sábado, 31 de dezembro de 2011

"FELIZ 2012"



Desejo a todos os meus amigos e familiares um 2012 repleto de bençãos!
Que Jesus vos ilumine em busca do bem comum, do amor partilhado!
Vivam a vida com intensidade de emoções e com responsabilidades!
Hoje é o último dia de 2011 e agradeço a Deus por todas as oportunidades que me deu ao longo desse ano, por todas as possibilidades que me tem dado para me transformar numa pessoa melhor, mas ainda falta muito no meu longo caminho em busca da sabedoria! Agradeço também por ter me dado a benção de ter uma família, da nossa saúde e que o ano de 2012 nos traga o discernimento, a paciência, a resiliência e a perseverança para continuar aceitando o que vai além do nosso entendimento e de mudar o que está ao nosso alcance.

Vamos brindar o ano que se aproxima com paz de espírito e um olhar para a diversidade!

Os meu sinceros votos de FELIZ 2012!!!!!!!,

Vitória Feitosa

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Recados de Feliz Natal para Orkut

Um excelente 2012 a todos que fazem parte do meu Blog e a todos que o visitam.

Vitória Feitosa

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Parabéns a todos os Fonoaudiólogos do Brasil pelo dia 09/12. Façam a Fonoaudiologia acontecer no seu dia a dia!

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Aprenda com seus erros para aprender melhor

Aprenda com seus erros para aprender melhorUma vez o famoso físico Niels Bohr definiu um especialista como sendo “uma pessoa que cometeu todos os erros que podem ser cometidos numa área muito pequena do conhecimento”. Essa frase resume uma lição básica do processo de aprendizagem que nos ensina que as pessoas aprendem a fazer o certo errando repetidas vezes.
A ciência tem demonstrado que a forma com a qual a pessoa reage aos seus erros, bem como o tipo de elogio que ela recebe após seu sucesso, afetam o seu processo de aprendizagem.
Uma pesquisa recém publicada nos EUA procura responder uma pergunta muito simples: Por que algumas pessoas são muito mais efetivas em aprender com seus erros? Afinal de contas, todo mundo comete falhas, mas o mais importante é o que vem em seguida. Ignoramos a falha, deixando-a de lado em nome da nossa auto-confiança? Ou investigamos o erro, procurando aprender com a situação?
Utilizando equipamentos de eletro-encefalografia (EEG), os pesquisadores conseguiram medir dois tipos distintos de sinais emitidos pelo cérebro em reação a um erro. A primeira reação é chamada de negatividade relacionada ao erro, uma reação inevitável quando se comete uma falha. A segunda reação, conhecida como positividade ao erro, ocorre logo após a primeira e está associada à atentividade, quando prestamos atenção ao erro e tentamos aprender com ele.
Os pesquisadores buscaram entender como as crenças sobre aprendizagem podem influenciar esses sinais quase involuntários do cérebro. Para isso, eles utilizaram um conceito proposto por uma famosa psicóloga, Carol Dweck, em que as pessoas podem ser divididas entre as que possuem uma mentalidade fixa – aquelas que acreditam que têm uma certa quantidade de inteligência e não se pode fazer muito para mudá-la – e  as que possuem uma mentalidade de crescimento – as que acreditam que se pode melhorar em quase tudo, desde que se invista o tempo e energia necessários.
Essa pesquisa confirmou que as pessoas que possuíam uma mentalidade de crescimento eram significativamente melhores em aprender com seus erros. E o interessante é que os dados de EEG mostraram que essas pessoas produziam um sinal de positividade ao erro muito maior (em quase três vezes), indicando atenção ampliada aos seus erros. Como esses indivíduos pensavam mais sobre em que erraram, eles aprendiam a acertar.
A pesquisa original de Dweck, publicada há mais de uma década, se mostrou revolucionária e trouxe importantes implicações práticas para a educação. Dentre os diversos estudos realizados por sua equipe, o que ficou mais famoso foi aquele em que os pesquisadores aplicavam um teste a uma criança e, ao final, apresentavam a nota junto com uma única frase de elogio à criança. Metade das crianças foi elogiada por sua inteligência: “Você deve ser muito inteligente nisso”. A outra metade foi elogiada por seu esforço: “Você deve ter se esforçado bastante”. As crianças depois eram solicitadas a escolher entre dois testes. A primeira opção era descrita como mais difícil, mas que aprenderiam mais ao tentar fazê-lo. A outra era um teste fácil, similar ao que acabaram de fazer.
Quando a pesquisadora estava planejando a experiência, ela esperava que os diferentes elogios tivessem um efeito apenas modesto, mas logo ficou claro que eles afetavam dramaticamente a escolha dos testes subsequentes. Das crianças elogiadas pelo seu esforço, quase 90% escolheu o teste mais difícil. Entretanto, das crianças elogiadas pela sua inteligência, a maioria optou pelo mais fácil. O que explica essa diferença? De acordo com Dweck, elogiando as crianças por sua inteligência as estimulamos a “parecer” inteligente, o que significa que elas não devem arriscar cometer um erro.
Outros cinco estudos foram realizados e comprovaram que as crianças elogiadas pelo seu esforço conseguiram aprender mais, pois passavam a encaram os erros como oportunidades de aprender e melhorar, enquanto que as elogiadas pelo desempenho passavam a encarar os erros como falta de habilidade.
Em geral, os estudos ilustram o importante papel que o elogio após um sucesso pode desempenhar na motivação posterior de crianças. Um elogio sincero pela inteligência, cuja intenção é inflar a satisfação, persistência e desempenho escolar de uma criança, não a prepara para lidar com reveses. Na verdade, foi demonstrado que esse tipo de elogio pode enfraquecer a motivação da criança quando ela for confrontada com um grande desafio mais tarde.
Portanto, a recomendação para os pais e educadores é que o elogio deve ser direcionado às estratégias e hábitos utilizados pela criança e não à sua habilidade.  Dessa forma, as crianças serão estimuladas a não evitar os tipos de atividades de aprendizagem mais úteis, aqueles em que elas aprendem com seus erros. A não ser que experimentemos os desagradáveis sintomas de estarmos errados – aquela segunda reação do cérebro que nos torna mais atentos àquilo que queremos ignorar – nossa mente nunca irá revisar seus conceitos.
Tente você também experimentar algo novo e lembre-se de aprender com os seus erros. É por isso que o programa Cérebro Melhor oferece uma grande variedade de jogos com níveis crescentes de dificuldade e um instrutor virtual para montar uma sessão de treinamento personalizado, mantendo-o constantemente desafiado. Basta um pouco de determinação que você colherá os frutos desse esforço em pouco tempo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Melhorando a saúde com mais neurônios

