quarta-feira, 14 de setembro de 2011


Como o exercício físico pode ajudar na memória e aprendizagem

Como o exercício físico pode ajudar na memória e aprendizagemOs benefícios do exercício físico para a saúde em geral já são bem conhecidos e amplamente divulgados pela mídia. Seus benefícios para o cérebro também já foram assunto de artigos anteriores em nosso site, porém uma pesquisa recente identificou o exercício físico como sendo o fator chave para a produção de neurônios nas regiões do cérebro associadas à aprendizagem e memória.
Então é de se supor que toda a população esteja se exercitando, não é? O problema é que muitas pessoas têm dificuldade para começar e manter uma rotina de exercícios. Alguns dados indicam que metade das pessoas que começam um programa de exercícios físicos param já nos primeiros 6 meses. Essa desistência está geralmente associada à falta de uma qualidade chamada por alguns pesquisadores de “auto-eficácia”, ou a confiança de uma pessoa em relação a objetivos específicos.
Se você faz parte dessa estatística, não se desespere, pois nem tudo está perdido. Pesquisadores da University of Illinois, nos EUA, exploraram como algumas estratégias e habilidades cognitivas podem auxiliar as pessoas a desenvolverem auto-eficácia, principalmente os idosos.
Um estudo recente do US National Institute of Aging, demonstrou uma relação causal entre o exercício físico e a produção de novas células funcionais no cérebro de camundongos, processo também conhecido como neurogênese ou regeneração do cérebro. Essas novas células foram produzidas principalmente nas regiões associadas à aprendizagem e à memória, justamente as regiões mais afetadas por doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
De acordo com a Dra. van Praag, responsável pelo estudo, os camundongos tiveram o maior aumento de novas células quando jovens, o que demonstra a importância da atividade física durante a juventude para o desenvolvimento cerebral. Entretanto, como a neurogênese continua ao longo da vida, a pesquisadora sugere que esses benefícios resultantes do exercício físico são significativos para todas as faixas etárias.
Outro estudo, também patrocinado pelo US National Institute of Aging, queria saber se habilidades e estratégias cognitivas específicas podiam melhorar a adesão de idosos a programas de exercícios. Recrutou-se 177 participantes, entre homens e mulheres na faixa dos 60 a 70 anos, que foram submetidos a um programa de exercícios três vezes por semana, durante um ano.
Pesquisadores mediram a auto-eficácia através de um questionário sobre se e com qual frequência a pessoa estabelecia objetivos para si mesma, monitorava seu progresso, gerenciava seu tempo e se engajava em outros comportamentos que exigiam autocontrole.  Também aplicaram testes cognitivos que avaliavam a memória espacial, habilidade de multitarefa e a capacidade de inibir respostas indesejadas, o que coletivamente podem ser classificadas como funções executivas.
Descobriu-se que algumas habilidades e estratégias aumentaram a aderência do participante ao programa de exercícios. A habilidade de multitarefa e a capacidade de inibir respostas indesejadas contribuíram significativamente para a aderência por aumentar a auto-eficácia, bem como o uso mais freqüente de estratégias de autocontrole.
Esse estudo, publicado no American Journal of Preventive Medicineidentificou três estratégias para você aumentar sua auto-eficácia e começar a se exercitar: lembrar de sucessos anteriores, observar outros fazendo algo que você acha intimidador e recrutar o apoio de outras pessoas.
Como as habilidades cerebrais diminuem com a idade, o fato de elas influenciarem a aderência ao programa de exercícios mostra que os idosos seriam os maiores beneficiados ao adotarem as estratégias para melhorar sua auto-eficácia. Além disso, como uma habilidade cerebral melhora quanto mais a usamos, uma forma de melhorar a auto-eficácia seria através do desenvolvimento de atividades intelectuais específicas, como exercícios para o cérebro.