segunda-feira, 2 de maio de 2011

Deficiêntes Visuais conseguem "enxergar " pelo ouvidos.

Cegos conseguem “enxergar” com os ouvidos, entre outras habilidades extraordinárias

Cegos enxergam com os ouvidos...É comum ouvirmos que os cegos desenvolvem um senso de audição diferenciado para compensar a falta de visão. Mas como isso funciona? Estudos recentes indicam que o cérebro de pessoas cegas consegue se reprogramar para que a região associada à visão processe sons, dando-lhes a habilidade de percepção espacial através da audição e ainda a capacidade extraordinária de compreender falas ultra rápidas.

Esses são exemplos perfeitos de neuroplasticidade, a capacidade de reorganização do cérebro conforme o uso. E o interessante é que para o desenvolvimento de certas habilidades faz diferença se a pessoa nasceu cega – nunca recebeu nenhum estímulo visual – ou se ficou cega quando criança ou adulto.

Num estudo feito na Universidade de Montreal, no Canadá, os pesquisadores compararam a atividade cerebral de pessoas com visão e de pessoas que nasceram cegas e descobriram que a área do cérebro que normalmente trabalha com nossos olhos para processar visão e percepção espacial pode efetivamente se reprogramar para processar informação sonora, ao invés da visão. Para chegar nessa descoberta, os pesquisadores avaliaram a atividade cerebral de 11 indivíduos que nasceram cegos e 11 que não, enquanto eles eram expostos a uma série de sons num equipamento de ressonância magnética.

Outro estudo, desta vez na Alemanha, mostrou que os cegos conseguem compreender a fala a velocidades ultra rápidas, muito além da que uma pessoa que enxerga consegue compreender. Quando nós conversamos rápido, estamos verbalizando a aproximadamente 6 sílabas por segundo. Aquele narrador hiperativo anunciando as advertências no final da propaganda consegue verbalizar a 10 sílabas por segundo, o limite absoluto de compreensão para pessoas com visão. Os cegos, entretanto, conseguem compreender falas aceleradas a até 25 sílabas por segundo. Seres humanos não conseguem falar tão rápido assim, então os cientistas tiveram que usar um sintetizador computadorizado para gerar uma fala nessa velocidade.

Os pesquisadores da Universidade de Tübingen, queriam descobrir o que acontecia dentro do cérebro de pessoas cegas que lhes dava esses “super poderes”. Examinando as regiões do cérebro ativadas pelos cegos e não cegos enquanto eles ouviam a falas ultra rápidas dentro de uma máquina de ressonância magnética, descobriu-se que nas pessoas cegas a parte do córtex cerebral que normalmente responde a visão estava respondendo a fala. Justamente pelo fato da visão ser um sentido tão importante para os humanos, uma grande parte do cérebro é devotada ao processamento visual, uma área muito maior do que a dedicada a qualquer outro sentido. Em pessoas cegas, toda essa potência cerebral seria inutilizada, mas de alguma forma o cérebro de uma pessoa cega consegue se reprogramar para conectar as regiões auditivas do cérebro ao córtex visual.

Pesquisadores acreditam que a idade em que a pessoa perde a vista pode ser crítica para que o cérebro consiga conectar a região que controla a audição com a região que processa visão. Em pessoas que nasceram cegas, a região do córtex visual não se desenvolverá adequadamente por não receber nenhum estímulo, o que tornará mais difícil sua reprogramação. Jovens que perderam a visão depois que essa região se desenvolveu, entretanto, têm mais facilidade até do que adultos. As sinapses (conexões entre os neurônios) do córtex visual atingem um pico com 8 meses de idade e depois 40% dessas sinapses são gradualmente removidas até atingir uma densidade estável aos 11 anos de idade aproximadamente. É justamente nesse período da vida em que temos sinapses “em excesso” que os pesquisadores acreditam ser mais fácil para o cérebro se reprogramar

Melhore seu Cérebro

Seu cérebro no trabalho – como fazer seu ambiente de trabalho trabalhar para seu cérebro

Seu cérebro no trabalho - como fazer seu ambiente de trabalho trabalhar para seu cérebroA globalização dos negócios, avanços na tecnologia e a nova economia do conhecimento estão transformando nossos empregos e a forma como nós trabalhamos. Aprendizagem no emprego não é mais um luxo hoje em dia; é absolutamente necessário. E é aí que seu cérebro entra em cena.