Melhorando a saúde com mais neurônios
Durante décadas foi senso comum acreditar que os neurônios, as principais células que compõem o cérebro, eram apenas produzidos durante a gestação e no começo da infância, e só. De acordo com este dogma, havia pouca esperança de se repor os neurônios perdidos pelo envelhecimento, por acidentes ou por doenças.
Há quase 20 anos foi descoberto que o cérebro adulto continua a produzir novos neurônios ao longo da vida – fenômeno chamado de neurogênese. Já havia relatos de neurogênese especialmente em aves, mas a demonstração de que isso ocorria em humanos revolucionou as neurociências, provocando uma mudança de paradigma. Atualmente, há indícios de que os neurônios continuam a se formar mesmo em idosos afetados por doenças degenerativas do cérebro, como o Alzheimer.
Diversos estudos têm sido publicados ultimamente, cobrindo desde o papel que os neurônios recém-nascidos podem ter na formação da memória, até as diversas atividades que podem alterar sua produção. Então, com base nessas últimas evidências, como podemos aumentar a produção de neurônios e como isso pode melhorar a saúde?
A produção de neurônios não ocorre de forma constante, sendo influenciada por uma série de fatores ambientais distintos. Por exemplo, o consumo de álcool tem mostrado que retarda a produção de novas células nervosas. Por outro lado, ela pode ser estimulada através de exercícios físicos. Foi demonstrado que camundongos que faziam exercícios produziam o dobro de neurônios do que os sedentários.
Mesmo utilizando de artifícios para produzir mais neurônios, não significa que os mesmos estarão disponíveis. A maioria deles morre em poucas semanas, como geralmente ocorre com outras células do nosso corpo. Porém, pesquisas com camundongos têm demonstrado que se os animais forem desafiados cognitivamente, essas células nervosas vão sobreviver. É como se o cérebro fabricasse novos neurônios para a eventualidade de precisar deles.
O interessante é que as pesquisas indicam que quanto mais difícil for a tarefa a ser realizada, maior a quantidade de neurônios que sobreviverão. Também indicam que é o processo de aprendizagem, e não apenas o desafio, que garantem essa sobrevivência. Então, se não houver o aprendizado, o desafio será em vão. Além disso, quanto mais tempo demorar para o aprendizado ocorrer, mais neurônios serão retidos, o que aparentemente significou um maior esforço.
A maioria das pesquisas é desenvolvida com animais de laboratório. Então, o que aconteceria com um ser humano se ele parasse de produzir novos neurônios no hipocampo? A medicina moderna, infelizmente, nos oferece uma população de “cobaias” prontas: pessoas que estão fazendo tratamento de quimioterapia. A quimioterapia afeta o processo de divisão celular necessário para a geração de novas células. Portanto, não deve ser coincidência que pacientes sob tratamento quimioterápico geralmente reclamam de dificuldade de aprendizagem e memória, uma síndrome também conhecida como “quimiocérebro”.
Podemos resumir essas principais descobertas em alguns conceitos simples:
•    Milhares de novos neurônios são produzidos no cérebro adulto todo dia, particularmente numa região chamada de hipocampo que afeta os processos de aprendizado e memória.
•    Em poucas semanas, a maior parte desses novos neurônios morrerá, a não ser que o cérebro seja desafiado a aprender algo novo. O aprendizado efetivo, especialmente o que requer um grande esforço, pode manter esses novos neurônios vivos.
•    Apesar dos novos neurônios não serem essenciais para boa parte da aprendizagem, a sua falta pode afetar o processo de aprendizagem e a memória. Portanto, estimular a neurogênese, pode auxiliar na redução do declínio cognitivo e manter o cérebro em forma.
Então, comece já a se engajar em atividades que estimulam a produção de neurônios, como exercícios físicos, e em atividades que desafiem seu cérebro e resultem em aprendizado, garantindo a sobrevivência desses neurônios, como o estudo formal ou os exercícios do Cérebro Melhor. Desta forma, você aumenta as suas reservas cerebrais e fica mais resistente ao declínio cognitivo e a doenças neurodegenerativas. Como os neurônios continuam a se multiplicar até o final da vida, nunca é tarde demais para começar a formar essa reserva. E, também nunca é cedo demais para começar, pois terá mais tempo de formar uma reserva maior.

