quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Disgrafia

A Disgrafia

A Disgrafia

Os testes são quase ilegíveis o que pode levar ao insucesso escolar



A disgrafia corresponde ao que muitas pessoas consideram “ter uma letra feia”. Isso acontece devido à criança ter dificuldades em recordar a grafia da letra. A escrita faz-se com um ritmo muito lento, porque há a tentativa de se tentar recordar de como se desenham as letras.

Neste movimento acaba por uni-las inadequadamente tornando-as ilegíveis. Assim, importa acentuar que a disgrafia não está associada a nenhum défice cognitivo. Algumas crianças com disgrafia possuem também disortografia, o que as leva a amontoar letras para esconder os erros ortográficos, mas nem todos os disgráficos são disortograficos.

Tipos de Disgrafia

Podemos encontrar dois tipos de disgrafia, motora ou perceptiva. Na disgrafia motora (também chamada discaligrafia, a criança não apresenta quaisquer problemas de linguagem e de leitura, mas sim na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números.

Os seus problemas situam-se ao nível da precisão nos movimentos necessários para escrever. Por seu turno, na disgrafia perceptiva, a criança não consegue estabelecer uma relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Este subtipo de disgrafia possui as características da dislexia, a diferença reside no facto de a dislexia estar associada à leitura e a disgrafia à escrita.

A avaliação é feita com recurso a testes psicológicos. No que respeita à intervenção, esta requer habitualmente um seguimento individualizado complementar ao apoio que possa ser prestado em meio escolar , que deverá ser feita por um psicólogo e/ou professor de educação especial.

Características da Disgrafia

O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas das que passamos a descrever :

- Lentidão na escrita.

- Letra ilegível.

- Escrita desorganizada.

- Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves.

- Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.

- Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha.

- Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).

- Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida.

- O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.

- Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

O que há a fazer ?

Os disgráficos, são alunos com Necessidades Educativas Especiais e deverão ser referenciados e mantidos ao abrigo do Decreto-Lei n.º 3/2008 no item “Alterações funcionais e estruturais de carácter permanente, domínio da comunicação/linguagem/fala “.

Poderá ser necessário elaborar um Programa Educativo Individual (PEI) do aluno, por forma a ajudá-lo a progredir na aprendizagem. As medidas educativas especiais incluem o apoio pedagógico individualizado e, muitas vezes, adequações no processo de avaliação (por exemplo, dar mais peso à expressão oral em detrimento da escrita).

Os pais e os professores devem evitar repreender a criança pelos seus fracassos, porque ela não tem culpa deste handicap. Ao invés há que a estimular no sentido de procurar maneiras para ultrapassar as dificuldades, reforçando-o positivamente (através do elogio) a cada sucesso.

Texto da autoria de Drª Teresa Paula Marques
Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil e do Adolescente

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