e na percepção (DAMP)


Pode conduzir a sérios problemas escolares



Trata-se, de um ponto de vista formal, de um conjunto de sintomas e sinais com causas diferentes e pode ter diversas causas. O DAMP é a associação de uma Perturbação da Atenção, a problemas no controlo motor e a problemas da percepção visual.

Para uma adequada formulação do diagnóstico de DAMP, torna-se necessário o envolvimento de uma equipa multi-disciplinar, que integre, no mínimo, um pediatra desenvolvimentalista, um psicólogo e um terapeuta da fala.

Primeiro critério – Défice de Atenção

O primeiro critério de diagnóstico de DAMP está relacionado com o Défice de Atenção (ou desatenção ou falta de atenção), expressa comportamentos como: não prestar atenção aos detalhes, cometer erros na escola ou em outras actividades por desatenção ou descuido; dificuldades em manter a atenção durante as tarefas ou jogos; parecem não ouvir o que se lhes diz, mesmo quando estamos a falar directamente com eles; não seguirem instruções e não terminarem os trabalhos escolares ou as tarefas caseiras.

Podem também revelar grandes dificuldades na organização de tarefas e de actividades; evitarem ou não gostarem de tarefas que requeiram concentração (como trabalhos escolares, em casa ou na escola); perderem objectos importantes ou imprescindíveis a um adequado desempenho em tarefas ou em jogos; frequentemente distraírem-se com estímulos desinteressantes (ex: uma mosca que passa).

Segundo critério - Perturbação do controlo motor

O segundo critério diagnóstico está relacionado com uma perturbação no controlo motor. Esta disfunção, corresponde a uma alteração quantitativa (atraso significativo na aquisição das competências motoras) ou qualitativa (desajeitamento ou falta de destreza na execução de movimentos) dos desempenhos motores.

Estas manifestações variam consoante a idade da criança. Por exemplo, antes dos 24 meses de idade, pode em vez de se sentar pelos seis ou sete meses, só adquirir essa capacidade aos nove ou dez meses; a aquisição da marcha (andar autonomamente) deverá surgir entre os onze e os quinze meses, mas as crianças com DAMP podem só começar a andar por volta dos dezoito meses.

À medida que a criança cresce é importante que os pais se mantenham atentos, a outras manifestações, por vezes mais subtis, como sejam a maneira desajeitada como a criança dá um pontapé na bola ou dá um nó aos atacadores dos sapatos.

Terceiro critério - Dificuldades perceptivas

O terceiro critério diagnóstico está relacionado com uma perturbação da percepção (sobretudo visual). Para a formulação deste diagnóstico, torna-se necessário administrar testes específicos.

Notam-se problemas nos desempenhos cognitivos não-verbais. As crianças com perturbações da percepção visual têm sérias dificuldades na execução de tarefas que exijam competências visuo-espaciais, como reproduzir padrões com cubos de madeira, realizar puzzles ou reproduzir construções a partir de modelos (desenhos ou fotografias, por exemplo).

Poderão ser notadas, também, perturbações na percepção auditiva e táctil, embora os problemas perceptivos visuais sejam os mais relevantes. Por vezes, torna-se difícil saber se determinada incapacidade está relacionada com disfunções na coordenação motora, na percepção visual, ou com ambas.

Quarto critério - Problemas de Linguagem

Muitas vezes, existem também problemas linguísticos (sobretudo da articulação mas também podem surgir no volume da voz). Nos casos graves de DAMP, há disfunções em quatro áreas: Atenção; Motricidade (grosseira; fina); Percepção Visual; Linguagem. Nos casos ligeiros ou moderados, só algumas destas cinco áreas estão atingidas.

Após o diagnóstico, é importante que a criança/jovem tenha um seguimento psicopedagógico, de forma a ultrapassar as suas maiores dificuldades. Os estudos demonstram que, com a intervenção adequada, as melhorias são evidentes.

Sapo Família-Guia dos pais


A Discalculia

A Discalculia

A Discalculia

Algumas crianças possuem enormes dificuldades no cálculo numérico



A matemática pode ser um entrave ao sucesso escolar. Muitas crianças não compreendem os problemas , ldemoram muito tempo a tentar perceber se é suposto somar, diminuir ou multiplicar, ou seja, não conseguem perceber o tipo de operação matemática que é pedida.

Alguns, em particular, não entendem os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só se conseguirem utilizar os dedos e mesmo assim nem sempre conseguem. As dificuldades podem ser realmente da criança e trata-se de um distúrbio e não de preguiça, como pensam muitos pais e professores menos informados.

Como se manifesta ?

A discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que provoca o surgimento de dificuldades ao nível da matemática. Este transtorno não é causado por nenhuma deficiência mental, déficits visuais, auditivos ou por má escolarização.

A discalculia pode ser classificada em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:

  • Discalculia Verbal - dificuldades em nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
  • Discalculia Practognóstica - dificuldades para enumerar, comparar e manipular objectos reais ou em imagens.
  • Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
  • Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
  • Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
  • Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.

O que é que o professor pode fazer ?

Depois de ter sido efectuada a sinalização e consequente avaliação psicológica, o aluno deverá usufruir de um apoio psicopedagógico individualizado (está previsto na lei – decreto 3/2008).