domingo, 13 de novembro de 2011


Fumar aumenta o risco de demência e Alzheimer

Fumar aumenta o risco de demência e AlzheimerO tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Só no Brasil estima-se que cerca de 200.000 mortes por ano são decorrentes do tabagismo, onde entre 13% e 25% das pessoas com mais de 15 anos de idade são fumantes.
Além das doenças geralmente associadas ao tabagismo, como o câncer de pulmão, infarto no miocárdio e derrame cerebral, vários estudos indicam que o vício do cigarro promove uma queda no desempenho do cérebro e aumenta o risco da pessoa desenvolver demência e doença de Alzheimer.
Estudos conduzidos com adultos e idosos comprovaram que fumantes possuem um pior desempenho cognitivo, como em memória, linguagem e rapidez de raciocínio, e também que o declínio dessas funções ocorre de maneira mais rápida. O cigarro aparentemente afeta a integridade microestrutural do cérebro, mas dados recentes sugerem que isso pode ser revertido com o tempo se a pessoa parar de fumar.
Na Europa foi realizada uma pesquisa com mais de 17.000 idosos classificados entre os que nunca fumaram, ex-fumantes e fumantes, com avaliações cognitivas anuais ao longo de 2 a 3 anos. Os resultados mostraram uma clara relação entre o consumo de cigarro e o ritmo de declínio cognitivo, ou seja, quanto mais cigarros consumidos por ano, maior era a queda no desempenho das funções cerebrais entre as avaliações. Para melhor compreendermos essa ordem de grandeza, os ex-fumantes tiveram o dobro do declino que os que nunca fumaram, enquanto que os fumantes tiveram um declínio 5 vezes maior.
Essa tendência se confirma também na população de meia idade. Umaoutra pesquisa realizada na Europa, com quase 2.000 pessoas entre 43 e 70 anos de idade ao longo de 5 anos, mostrou que o declínio do desempenho entre fumantes era 1,9 vezes maior em memória e 2,4 vezes maior em flexibilidade cognitiva, quando comparado às pessoas que nunca fumaram.
Uma análise, realizada por pesquisadores australianos, de mais de 19 estudos que associavam o tabagismo com demência e declínio cognitivo confirma as evidências anteriores. Além dos fumantes demonstrarem uma maior queda no desempenho cognitivo ao longo do tempo, eles também apresentam um maior risco de demência e de doença de Alzheimer.
A explicação dos mecanismos que levam a esses efeitos negativos do cigarro no cérebro ainda não está bem clara para a sociedade científica, porém um estudo recente ajuda a esclarecer esse enigma. Os resultados sugerem que o tabagismo afeta a integridade microestrutural da substância branca do cérebro, que é uma região de conectividade entre partes do sistema nervoso. Um dado interessante é que quanto mais tempo o ex-fumante estava sem fumar, menor era o efeito verificado. Pessoas que tinham parado de fumar há mais de 20 anos apresentavam resultados comparáveis aos que nunca tinham fumado, o que sugere que a integridade estrutural afetada pode ser recuperada com o tempo.
Esses estudos reforçam ainda mais os malefícios do cigarro e devem servir de motivação para as pessoas pararem de fumar. Existem várias iniciativas públicas e privadas para auxiliar fumantes a largarem o vício, entre elas um site mantido pelo Instituto Nacional do Câncer que oferece muitas orientações.
Lembre-se de que hábitos saudáveis são essenciais para o bom funcionamento do cérebro, entre eles o hábito de exercitar o seu cérebro, o que pode ser feito com o auxílio dos jogos do Cérebro Melhor.

Por que gastamos mais quando estamos relaxados

Por que gastamos mais quando estamos relaxadosUm cassino é tipicamente um lugar intencionalmente desconfortável. O teto é baixo, a luz é fraca e a poluição visual e sonora impera. Não há nem relógios visíveis para os apostadores perderem a noção do tempo. Uma verdadeira armadilha para tomar dinheiro.
Na última década, entretanto, os cassinos de ponta passaram por uma mudança dramática de conceito. Os espaços tornaram-se amplos, projetados para serem agradáveis, com decoração de bom gosto e repletos de flores. E essa mudança teve um efeito profundo nas receitas, proporcionando recordes de faturamento para os cassinos que adotaram esse novo conceito.
Esses cassinos descobriram empiricamente há algum tempo o que só recentemente um estudo conduzido por americanos e asiáticos acabou comprovando – pessoas que estão relaxadas gastam muito mais livremente do que aquelas que não estão muito à vontade.
Os pesquisadores induziram as mais de 670 pessoas avaliadas a determinados estados emocionais utilizando uma variedade de estímulos visuais e sonoros cuidadosamente escolhidos. Depois de serem induzidas a uma condição “relaxada” ou a uma “menos relaxada, mas igualmente agradável”, as pessoas foram solicitadas a avaliar o valor monetário de diversos produtos.
Em todos os seis experimentos conduzidos, as pessoas que se sentiam mais relaxadas atribuíam valores monetários mais elevados, ou seja, gastavam mais dinheiro. Num dos experimentos, as pessoas tinham que fazer ofertas para uma câmera digital através de um leilão simulado. Enquanto as que não estavam relaxadas fizeram ofertas que se aproximavam do valor de mercado da câmera, as que estavam relaxadas fizeram ofertas que, na média, eram 11% mais altas.
E isso não ocorria somente com câmeras. O mesmo efeito foi observado numa ampla variedade de produtos e serviços, de sorvetes a tratamentos de beleza. O sentimento de relaxamento até aumentou a vontade de experimentar atividades de risco, como saltar de bungee jump.
Por que o relaxamento nos torna mais propensos a gastar? É que quando nos sentimos seguros, somos mais capazes de concentrar nossa atenção em todas as potenciais recompensas em jogo. Ao invés de nos preocuparmos com o preço, contemplamos as vantagens de termos uma câmera sofisticada ou a emoção de cair em queda livre. Como os psicólogos demonstraram , as pessoas que estavam mais relaxadas representavam o valor dos produtos com um grau mais elevado de abstração, aumentando assim a percepção de valor desses produtos.
O mesmo conceito adotado pelos novos cassinos, enfatizando a importância do relaxamento, já vem sendo adotado por diversos outros tipos de estabelecimentos, desde hotéis a shopping centers. Lojas de luxo há tempos utilizam uma estética relaxante para fazer seus consumidores menos sensíveis aos preços extravagantes. Como resultado, acabam se preocupando menos com a fortuna paga por uma bolsa Luis Vuitton ou um relógio Rolex, e mais com as virtudes abstratas da marca.
Esse estudo nos faz pensar que pode ser uma má ideia ir às compras quando estamos de férias...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011


Brincadeira Simbólica

Por volta de um ano de idade, começamos a observar comportamentos diferentes na brincadeira.
Diferentes porque envolvem um “fazer-de-conta”, ou seja a Brincadeira Simbólica

Neste mesmo período também notamos o surgimento das primeiras palavras.