As pressões do emprego, do aprendizado de novas tecnologias à necessidade de se manter atento ao longo do dia, são desafios fundamentais para a ciência do cérebro e sobre os quais os cientistas estão aprendendo cada vez mais. Quanto mais você saber sobre como seu cérebro funciona, mais fácil será lidar com as demandas do seu trabalho.

As mudanças globais ocorrendo no ambiente de trabalho necessitam que todos nós, independente da idade, estejamos na melhor forma mentalmente. Este é o desafio. Mas essas mudanças também criam um ambiente repleto de estímulos mentais. Esta é a oportunidade.

Cada vez mais, os empregados têm a motivação e o acesso aos recursos para o tipo de estímulo mental que mantém o cérebro trabalhando melhor, por mais tempo. Hoje há muitas coisas que você não consegue controlar no emprego, mas também há muitas outras que você consegue. Seu ambiente de trabalho pode ser desafiador, o que também pode oferecer oportunidades para ajudar o seu cérebro a se manter saudável.

A principal lição da neurociência é simples: crie oportunidades para seu cérebro aprender, todos os dias e de todas as formas possíveis. O aprendizado molda o cérebro ao longo da vida, não apenas durante os períodos de desenvolvimento cerebral na infância e adolescência.

Em qualquer idade, o aprendizado induz mudanças nas conexões sinápticas, que são a base do funcionamento cerebral, tornando essas sinapses mais fortes e até adicionando novas sinapses às nossas redes neuronais. O aprendizado sustenta o desenvolvimento de uma rica rede de conexões sinápticas que cruzam todo o nosso cérebro, e que sustenta nossa saúde cognitiva à medida que envelhecemos.

e forçarmos nosso cérebro e o desafiarmos a aprender, podemos melhorar nossa arquitetura neuronal, em qualquer idade. Ao fazermos isso, estaremos dando passos positivos no sentido de melhorar a saúde do cérebro.

Nós também podemos melhorar o nosso desempenho no trabalho e ficar mais bem preparados para se adaptar às rápidas mudanças em tecnologia e novos conhecimentos.

Enriquecendo nosso cérebro com o aprendizado ao longo da vida, podemos enriquecer nossa vida pessoal e profissional, e colher os benefícios de uma melhor saúde cerebral no trabalho e em todos os aspectos da vida.

Plano de ação para um cérebro melhor no trabalho

  • Com qual frequência você busca oportunidades de aprender novas coisas no trabalho, como uma nova tecnologia ou programa de computador, a mais recente melhoria de processo ou novas pesquisas no seu campo de especialidade? Qualquer que seja sua resposta, procure aumentar a frequência de novos aprendizados.
  • Você geralmente assume que não está preparado para o desafio de aprender algo novo? Que você não consegue aprender certas coisas e, portanto, nem tenta? Se isso ocorre, investigue por que você pensa assim.
  • Mantenha um diário para registrar os seus períodos de maior energia durante a semana. Identifique seu melhor horário para aprendizado. Quando você tiver controle sobre o seu cronograma de treinamento, como em um treinamento à distância, faça-o durante o seu pico de capacidade mental.
  • Pesquise vários recursos de aprendizado e treinamento e faça uma lista dos que você tem interesse.
  • Desenvolva um plano com seu chefe para incorporar à sua rotina de trabalho algumas oportunidades de treinamento relacionadas ao seu trabalho que você gostaria de fazer.
  • Sustente seu aprendizado dando passos positivos no sentido de manter sua saúde cerebral: fazendo exercícios regularmente, dormindo suficientemente, alimentando-se com uma dieta rica em antioxidantes e buscando interação social ativamente.