Para além disso há que evitar acentuar as dificuldades do aluno perante a turma, mostrar impaciência pelas dificuldades que o aluno expressa ou estar permanentemente a corrigi-lo (ao invés é preferível deixá-lo raciocionar e chegar lá por si próprio).

Ajuda do psicólogo

Um psicólogo para além de ser fundamental na detecção das dificuldades do aluno, pode ajudar a elevar a sua auto-estima, valorizando as suas actividades e progressos. Os jogos irão auxiliar na seriação, classificação, habilidades psicomotoras, habilidades espaciais, contagem.

Os estudos têm mostrado que o uso do computador é bastante útil, por se tratar de um objecto de interesse da criança.

Texto da autoria de Drª Teresa Paula Marques Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil e do Adolescente

A Disgrafia

A Disgrafia

A Disgrafia

Os testes são quase ilegíveis o que pode levar ao insucesso escolar



A disgrafia corresponde ao que muitas pessoas consideram “ter uma letra feia”. Isso acontece devido à criança ter dificuldades em recordar a grafia da letra. A escrita faz-se com um ritmo muito lento, porque há a tentativa de se tentar recordar de como se desenham as letras.

Neste movimento acaba por uni-las inadequadamente tornando-as ilegíveis. Assim, importa acentuar que a disgrafia não está associada a nenhum défice cognitivo. Algumas crianças com disgrafia possuem também disortografia, o que as leva a amontoar letras para esconder os erros ortográficos, mas nem todos os disgráficos são disortograficos.

Tipos de Disgrafia

Podemos encontrar dois tipos de disgrafia, motora ou perceptiva. Na disgrafia motora (também chamada discaligrafia, a criança não apresenta quaisquer problemas de linguagem e de leitura, mas sim na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números.

Os seus problemas situam-se ao nível da precisão nos movimentos necessários para escrever. Por seu turno, na disgrafia perceptiva, a criança não consegue estabelecer uma relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Este subtipo de disgrafia possui as características da dislexia, a diferença reside no facto de a dislexia estar associada à leitura e a disgrafia à escrita.

A avaliação é feita com recurso a testes psicológicos. No que respeita à intervenção, esta requer habitualmente um seguimento individualizado complementar ao apoio que possa ser prestado em meio escolar , que deverá ser feita por um psicólogo e/ou professor de educação especial.

Características da Disgrafia

O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas das que passamos a descrever :

- Lentidão na escrita.

- Letra ilegível.

- Escrita desorganizada.

- Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves.

- Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.

- Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha.

- Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).

- Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida.

- O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.

- Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

O que há a fazer ?

Os disgráficos, são alunos com Necessidades Educativas Especiais e deverão ser referenciados e mantidos ao abrigo do Decreto-Lei n.º 3/2008 no item “Alterações funcionais e estruturais de carácter permanente, domínio da comunicação/linguagem/fala “.

Poderá ser necessário elaborar um Programa Educativo Individual (PEI) do aluno, por forma a ajudá-lo a progredir na aprendizagem. As medidas educativas especiais incluem o apoio pedagógico individualizado e, muitas vezes, adequações no processo de avaliação (por exemplo, dar mais peso à expressão oral em detrimento da escrita).

Os pais e os professores devem evitar repreender a criança pelos seus fracassos, porque ela não tem culpa deste handicap. Ao invés há que a estimular no sentido de procurar maneiras para ultrapassar as dificuldades, reforçando-o positivamente (através do elogio) a cada sucesso.

Texto da autoria de Drª Teresa Paula Marques
Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil e do Adolescente

Dislexia

Dislexia

Dislexia

No labirinto das palavras



As crianças disléxicas sentem-se perdidas no mundo das letras, das palavras e das frases.

Na sua cabeça, só as imagens fazem sentido. Um método que chegou a Portugal vem abrir um caminho para o domínio da leitura e da escrita.

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, o universo mental de uma criança disléxica é infinitamente mais rico do que o de qualquer outra.

Mas isso conta pouco quando chega a hora de aprender a ler e a escrever. Pelo contrário, essa riqueza visual faz com que seja para ela muito mais difícil dominar todas as matérias escolares que exijam decifrar símbolos.

Pôr letras em vez de sons, ter palavras em vez das coisas que representam, seguir uma sequência frásica com princípio, meio e fim e com o seu ritmo próprio são tudo missões difíceis para alguém que não pensa através da linguagem.

Ana Vasconcelos, pedopsiquiatra com vasta experiência no acompanhamento de crianças disléxicas, descreve-as como tendo «um pensamento muito concreto e uma percepção visual que lhes faz chegar ao cérebro tudo a três dimensões.

A dislexia é definida como uma perturbação específica da aprendizagem da leitura e da escrita, presente em crianças com um índice de inteligência médio ou acima da média e em contexto familiar e escolar apropriado para uma aprendizagem sem dificuldades.

Calcula-se que cerca de 10 a 15% das crianças seja afectada por esta perturbação, mas nem todos os casos serão diagnosticados.

Os disléxicos sempre foram classificadas de pouco inteligentes, preguiçosos e maus alunos. Com a auto-estima em baixo, torna-se ainda mais difícil aprender e está criado o cenário para o insucesso escolar.