Assim, com a Brincadeira Simbólica e a Linguagem aparecendo, algo novo começa a ficar evidente na evolução infantil: a capacidade para representar, a habilidade para evocar fatos e se referir a objetos e situações ausentes na realidade. 

O primeiro passo da Brincadeira Simbólica é o “Uso convencional dos objetos”, o que é uma conduta pré simbólica. A criança não aplica mais aos objetos quaisquer ações, mas sim, aquelas ligadas ao uso apropriado ou convencional destes objetos. Por isso o papel da imitação é muito importante! 

À medida que a Brincadeira Simbólica evolui, ela passa a tomar conta da vida da criança que, por sua vez, ganha mais em linguagem, imaginação e aprendizados.  

Dicas para incentivar a Brincadeira Simbólica: 

   - Brincadeiras de imitação;
  - Utilizar objetos convencionais e incentivar a dramatização com o uso deles. Representar, com estes objetos, situações do cotidiano: tomar banho, escovar os dentes, arrumar a mochila da escola etc... Bonecas e bonecos com rosto humano. (inicialmente eles podem ser passivos na brincadeira). 

É importante ter o adulto como mediador desta brincadeira e como uma pessoa que pode “ensinar” palavras novas, para o aumento de vocabulário. 

Desregulação de MicroRNA Neuronal em Resposta ao β-Amilóide da Doença de Alzheimer



A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa, caracterizada pela perda progressiva de memória e de funções cognitivas. Dois achados bioquímicos importantes, típicos da DA,  podem ser observados em pacientes acometidos pela doença: a formação de emaranhados de neurofibrila; e a de placas de peptídeo β-amilóide (Aβ), ambas na região do hipocampo (uma região específica do cérebro).

A pesquisa de Schonrock e colaboradores teve o objetivo de verificar a influência do Aβ na expressão de micro RNAs (miRNA).
miRNAs são pequenas moléculas de RNA, de aproximadamente 22 nucleotídeos, não codificantes, ou seja, não são traduzidos para a formação de proteínas. Tais moléculas, quando associadas a determinado complexo protéico, apresentam função muito importante para o metabolismo celular: silenciar a tradução de RNAs mensageiros (mRNA), que, esses sim, codificam proteínas.
Com os estudos que temos hoje, ainda não se sabe se é mesmo a atividade dos miRNAs que influenciam na formação do Aβ, ou se é este peptídeo que, de alguma maneira, regula a expressão dos miRNAs.
A fim de se conhecer um pouco melhor o efeito do Aβ sobre células neuronais, foram realizados dois modelos de pesquisa: o in vitro, baseado na cultura de células, tratadas com o peptídeo; e o in vivo, relacionado ao estudo de animais vivos, geneticamente modificados para simular a DA, nesse caso. A comparação entre os dois modelos é um método bastante elegante para se verificar os efeitos isolados do Aβ. Conhecendo tais efeitos na cultura, pode-se compará-los àqueles decorrentes da DA, apresentadas pelo modelo animal.
A partir dessa pesquisa, resultados importantes foram obtidos. A expressão de miRNA neuronal varia com a exposição do neurônio ao Aβ. Ao final do experimento, observou-se menor expressão de 47% dos miRNAs e maior de outros 18%. Os miRNA que apresentaram variações estatisticamente significativas tiveram seus genes
alvos pesquisados, bem como as vias em que atuam cada gene. Foram encontradas relações entre as vias pesquisadas e os processos fisiopatológicos neuronais. Uma importante semelhança na expressão de miRNAs foi observada entre pesquisas com humanos e com camundongos, como mostram os resultados obtidos por Schonrock et al. A partir dos experimentos, pôde-se notar que a Aβ é um forte regulador de miRNAs tanto in vitro quanto in vivo. Em suma, as descobertas sugerem que a desregulação de miRNAs em resposta a um estímulo da Aβ pode ser um importante fator contribuinte na cascata de eventos que dirige à DA.
Sinópse preparada por: Victor Junji Yamamoto
Supervisão: Carolina Martins do Prado
Fonte: Schonrock N, Ke YD, Humphreys D, Staufenbiel M, Ittner LM, Preiss T, Götz J (2010)Neuronal MicroRNA Deregulation in Response to Alzheimer’s Disease Amyloid-β. PLoS One ; 5(6): e11070

sábado, 29 de outubro de 2011


Estudos recentes ajudam a melhor entender a dislexia

Estudos recentes ajudam a melhor entender a dislexiadislexia é o transtorno de aprendizagem com maior incidência nas salas de aula. Trata-se de um transtorno específico e persistente da leitura e da escrita, caracterizado por um inesperado e substancial baixo desempenho da capacidade de ler e escrever, apesar da adequada instrução formal recebida, da normalidade do nível intelectual e da ausência de déficits sensoriais. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 5% e 17% da população mundial é disléxica.
O grande impacto desse transtorno na população tem motivado diversos estudos sobre o assunto e algumas pesquisas recentes, como um estudo sobre a dificuldade dos disléxicos de associarem as pessoas às suas vozes, têm ajudado a compreender melhor a sua causa. Novas evidências têm demonstrado que o nível de QI (Quociente de Inteligência) não deve ser considerado para o diagnóstico da dislexia e também estão conduzindo a novas técnicas para o diagnóstico precoce através do uso de neuroimagem.
Como foi mencionado anteriormente, a definição generalizada da dislexia considera que os disléxicos possuem um nível intelectual dentro da normalidade, mas pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, comprovaram que pessoas com dificuldade de leitura possuem o mesmo padrão de ativação cerebral, independente do nível de QI. Essa descoberta oferece evidência biológica de que o QI não deve ser enfatizado no diagnóstico de habilidades de leitura, contradizendo a prática comum de utilizar o QI como fator auxiliar para definir e diagnosticar a dislexia.
Para entender melhor o que acontece nos cérebros de pessoas com baixa habilidade de leitura e sua relação com o nível de QI, os pesquisadores se voltaram para recursos de imagem, a ressonância magnética funcional. Para isso eles avaliaram um grupo de 131 crianças com idades entre 7 e 16 anos classificados em três grupos: fraca leitura com QI normal, fraca leitura com baixo QI, e leitura normal com QI normal. Os grupos foram submetidos a um teste envolvendo rimas enquanto passavam pela ressonância magnética.
Os resultados mostraram que os dois grupos de crianças com fraca leitura tiveram um desempenho parecido no teste de rimas, porém muito inferior ao do grupo de crianças com leitura normal. E as imagens indicaram que os padrões cerebrais dos grupos de fraca leitura eram também parecidos na maior parte do tempo, ao contrário do grupo com leitura normal.
Os pesquisadores ressaltam que essa descoberta soma a diversas outras evidências que indicam que uma criança com dificuldade na leitura, independentemente do seu nível de QI, deve ser estimulada a procurar intervenção específica para leitura. Esses novos resultados chegam num momento em que estudos comportamentais recentes mostram que as dificuldades no processamento do sistema sonoro da linguagem, que geralmente leva a dificuldades para conectar os sons da linguagem às letras, são similares em pessoas com baixa habilidade de leitura, independentemente do QI.
Isso fica mais claro em outro estudo recente, que descobriu que pessoas com dislexia têm dificuldade para distinguir pessoas pelas suas vozes. Isso se deve à dificuldade do disléxico de reconhecer as diferenças fonéticas, as propriedades físicas da fala que torna exclusiva a voz de uma pessoa, independentemente do idioma. A causa provável é que eles sofrem de comprometimento fonológico.
Para chegar a essa descoberta, os cientistas do MIT, nos EUA, treinaram pessoas com e sem dislexia para reconhecer as vozes de pessoas falando seus idiomas nativos, no caso o inglês, e também um idioma desconhecido deles, o mandarim. Em cada idioma, os participantes aprenderam a associar as vozes dos falantes a personagens diferentes e depois foram testados na habilidade de identificar corretamente as vozes.
Os cientistas descobriram que os disléxicos eram significativamente piores em consistentemente reconhecer as vozes no idioma inglês, porém eram tão ruins quanto os não disléxicos em reconhecer as vozes no idioma chinês.
O resultado reafirma a teoria de que o déficit da dislexia não está no ato da leitura em si, mas na verdade envolve dificuldades de como os sons da língua falada são ouvidos e processados no cérebro do disléxico. Porém, o que as teorias sobre dislexia ainda não foram capazes de explicar convincentemente, de acordo com os pesquisadores, é por que não há dificuldade aparente na habilidade das pessoas com dislexia de perceber e produzir a fala.
Muitas pesquisas demonstram que pessoas com dislexia têm mais dificuldade de compreender a fala quando existe ruído ao redor. Esses resultados sugerem que a dificuldade de se seguir uma voz específica pode ser parte da causa. Então, professores e demais educadores devem ser sensíveis a isso durante as suas aulas, uma vez que o barulho dos outros alunos pode tornar desproporcionalmente difícil para alunos disléxicos acompanharem o que está sendo ensinado.
Apesar de a dislexia ser uma condição hereditária, segundo o Instituto ABCD, o disléxico responde às intervenções terapêuticas e educacionais específicas, mesmo que lentamente. Somente com intervenções adequadas pode-se melhorar o desempenho em leitura e escrita, que também podem ser beneficiadas por diversos fatores facilitadores como a precocidade do diagnóstico, e o ambiente familiar e escolar.

sábado, 15 de outubro de 2011

Dislexia: saiba mais sobre o distúrbio



Em entrevista exclusiva à CRESCER, Hélio Magri Filho, autor do livro Sou Disléxico e Daí? (Ed. M. Books, R$ 29) e membro da Associação Brasileira de Dislexia, conta as dificuldades que enfrentou durante a infância antes de descobrir que era disléxico. Ele alerta os pais sobre os primeiros sinais que a criança demonstra e a melhor forma de lidar e tratar o distúrbio


CRESCER: Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou quando era criança?
Hélio Magri Filho: Tive muita dificuldade para aprender e me comportar. Na escola, a leitura era um enorme problema. Não conseguia decodificar símbolos e sons nem coordenar o esforço necessário para desenhar as letras. Os números também representavam um amontoado de incógnitas sem significado. Isso afetou as minhas relações de amizade e com a minha família. Com tanta discriminação, perdi a confiança em mim e minha autoestima foi parar lá embaixo. Talvez, esse seja o maior problema que uma criança disléxica vai enfrentar durante a vida. Se não entendemos quem somos, como poderemos entender a vida como ela é? Como tudo na vida parece ter sempre um jeito, eu criava estratégias para lidar com números, evitava leituras em voz alta, alegava sempre algum mal estar súbito e outras tantas desculpas.