É preciso apoio específico para ajudar estas crianças e, muitas vezes, também acompanhamento psicológico, precisamente devido a todos os problemas que vêm associados à dislexia.

O Método Davis é uma nova abordagem ao problema. Na opinião de Ana Vasconcelos, é o método que vem de encontro à forma de pensar destas crianças, ao seu processamento cognitivo não verbal. Daí o seu sucesso. «Davis descobriu a receita!», considera.

«Olhar para uma palavra, um conjunto de letras, sem nada que o ligue ao real, e ir automaticamente buscar o conceito correspondente a esse símbolo parece fácil, mas é complicado para uma pessoa que pensa por imagens», explica Rita Alambre, especialista em Educação Especial e Reabilitação e directora-geral da Fundação Renascer.

Aí, acompanha crianças com perturbações do desenvolvimento e da aprendizagem, entre as quais a dislexia, através do Método Davis.

«A forma convencional de apoiar estas crianças é centrada na consciência fonológica, ou seja, no treino da associação entre sons e fonemas. O Método Davis é bastante mais abrangente e não pretende apenas que as crianças automatizem a leitura. É como uma caixa de ferramentas que lhes damos e que as ajuda a ultrapassar as suas dificuldades», explica Rita.

O Método Davis ensina-lhes a encontrar imagens para essas palavras, a encontrar assim o seu sentido. As crianças moldam em plasticina imagens que possam corresponder às palavras difíceis.

«Por exemplo, o conceito “para”: um miúdo desenhou um avião e uma cidade. Disse-lhe que não era suficiente e ele fez o percurso do avião até chegar à cidade, com uma seta. Depois moldou em plasticina a palavra “para”». Assim, pôde visualizar o conceito.

Texto de Ana Esteves

Revista Pais & Filhos

A importância da leitura nas crianças

A importância da leitura nas crianças

A importância da leitura nas crianças

A tarefa de aprender a ler é um dos maiores desafios e uma das tarefas fundamentais com que a criança se depara no início da sua escolaridade básica.



A leitura constitui um projecto que deve ser contemplado nas aprendizagens das crianças desde os primeiros anos de vida. A descoberta por parte da criança da funcionalidade da leitura é um factor determinante no seu processo de aprendizagem. É fundamental que a criança compreenda qual o sentido dessa mesma aprendizagem, o que só acontece quando a leitura e a escrita são realmente utilizadas para comunicar. As práticas culturais a que a criança tem acesso influenciam o seu interesse e o sentido que dá à linguagem escrita. Ela constrói um projecto pessoal como leitora e é fulcral termos presente que este projecto difere de criança para criança, consoante as suas vivências e realidades.

Para algumas, ler e escrever é uma tarefa que serve para se inserirem na sociedade ou para se identificarem com os adultos, completamente dissociada de prazer. Para outras, é uma ponte para se inserirem na escola e corresponderem às expectativas dos pais e professores. Mas porque não focarmo-nos naquelas para as quais ler e escrever serve para comunicar, para informar e para se divertirem (Fernandes, J. O., 2003)? Estas sim constroem um projecto significativo e altamente potencializador de desenvolvimento, repleto de motivações internas em detrimento da motivação externa. A forma como as crianças vão desenvolver os sentidos e as razões para aprenderem a ler depende muito das suas práticas familiares e das experiências educativas que vivenciam (Fernandes, J. O., 2003).

O desejo de aprender

O que é certo é que, quanto maior for o contacto das crianças com situações de escrita de qualidade, maior será o seu interesse e desejo de aprender. Desta forma, o papel dos adultos é fundamental!

Proporcione contextos familiares onde os membros são leitores e, assim, têm a oportunidade de interagir com suportes de escrita, de perceberem as suas funções e também perceberem para que serve ler e escrever, despertando-lhes o desejo de imitar esse modelo. É certo que os pais devem planear actividades que promovam a leitura, mas, acima de tudo, devem aproveitar todas as oportunidades que surgem no quotidiano para concretizar essa promoção, pois, geralmente, essas oportunidades surgem de necessidades reais das crianças.

Se as actividades de leitura surgirem interligadas a outras actividades que se vão desenvolvendo no dia-a-dia da criança, em vez de se apresentarem isoladas e descontextualizadas, os seus resultados serão mais eficazes e a apropriação das várias funções da linguagem escrita é assimilada com mais envolvência e uma maior participação por parte da criança.

Estas actividades podem ser colectivas, de pequeno grupo, a pares ou individuais, dependendo do tipo de actividade e do desejo das crianças. A interacção, presente nas duas primeiras hipóteses, permite que cada criança clarifique as suas ideias e que as confronte com o ponto de vista dos outros colegas. A participação da família, de outros adultos ou crianças nestas actividades devem ser promovidas, pois permitem a partilha e aquisição de novos saberes. No Gymboree, criamos oportunidades para que todas as crianças experimentem um ambiente rico em diversos tipos de suporte escrito, como os livros de histórias, jornais, revistas, entre outros, sempre através da sua manipulação e exploração. Proporcione experiências significativas e aproveite-as para que a criança comunique o que sabe, o que pensa e o que sente. Valorizar as suas descobertas, encorajar tentativas de leitura, apresentar-se como modelo, usando uma linguagem apropriada, envolver a família neste desafio são estratégias que devemos ter sempre presentes.