C: Quando você descobriu que tinha dislexia?
H.M.F.: Nos anos da ditadura saí do Brasil e fui morar no exterior. Em alguns países, os recursos são mais disponíveis, mas só aos 40 anos consegui dar nome à minha dificuldade existencial – fui diagnosticado como portador de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperartividade), do tipo desatento, discalculia e dislexia.

C. Qual foi a atitude de seus pais?
H.M.F.: Meus pais, e acho que seja o caso da maioria deles, não entendiam e não aceitavam que isso pudesse ser alguma coisa além de preguiça. Por isso, o sofrimento – e a frustração - deles foi grande.

C: A partir de que idade uma criança começa a apresentar os primeiros sinais de dislexia? Quais são eles?
H.M.F.: A dislexia pode ser identificada nos primeiros anos escolares, após a criança ser alfabetizada. É importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para aumentar as chances de superar ou conviver melhor com os sintomas. Os principais sinais são dificuldade em fazer cálculos mentais, em organizar tarefas, lidar com noções de tempo e espaço. O aprendizado de ler e escrever é inconstante, assim como a dificuldade com os sons das palavras e soletração. Na hora de escrever, é comum haver trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas; além de fácil dispersão.

C: O que os pais devem observar no comportamento das crianças quando começam a desconfiar que ela pode ter dislexia?
H.M.F.: Na maioria dos casos de dislexia confirmados no mundo, as famílias apresentam histórico de problemas. Podem ser os pais, mães, avôs, avós, tios e até mesmo primos. O cérebro dos disléxicos é normal, mas processa informações em área diferentes daquelas usadas pelo cérebro de um não-disléxico. Portanto, de modo geral, se seu filho demonstra dificuldades em aprender alguma coisa, se você acha que ele está demorando muito a aprender a pronunciar palavras, ou que o desempenho dele deixa muito a desejar, não só o escolar, mas nas atividades em geral, observe-o com mais atenção.

C: Como é o tratamento da dislexia?
H.M.F.: Existem basicamente dois métodos de tratamento: o multissensorial e o fônico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fônico deve começar logo no início da alfabetização. O mais importante é procurar ajuda especializada, como um psicólogo infantil, assim que perceber os primeiros sintomas.

Fonte site Crescer
Por Bruna Menegueço

Descoberto novo alvo de medicamentos para Alzheimer e AVC

Descoberto novo alvo de medicamentos para Alzheimer e AVC: Cientistas identificaram um novo receptor no cérebro que pode ser usado como alvo para novos medicamentos contra doenças neurodegenerativas.

Tratamento de câncer pode afetar o cérebro



Tratamento de câncer pode afetar o cérebroOutubro é o mês mundial da prevenção do câncer de mama. Surgido há mais de dez anos na nos Estados Unidos, o Outubro Rosa foi o mês escolhido para fazer ações e divulgações conscientizando e mobilizando a sociedade para o combate à doença. Desde então vários outros países vem aderindo ao movimento. No Brasil, durante todo esse mês, diversos eventos vão colorir de cor-de-rosa importantes pontos do país para alertar a população sobre a importância da mamografia periódica para todas as mulheres com mais de 40 anos.
Ações de conscientização são muito importantes já que a doença atinge todo ano por volta de 50 mil mulheres no Brasil e é a causa mais freqüente de morte por câncer em mulheres, de acordo com dados doInstituto Nacional do Câncer (Inca). Se diagnosticada precocemente, a doença tem 100% de chance de ser curada e é por isso que a prevenção e os exames são tão fundamentais.
Estudos indicam que até um terço das sobreviventes do câncer de mama relatam dificuldades com atenção, memória e raciocínio, o que representa uma piora na qualidade de vida após o tratamento. As causas dessa deterioração nas habilidades cerebrais ainda não são claras, mas terapias cognitivas que estimulam essas habilidades podem auxiliar na recuperação.
Originalmente, pesquisadores acreditavam que esses sintomas identificados em vários tipos de câncer eram um efeito colateral da quimioterapia – um tratamento que utiliza drogas para encolher ou destruir células cancerígenas e tumores – e, por isso, batizaram essa condição de “quimiocérebro”. Porém, sobreviventes que nunca fizeram quimioterapia relatavam lapsos cognitivos semelhantes.
Uma revisão da literatura revela que trata-se de uma situação complexa e que fatores além da quimioterapia podem afetar a cognição, como anestesia, cirurgia, terapia hormonal, menopausa, ansiedade, depressão, fadiga, medicamentos, predisposição genética, etc. Por isso, alguns pesquisadores propõem que esse fenômeno seja denominado de “alteração cognitiva associada ao câncer ou à terapia de câncer”.
Apesar da causa deste fenômeno ser desconhecida, seus efeitos podem durar poucas semanas ou vários anos, dependendo da pessoa. Essa redução de desempenho do cérebro pode ter um efeito sobre a habilidade do paciente de tomar decisões sobre o tratamento, atingir objetivos profissionais ou acadêmicos, e sobre sua qualidade de vida como um todo. Além do uso de medicamentos específicos, intervenções complementares como a terapia cognitivo-comportamental podem ajudar a aliviar os sintomas e, nesse sentido, o programa de treinamento do Cérebro Melhor pode ser um ótimo aliado.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


Como o exercício físico pode ajudar na memória e aprendizagem

Como o exercício físico pode ajudar na memória e aprendizagemOs benefícios do exercício físico para a saúde em geral já são bem conhecidos e amplamente divulgados pela mídia. Seus benefícios para o cérebro também já foram assunto de artigos anteriores em nosso site, porém uma pesquisa recente identificou o exercício físico como sendo o fator chave para a produção de neurônios nas regiões do cérebro associadas à aprendizagem e memória.
Então é de se supor que toda a população esteja se exercitando, não é? O problema é que muitas pessoas têm dificuldade para começar e manter uma rotina de exercícios. Alguns dados indicam que metade das pessoas que começam um programa de exercícios físicos param já nos primeiros 6 meses. Essa desistência está geralmente associada à falta de uma qualidade chamada por alguns pesquisadores de “auto-eficácia”, ou a confiança de uma pessoa em relação a objetivos específicos.
Se você faz parte dessa estatística, não se desespere, pois nem tudo está perdido. Pesquisadores da University of Illinois, nos EUA, exploraram como algumas estratégias e habilidades cognitivas podem auxiliar as pessoas a desenvolverem auto-eficácia, principalmente os idosos.
Um estudo recente do US National Institute of Aging, demonstrou uma relação causal entre o exercício físico e a produção de novas células funcionais no cérebro de camundongos, processo também conhecido como neurogênese ou regeneração do cérebro. Essas novas células foram produzidas principalmente nas regiões associadas à aprendizagem e à memória, justamente as regiões mais afetadas por doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
De acordo com a Dra. van Praag, responsável pelo estudo, os camundongos tiveram o maior aumento de novas células quando jovens, o que demonstra a importância da atividade física durante a juventude para o desenvolvimento cerebral. Entretanto, como a neurogênese continua ao longo da vida, a pesquisadora sugere que esses benefícios resultantes do exercício físico são significativos para todas as faixas etárias.
Outro estudo, também patrocinado pelo US National Institute of Aging, queria saber se habilidades e estratégias cognitivas específicas podiam melhorar a adesão de idosos a programas de exercícios. Recrutou-se 177 participantes, entre homens e mulheres na faixa dos 60 a 70 anos, que foram submetidos a um programa de exercícios três vezes por semana, durante um ano.
Pesquisadores mediram a auto-eficácia através de um questionário sobre se e com qual frequência a pessoa estabelecia objetivos para si mesma, monitorava seu progresso, gerenciava seu tempo e se engajava em outros comportamentos que exigiam autocontrole.  Também aplicaram testes cognitivos que avaliavam a memória espacial, habilidade de multitarefa e a capacidade de inibir respostas indesejadas, o que coletivamente podem ser classificadas como funções executivas.
Descobriu-se que algumas habilidades e estratégias aumentaram a aderência do participante ao programa de exercícios. A habilidade de multitarefa e a capacidade de inibir respostas indesejadas contribuíram significativamente para a aderência por aumentar a auto-eficácia, bem como o uso mais freqüente de estratégias de autocontrole.
Esse estudo, publicado no American Journal of Preventive Medicineidentificou três estratégias para você aumentar sua auto-eficácia e começar a se exercitar: lembrar de sucessos anteriores, observar outros fazendo algo que você acha intimidador e recrutar o apoio de outras pessoas.
Como as habilidades cerebrais diminuem com a idade, o fato de elas influenciarem a aderência ao programa de exercícios mostra que os idosos seriam os maiores beneficiados ao adotarem as estratégias para melhorar sua auto-eficácia. Além disso, como uma habilidade cerebral melhora quanto mais a usamos, uma forma de melhorar a auto-eficácia seria através do desenvolvimento de atividades intelectuais específicas, como exercícios para o cérebro.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Déficit de atenção e treinamento cerebral

Déficit de atenção e treinamento cerebralO TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade), mais conhecido simplesmente como déficit de atenção, é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade e é tido como a principal causa de fracasso escolar.

Pesquisas em várias regiões do mundo estimam que o déficit de atenção esteja presente em cerca de 3% a 5% das crianças. E em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas sejam mais brandos.

O tratamento geralmente indicado baseia-se em medicamentos e psicoterapia. Porém, se nossa atenção pode ser melhorada através de exercícios, será que esses mesmos exercícios também podem auxiliar no tratamento do déficit de atenção? Pesquisas ao redor do mundo indicam que sim, mas a questão não é tão simples assim.

Primeiro é importante entendermos melhor esse transtorno que, apesar de ser chamado de déficit de atenção, pode ser mais bem definido como um problema no controle intencional da atenção ao invés de um déficit puro na habilidade de prestar atenção. Essa distinção, fundamentada por um corpo crescente de evidências neurocientíficas, é muito importante para a compreensão desse distúrbio tão impactante na sociedade.

Pais de crianças com TDAH, por exemplo, podem achar difícil de aceitar que uma criança que consegue passar horas absorta num videogame tenha um problema de atenção. Professores podem ficar confusos com um estudante que é totalmente dedicado à aula de música, mas é distraído ou disperso em outras aulas.

A Dra. Martha Denckla da Johns Hopkins University, nos EUA, explica que o problema está mais associado a como a atenção é alocada, pois alocar a atenção de forma apropriada para o sucesso escolar requer um grau de auto-controle para deixar de lado uma atividade preferida e focar numa atividade que pode não ser tão interessante ou recompensadora naquele momento.

Ainda não existe um consenso na comunidade científica sobre o que realmente pode estar acontecendo de errado nos cérebros dos indivíduos com TDAH. Existem várias teorias tentando explicar o transtorno: uma falha na inibição de reações, um problema com a memória de trabalho, a forma como a informação é processada no tempo, ou até padrões conflitantes de atividade neural. Cada uma dessas teorias oferece pistas intrigantes, mas ainda não respondem todas as questões.

No livro ADHD and the Nature of Self-Control, escrito pelo Dr. Russel Barkley, ele defende que os tratamentos mais efetivos são os baseados em medicação e em estratégias comportamentais, pois o TDAH trata-se mais de um problema de conseguir fazer o que se sabe do que de saber o que fazer. Essas estratégias compreendem desenvolver métodos para os alunos com TDAH serem lembrados constantemente das regras da sala de aula, por exemplo, ou de quebrar objetivos de longo prazo em vários objetivos de curto prazo, associados a recompensas.