Transforme a sua casa num universo de leitores e descubra o mundo imaginário que os livros lhe podem proporcionar!

Texto: Ana Ribeiro David (Professora Gymboree)


Crianças Sobredotadas

Crianças sobredotadas

Crianças sobredotadas

Não ignore os sinais de alerta



Estima-se que 3 a 5% das crianças e adolescentes que frequentam as escolas nacionais são sobredotados. A maioria está por identificar. Muitos são apenas percebidos como hiperactivos, desinteressados ou como alunos incómodos, em conflito com o próprio ensino que não corresponde às suas expectativas. Em entrevista à Bebé Saúde, a Doutora Helena Serra, presidente da Assembleia-geral da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas (APCS), psico-pedagoga especializada em Educação Especial fala-lhe sobre o mundo destas crianças com uma inteligência especial.

Texto: Cláudia Pinto
Entrevista: Doutora Helena Serra, presidente da A.G. da APCS

Quando foi fundada a APCS e com que objectivos?
Esta associação foi criada em 1986 no Porto. O objectivo geral é assumir a defesa dos direitos e necessidades das crianças sobredotadas e das suas famílias.

Quantos associados tem a APCS?
É um número que oscila muito mas a média vai de 50 a 100 associados.

Como se define uma criança sobredotada?
É uma criança que reúne capacidades significativamente acima da média, em alguns domínios. Isto remete para um outro conceito que é o de inteligência e que tem sofrido uma evolução no tempo.

Uma das interpretações válidas é de Gardner que refere as inteligências múltiplas, considerando oito tipos de inteligências diferentes.

Uma criança destas pode revelar altíssimas capacidades em uma ou várias áreas, a que correspondem desempenhos de inteligência (linguística, lógico-matemática, espacial, quinestésico-corporal, musical, naturalista, interpessoal e intrapessoal).

Essa criança pode, no entanto, revelar um desempenho comum, ou mais baixo, por exemplo, no domínio psicomotor ou / e da socialização. A isto chama-se dissincronia (desnível interno).

Há alguma estatística que indique quantas crianças sobredotadas existem em Portugal?
Alguns estudos empíricos efectuados noutros países indicam que estas crianças se situam entre os 3 a 5%. Portanto, não existem estudos nacionais, mas estamos com empenho para os realizar através de uma amostra significativa.

Gostaria que me falasse de alguns mitos associados às crianças sobredotadas. Deve desmistificar-se o mito de que as crianças são génios?
Um dos mitos que persistem é pensar-se que, porque são consideradas crianças com capacidades acima da média, têm a vida facilitada, não precisam de professores nem de hábitos regulares. Este é um preconceito que deve ser destruído.

Estas crianças têm de ser correspondidas nessas competências e há sempre áreas que não acompanham este nível de eficiência fora do normal. Essas áreas devem ser trabalhadas e acompanhadas.

A família e a escola devem ter em atenção estes aspectos e incidir muito especialmente sobre a socialização. As crianças precisam de uma atenção especial, o que desfaz o mito.

Estes meninos têm de ser seguidos com atenção porque têm tanta curiosidade e motivação que, se não forem satisfeitos, passam a andar descontentes e desinteressados.

Como é que os pais se apercebem que estão perante uma criança sobredotada?
Há testes de identificação mas antes da preocupação de os aplicar formalmente, há muitos sinais. Por exemplo, ao nível linguístico, a criança pode ter desempenhos incomuns no domínio do vocabulário, da adjectivação e da estrutura da frase.

Há crianças que dão sinais muito cedo, ao nível da riqueza das frases. Outras crianças têm uma grande apetência pelos números, pelos símbolos (matrículas e marcas de automóveis, por exemplo), pelas letras, etc.

Há ainda outras crianças que descobrem mecanismos de leitura em idades absolutamente fora do comum. Há ainda quem revele competências no plano motor, no plano musical ou das expressões.

Esse modelo de inteligências múltiplas cria, de certo modo, um quadro de possibilidades de melhor compreensão destas crianças. Na prática, as crianças vão revelar-se num campo ou noutro.

Quando comparadas com crianças do seu grupo cultural e da mesma faixa etária, situam-se claramente acima da média.

Estas manifestações surgem a partir de que idade?
Estes sinais manifestam-se em crianças muito pequenas. Muitas vezes, os próprios pediatras apercebem-se que a postura, a atitude e a maneira de reagir da criança na consulta é diferente.

Há pais que são alertados pelos próprios pediatras para procurarem orientação para a educação dos filhos. Isto pode acontecer quando as crianças têm dois, três anos ou menos.

De que forma é que as capacidades das crianças sobredotadas podem ser estimuladas?
É aconselhável que o educador destas crianças tenha formação nesta matéria para haver um acompanhamento adequado. Por outro lado, estas crianças têm uma curiosidade muito invulgar. São criativas, altamente motivadas e uma inteligência major.