Segundo o Dr. David Rabiner, da americana Duke University, esse tipo de abordagem ao tratamento representa mais um gerenciamento dos sintomas do que uma cura e, consequentemente, quando se para com o medicamento e com as estratégias, os sintomas tendem a retornar. Por isso, o tratamento é de longo prazo e os sintomas melhoram à medida que o sistema de auto-controle do cérebro amadurece e o indivíduo aprende a aplicar essas estratégias ao longo da vida.

Porém ele argumenta que, considerando que o cérebro possui plasticidade, ainda mais durante a infância, seria possível que crianças com TDAH tivessem resultados mais duradouros fazendo exercícios cognitivos. Esse raciocínio está embasado em estudos recentes que fornecem evidências animadoras.

Por exemplo, pesquisas recentes demonstraram que um treinamento computadorizado para memória de trabalho diminuiu os sintomas de TDAH e que esse benefício persistiu além da duração do treino em si. Também existe uma série de estudos em neurofeedback, um tipo de tratamento que tenta ensinar os indivíduos a alterar e controlar aspectos básicos do funcionamento cerebral, em que mudanças duradouras também foram relatadas.

Um desses estudos com treinamento computadorizado foi muito comentado pela mídia em 2005, sendo liderado pelo Dr. Torkel Klingberg, do Instituto Karolinska, na Suécia. O estudo consistia em avaliar a eficácia de um treinamento para a memória de trabalho num grupo de 53 crianças com TDAH e idades entre 7 e 12 anos, sem medicação estimulante. As crianças foram avaliadas antes do treinamento, logo após as 5 semanas de treinamento e, novamente, 3 meses depois.

Os resultados mostraram efeitos positivos no raciocínio complexo, na inibição de reações e na redução nos sintomas de TDAH verificados pelos pais. E muitos desses efeitos permaneceram mesmo 3 meses após o treinamento. Devido a esses resultados promissores, outros estudos foram realizados e essa linha de pesquisa continua crescendo.

O campo do treinamento cerebral computadorizado para ajudar nos casos de TDAH ainda é muito recente, mas já possui muitas evidências animadoras e não há contra-indicação. Portanto, se você possui déficit de atenção, experimente exercitar sua memória de trabalho e sua atençãoatravés de desafios variados, como os oferecidos pelo Cérebro Melhor, e veja como isso funciona para você.

Cérebro Melhor

Não acredite em tudo que seus olhos veem

Não acredite em tudo que seus olhos vêemA neurociência explica que, apesar de nossas sensações parecerem precisas e verdadeiras, elas não necessariamente reproduzem a realidade física do mundo. Isso porque os mecanismos que, na maioria das vezes, reproduzem corretamente os estímulos físicos que chegam até o cérebro são os mesmos responsáveis por nossos sonhos, ilusões e lapsos, como se os sinais recebidos pelos nossos cinco sentidos não fossem processados corretamente pelo cérebro.

Portanto, a famosa expressão “ver para crer” nem sempre é verdadeira. Mais correto estava Sócrates quando disse: “Tudo que sei é que nada sei”. Ainda mais quando se está diante de uma imagem criada para iludir o seu cérebro – uma ilusão visual – justamente o tipo de experiência em que a percepção não corresponde à realidade física.

O estudo de ilusões visuais é de suma importância para se compreender os mecanismos básicos da percepção sensorial, bem como para se encontrar a cura de muitas doenças do sistema visual. Mas, enquanto os pesquisadores utilizam essas ilusões para fins científicos, nós podemos utilizá-las para fins didáticos e de entretenimento. E, por que não, também exercitarmos nossas habilidades de visão espacial! Veja a seguir uma seleção de ilusões visuais muito interessantes.

Essa é uma ilusão que desafia a gravidade e foi considerada a melhor ilusão do ano de 2010 por um concurso americano. O truque envolve uma construção tridimensional de quatro rampas que aparentam descer para fora do centro. Quando bolas são colocadas nas rampas, elas estranhamente sobem a rampa, como se um imã as tivesse atraído.

Esse truque, criado pelo japonês Kokichi Sugihara, é rapidamente compreendido quando a construção é vista de uma perspectiva diferente – cada rampa está na verdade descendo para o centro. Nosso cérebro é enganado porque assumimos que cada coluna de sustentação é vertical e que a coluna do centro é a mais alta. Mas na realidade, as colunas e as rampas estão inclinadas para criar a ilusão.

Ilusão das Torres de Pisa

Essa é uma ilusão tão intrigante quanto simples. As duas imagens da Torre de Pisa são idênticas, mas a da direita nos passa a impressão de estar um pouco mais inclinada do que a da esquerda, como se tivesse sido fotografada de outro ângulo.

A explicação é que nosso cérebro é enganado por seu próprio mecanismo de construir uma imagem mental 3D a partir de uma imagem 2D, enquanto tenta tratar as duas imagens como se fizessem parte de uma única cena. O cérebro interpreta que os dois objetos deveriam convergir no horizonte, como se fosse num desenho em perspectiva, porém, como eles não convergem, pensamos que estão desalinhados. Essa habilidade do cérebro é inconsciente e acredita-se que é desenvolvida durante a infância.

Ilusão do rosto gordo e magro

Veja nas imagens acima como um simples truque pode lhe ajudar a perder peso nas fotos – basta virar a foto do seu rosto de cabeça para baixo. Como você pode ver acima, as duas fotos são idênticas, porém somos levados a crer que a foto que está de cabeça para baixo tem um rosto mais longo e, portanto, mais fino.

Esse truque funciona porque nosso cérebro percebe o formato do rosto usando as proporções relativas dos elementos da face, como os olhos, nariz e boca. Então, quando essas proporções são invertidas ao virarmos a foto, a nossa percepção do formato do rosto é distorcida.

Cérebro Melhor