O professor e a escola devem tomar em conta estes aspectos para propor conteúdos e utilizar metodologias que as estimulem. Estas crianças devem ter estratégias diferenciadas para que se desenvolvam adequadamente.

Existe alguma legislação que possibilite a antecipação da entrada no 1.º ciclo às crianças que revelam ter capacidades acima da média?
O despacho n.º 50 / 2005, artigo 5º. A legislação prevê que a escola deve promover o desenvolvimento desta criança.

Deve promover a diferenciação pedagógica para que avance ao seu ritmo e para que seja estimulada nos domínios em que tem capacidades elevadas.

Nos outros domínios, deve ter actividades compensatórias que a enriqueçam.

É recomendável que as crianças sobredotadas sejam inseridas em turmas de bom nível mas no ensino regular.

As crianças sobredotadas desinteressam-se facilmente das actividades de outras crianças da mesma idade?
Não necessariamente. As brincadeiras dos meninos da sua idade podem ser demasiado infantis para acompanhar os seus gostos.

Há que fomentar certas actividades em grupo porque eles têm de se socializar pela afectividade e pelo jogo.

Não descansaremos enquanto não houver em cada agrupamento, uma dupla (pedagogia e psicologia) preparada para acompanhar os casos que vão surgindo.

Que tipo de ajuda é dado pela APCS aos pais de crianças sobredotadas?
Temos no Porto o programa “Sábados Diferentes” em parceria com a Escola Superior de Educação de Frassinetti. Esse programa já vai no 14º ano e tem sido frequentado por crianças que aqui têm actividades de enriquecimento.

Há programas equivalentes noutras cidades do país – Guarda e Póvoa de Varzim. Os pais também participam nestas actividades.

Porque é que existem crianças sobredotadas? Há alguma explicação científica ou ao nível dos genes que justifiquem essa situação?
É um fenómeno genotípico. O ambiente, ou é facilitador e lhe proporciona condições de desenvolvimento salutar ou, por outro lado, aquela capacidade maior pode não se desenvolver e o indivíduo pode transformar-se num fardo para a sociedade e passar a depender de medicamentos para andar equilibrado.

Não acompanhar de perto estes casos é um grande desinvestimento social e é um risco que se corre. Quando as escolas não olham a sério para este tema, no plano da educação, estão a desinvestir na sociedade e a criar marginalidade e/ou dependência medicamentosa.

Que atitudes se devem evitar? Ou seja, o que é que os pais não devem fazer? (por exemplo, proteger demasiado).
As crianças sobredotadas devem ter regras como as outras crianças. Devem ser alimentadas na sua curiosidade mas orientadas para algo que lhes interesse de facto e que valha a pena ser acompanhado.

Devem ter sempre em consideração actividades em grupo. As actividades de grupo têm a finalidade de colocar as crianças sobredotadas em relação sócio-afectiva com outras crianças. Serão espaços para ouvir e ser ouvido, o que fomenta o desenvolvimento pessoal e social.

Gostaríamos que estes cuidados estivessem a ser observados em todos os agrupamentos deste país. Os professores que trabalhem neste campo têm de ter formação especializada.

Pode dizer-se que estas crianças serão adultos mais bem sucedidos a nível profissional?
Não tenho dúvida, desde que a parte de envolvimento social seja bem estruturada na fase de crescimento. Conheço alguns casos que já passaram neste programa que estão muito bem estruturados na vida, muitos deles doutorados e com bons exemplos profissionais.

Estas crianças vivem todas as fases da vida um pouco mais cedo do que as outras?
Sim. Há mesmo um processo um pouco mais acelerado. A lei portuguesa permite que a criança só entre um ano mais cedo para a escolaridade e, em cada ciclo, possa avançar um ano.

Não temos casos em Portugal como nos EUA em que crianças com doze anos entram para a faculdade. Temos de analisar os contextos culturais em que as crianças se inserem.


Contactos da APCS
Rua Gil Vicente, 138-140
4000-255 Porto
Telf. 225 573 420/5
Fax. 225 508 485
Site. www.apcs.co.pt

O que devem os pais fazer e evitar?

PAIS
devem

PAIS
não devem

Responder e fazer perguntas com paciência e bom humor

Tratar uma criança sobredotada como um adulto só porque possui capacidades extraordinárias

Procurar informação para responder a perguntas que desconheçam

Ignorá-la ou culpabilizá-la por questionar e querer aprender tudo (embora, por vezes, se torne cansativo)

Conversar com o filho, discutir acontecimentos e situações pelas quais ele se interesse

Enganá-la pois o seu juízo moral perceberá facilmente que lhe estão a mentir e é muito difícil recuperar a sua confiança

Elogiar e encorajar os seus pontos fortes

Deixar a criança desrespeitar regras, não acolher rotinas

Ajudar a aceitar e a reconhecer as suas limitações

Exigir dela mais do que pode dar

Proporcionar um melhor desenvolvimento das suas capacidades (maximizando as áreas fortes e estimulando as mais fracas)

Exibir a criança e os seus dotes

Dar-lhe espaço para o seu trabalho e passatempos

Manter-se demasiado ocupados, de forma a estar pouco disponíveis para o filho

Alertar a escola para a situação; colaborar com ela, fornecendo “dicas” para o Plano de Desenvolvimento

Preencher demasiado o tempo da criança com actividades, de modo a que a criança fique sobre-ocupada

Reunir informação sobre respostas existentes (legislação, programas de enriquecimento, etc.)

Ficar demasiado ansiosos face às exigências próprias desta realidade

Esclarecer-se sobre o tema fazendo formação

Criar expectativas exageradas, nem subvalorizar a situação

O que devem os professores fazer e evitar?

Professores
devem

Professores
não devem

Estar atentos e observar a criança nos diferentes domínios e momentos da sua vida diária

Propor tarefas rotineiras e/ou não desafiantes

Confrontar as suas observações com informações fornecidas pelos pais

Ignorá-la ou culpabilizá-la por questionar e querer aprender tudo

Recorrer a técnicos especializados na área em que a criança mostra mais aptidões para desenvolver melhor as suas capacidades (maiores e menores)

Sentir-se ”ameaçados” pelo seu nível de conhecimentos e tipo de questionamentos

Fazer formação para adequar as metodologias às necessidades do aluno

Tirar conclusões unicamente a partir de um determinado tipo de dados

Promover constantemente a sua integração social

Utilizar metodologias pouco diversificadas

Manter o contacto frequente com os pais do aluno

Criar expectativas exageradas, nem subvalorizar a situação

Praticar a diferenciação positiva

Exibir a criança e os seus dotes

Promover um clima de confiança entre professor e aluno

Ignorá-la ou culpabilizá-la por questionar e querer aprender tudo mais rapidamente (embora, por vezes, se torne cansativo)

Suscitar a curiosidade do aluno e estimular a criatividade e fantasia

Impedir que, nas aulas, o aluno coloque questões pertinentes e exponha o seu ponto de vista

DESTAQUES

Quando comparadas com crianças do seu grupo cultural e da mesma faixa etária, situam-se claramente acima da média

Há pais que são alertados pelos próprios pediatras para procurarem orientação para a educação dos filhos

Não acompanhar de perto estes casos é um grande desinvestimento social e é um risco que se corre

Os pais não devem exibir as crianças e as suas capacidades

É fundamental que os pais proporcionem um melhor desenvolvimento das suas capacidades (maximizando as áreas fortes e estimulando as mais fracas)

Sapo Familia-Guia dos pais


Crianças Curiosas

Crianças curiosas
Crianças curiosas

Porque destroem tudo?



Através dos brinquedos, a criança tem a possibilidade de exprimir o seu mundo interior, as suas emoções, explorar e adaptar-se ao mundo exterior. Muitas vezes, só compreendemos o seu mundo ao observar as suas brincadeiras e, da mesma forma, conseguimos detectar eventuais perturbações.

Texto: Dra. Catarina Leal, Psicóloga Educacional

Há crianças que apresentam comportamentos disfuncionais, dos quais desconhecemos as causas. Como tal, muitas vezes, apenas conseguimos entender o que as perturba através das suas brincadeiras e do uso que dão aos brinquedos.

Quando existe um conflito interior, a criança vai descarregar a sua fúria nos brinquedos, acabando por os estragar. É, por isso, fundamental que os pais se mantenham atentos ao modo como os seus filhos brincam e utilizam os brinquedos.

Muitas crianças apresentam alguma falta de cuidado, brincando abruptamente. As crianças mais novas estragam alguns brinquedos devido à dificuldade que têm em os manusear, o que acontece, por vezes, quando os brinquedos não são adequados à sua idade ou quando a destreza manual ainda não está bem desenvolvida.

Outras estragam-nos devido à sua curiosidade, querem descobrir como são feitos, o que está no seu interior. Resultado? Tentam desmontá-los, acabando por os estragar. Ambos os comportamentos são extremamente naturais e compreensíveis e por isso, a criança não deverá ser repreendida.

Estragos intencionais ou ocasionais?
O menino pode brincar ao "faz de conta" fingindo que é mecânico, desmontando o carrinho para “arranjar a avaria do motor” ou tirando as rodas para “trocar o pneu”. Do mesmo modo, a menina poderá fingir que é cabeleireira, cortando o cabelo à boneca.

É dever dos pais chamar a atenção do seu filho para que não estrague os brinquedos. No entanto, terão que perceber que é através destas brincadeiras que ele irá explorar o mundo à sua volta, exprimir os seus sentimentos e aplicar os conhecimentos que adquiriu ao observar a realidade.

Mas se o descuido, a dificuldade de manuseamento e a curiosidade não são sinais de alerta e de preocupação, a atitude de estragar um brinquedo propositadamente já será motivo de observação.

O facto da criança destruir constantemente os seus brinquedos é indicador que algo não está bem e que poderá ter ocorrido algum acontecimento desagradável ou traumático, explicando a razão de tal comportamento.

A destruição de brinquedos pode estar associada à existência de problemas de foro emocional causados por factores internos ou externos à criança.

Há que tentar entender as causas que levam as crianças a manifestarem tais comportamentos ou atitudes. Esta não é uma tarefa fácil para os pais, tendo muitas vezes que se recorrer à ajuda de um psicólogo.

Diversidade de causas
A criança, quando manifesta comportamentos agressivos ao brincar ou quando destrói propositadamente os seus brinquedos, poderá fazê-lo devido a diversos factores ou causas, como, por exemplo:

- Necessidade de se sentir amada, que lhe deem carinho e atenção, algo que ela não sente por parte dos outros ou alguém em especial, como, por exemplo, a mãe.
- Sentir ciúmes de um irmão que nasceu recentemente, sobre o qual recaem todas as atenções ou de um irmão que é mais valorizado ou elogiado do que ela.
- Dificuldades em se relacionar e em criar amizades ou sentir-se rejeitada por parte dos colegas, quando é excluída de diversas actividades e brincadeiras.
- Sentir incompreensão. Problemas escolares, como dificuldades de aprendizagem.

É importante frisar que a criança afectada por um acontecimento traumático tenderá a utilizar os brinquedos para amenizar a sua dor. Se, por exemplo, a criança for vítima de violência, ela irá bater nos seus bonecos. Este será, a seu ver, um método ou uma estratégia de se vingar daqueles que lhe fazem mal. Como não os poderá atingir directamente, uma vez que os agressores são mais fortes, transfere a sua fúria para os bonecos.

Em conclusão…
Regra geral, ao vivenciar cada uma das situações referidas, a criança passa a apresentar um comportamento nervoso, tenso, demonstrando ser bastante ansiosa. Contudo, pode aparentar ser muito tranquila aos olhos de todos, tanto na escola como em casa, sem que ninguém se aperceba de que algo não está bem.

É necessário que os educadores estejam atentos às brincadeiras da criança e, em casa, os pais deverão dispensar um pouco do seu tempo, não só para observar a criança, como também, juntar-se a ela nas suas brincadeiras. Só assim conseguirão perceber o que se passa e ajudá-la, se necessário.

DESTAQUES

Muitas vezes, só compreendemos o mundo da criança e conseguimos detectar eventuais perturbações ao observar as suas brincadeiras

O facto da criança destruir constantemente os seus brinquedos é indicador que algo não está bem e que poderá ter ocorrido algum acontecimento desagradável ou traumático

A destruição de brinquedos pode estar associada à existência de problemas de foro emocional causados por factores internos ou externos à criança

Os educadores devem estar atentos às brincadeiras da criança e, em casa, recomenda-se que os pais dispensem um pouco do seu tempo, não só para observar a criança, como também, para participar nas suas brincadeiras

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Sapo Familia-Guia dos pais.

O Desenvolvimento infantil

O desenvolvimento infantil

O desenvolvimento infantil

Desde o desenvolvimento sensorial dos bebés, passando pela etapa do “faz de conta”, até às primeiras competências auditivas e linguísticas.



Uma das maiores preocupações dos pais é que os seus filhos cresçam saudáveis e tenham um desenvolvimento adequado. Todavia, muito embora a maioria dos pais tente o melhor para os seus filhos, às vezes, não é possível consegui-lo porque os seus conhecimentos dentro da área não lhes permitem obter os resultados pretendidos. Conhecer desde a mais tenra idade as necessidades do bebé e poder estimulá-lo de acordo com a sua idade e desenvolvimento é crucial para que a criança venha, no futuro, a ser um adulto física e emocionalmente saudável.

Programas de aprendizagem


O programa de aprendizagem Gymboree é já um sucesso em Portugal. Desenvolvido há cerca de trinta anos e adaptado à realidade das famílias portuguesas, permite envolver os pais e cuidadores de forma a aprenderem novas formas de incentivar as crianças a:
- A ganharem auto-estima
- A resolverem os seus problemas
- A pensarem de forma criativa
- A serem autodidactas Para isso, este programa oferece aos pais as ferramentas necessárias para que eles – pais – sejam os melhores professores dos seus filhos.

Os 7 níveis


Tal como qualquer outro programa de ensino, ele está estruturado por níveis. Neste caso, o programa inicia-se com o bebé recém-nascido e termina no nível sete que corresponde à etapa dos 3 aos 5 anos. Contudo, qualquer criança pode iniciar o programa num outro nível (adequado à sua idade e desenvolvimento) mesmo que o não tenha iniciado no nível 1 ou 2.

Etapa a etapa. Níveis 1 e 2

Conhecer o mundo e sentir-se seguro é fundamental para o bebé que acabou de sofrer o trauma do nascimento e entrou no mundo real. Nesta fase, o mais importante é o estabelecimento do vínculo mãe-filho para que o bebé se sinta seguro e parta para a sua aventura de descobrir o mundo. Este programa (Nível 1 dos 0 a 6 meses) permite aos pais os conhecimentos para não só fortalecerem os seus laços emocionais (tríade mamã-papá-bebé) como também obterem experiência para proporcionarem, por exemplo, uma massagem adequada à sua estimulação e desenvolvimento. No nível 2 (dos 6 aos 10 meses), as crianças estão aptas para aprenderem que as suas acções têm uma repercussão no meio.
Esta compreensão da noção – causa/efeito – é fundamental para conhecerem e compreenderem o mundo. A estimulação da criança é feita através de gestos e sons. Neste nível a mãe tem oportunidade de através de um programa baseado em exercícios de yoga (Mommy and baby fitness) fortalecerem os seus abdominais, praticando exercícios com o bebé. Para fortalecer o vínculo mamã-bebé, a mãe terá ainda oportunidade de aprender canções de embalar que ajudarão também ao desenvolvimento emocional do bebé.

Níveis 3 e 4

Entre os 10 e os 16 meses (Nível 3) as crianças têm necessidade de comunicar e necessitam que as entendam. Para isso os pais têm de aprender a efectuar uma comunicação bilateral eficaz. Quando os adultos respondem adequadamente às tentativas de comunicação da criança, estão a ajudá-la nesta nova etapa. Para isso os pais terão de conhecer os jogos e os métodos mais adequados para que a criança sinta que a entendem e que lhe dão a atenção que merece. A partir dos 16 meses e até aos 22 meses, as crianças entram no nível 4 do programa. As etapas principais a ultrapassar são a coordenação motora e a linguagem.

Níveis 5 e 6

Aos 22 meses e até aos 28 meses é importante alimentar o pensamento simbólico da criança. A criança inicia a idade do “Faz de Conta” e é necessário que aprenda a imaginar-se como um personagem. Pode ser a mamã do seu boneco chorão ou o papá que ralha ao boneco porque não comeu a papa toda. Neste nível, os pais continuam a aprender a melhor forma de ajudar a criança no seu crescimento emocional e intelectual. Dos 28 aos 36 meses – nível 6 - as crianças entram na etapa do pensamento abstracto. Começam a inventar histórias com sentido lógico. É necessário que os pais conheçam as suas etapas para que as possam apoiar.


Nível 7


Neste nível que compreende as crianças dos 3 aos 5 anos, os pais vão aprender a melhor forma de responder aos muitos porquês das criança e a adequar as suas respostas ao seu nível de compreensão. As crianças podem ainda frequentar as aulas de arte, orientadas no sentido de combinar a arte com o processo imaginativo. Nestas aulas é também promovida a confiança e a auto-estima. Nas aulas de trabalhos manuais a presença dos pais é opcional.

Tempo para tudo


Este programa tem a vantagem de ser ministrado também durante o período pós-laboral dos pais e aos fins-de-semana, permitindo aos pais a sua frequência sem problemas.

Sapo Família-Guia dos pais.

Ressonância magnética pode revelar preferência musical - Ciência - Notícia - VEJA.com


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Treinamento Cerebral para superar drogas

Treinando o cérebro para superar as drogasO número de usuários de drogas no Brasil e no mundo é alarmante. E o pior é que o abuso de drogas pode trazer consequências dramáticas para o cérebro do viciado e ainda afetar a vida dele e de todos que o cercam.

O método tradicional de se prevenir o uso de drogas é normalmente a educação. Programas de conscientização funcionam com pessoas que conseguem vislumbrar as consequências do uso das drogas no longo prazo. Mas existem pessoas, geralmente as que são mais vulneráveis aos vícios, que não conseguem se beneficiar desses programas. Essas pessoas tendem a desvalorizar as gratificações e as punições que vão ocorrer no futuro, um comportamento conhecido como desvalorização pelo atraso. Isso as leva a optarem pela gratificação imediata, como as oferecidas pelas drogas, e ignorarem as consequências futuras, mesmo sabendo que são negativas.

Então seria possível treinar o cérebro dessas pessoas para que elas diminuíssem essa desvalorização pelo atraso? E será que isso as ajudaria a evitar as drogas e outros vícios?

A desvalorização pelo atraso é uma função cognitiva que envolve a região do córtex frontal, a região logo atrás da testa. Ela se apóia na memória de trabalho, o tipo de memória que permite ao cérebro manter ativas as representações de informações que acabaram de sair de sua frente, como um número de telefone ou a forma do objeto que você procura. Graças a ela, você tem continuidade ao lidar com o mundo e resolver problemas, sem esquecer o que estava fazendo segundos atrás.

Num artigo publicado na revista Biological Psychiatry que estudou este processo, os pesquisadores utilizaram uma abordagem emprestada da reabilitação de indivíduos que sofreram de derrame ou traumatismo craniano. Eles fizeram com que viciados em drogas desenvolvessem repetitivamente uma tarefa de memória de trabalho, exercitando seus cérebros de forma a promover um melhor desempenho desse tipo de memória.

Eles descobriram que esse tipo de treinamento melhorou a memória de trabalho e também diminuiu a desvalorização pelo atraso nesses indivíduos. Em outras palavras, o treinamento da memória de trabalho reduziu a desvalorização das gratificações e punições no longo prazo dos viciados.

Segundo especialistas, as punições legais e danos à saúde associados ao consumo de drogas podem ser insignificantes para o viciado no momento em que eles têm que decidir se vão ou não consumir a droga, pois suas mentes estão repletas da imaginação do prazer imediato.

Apesar do estudo ainda precisar ser replicado e estendido, os pesquisadores esperam que esses resultados ofereçam um novo caminho para a prevenção de vícios e resultem em novas ferramentas, baseadas no treinamento cognitivo, para o tratamento dos viciados em drogas.

Cérebro Melhor