domingo, 13 de novembro de 2011


Fumar aumenta o risco de demência e Alzheimer

Fumar aumenta o risco de demência e AlzheimerO tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Só no Brasil estima-se que cerca de 200.000 mortes por ano são decorrentes do tabagismo, onde entre 13% e 25% das pessoas com mais de 15 anos de idade são fumantes.
Além das doenças geralmente associadas ao tabagismo, como o câncer de pulmão, infarto no miocárdio e derrame cerebral, vários estudos indicam que o vício do cigarro promove uma queda no desempenho do cérebro e aumenta o risco da pessoa desenvolver demência e doença de Alzheimer.
Estudos conduzidos com adultos e idosos comprovaram que fumantes possuem um pior desempenho cognitivo, como em memória, linguagem e rapidez de raciocínio, e também que o declínio dessas funções ocorre de maneira mais rápida. O cigarro aparentemente afeta a integridade microestrutural do cérebro, mas dados recentes sugerem que isso pode ser revertido com o tempo se a pessoa parar de fumar.
Na Europa foi realizada uma pesquisa com mais de 17.000 idosos classificados entre os que nunca fumaram, ex-fumantes e fumantes, com avaliações cognitivas anuais ao longo de 2 a 3 anos. Os resultados mostraram uma clara relação entre o consumo de cigarro e o ritmo de declínio cognitivo, ou seja, quanto mais cigarros consumidos por ano, maior era a queda no desempenho das funções cerebrais entre as avaliações. Para melhor compreendermos essa ordem de grandeza, os ex-fumantes tiveram o dobro do declino que os que nunca fumaram, enquanto que os fumantes tiveram um declínio 5 vezes maior.
Essa tendência se confirma também na população de meia idade. Umaoutra pesquisa realizada na Europa, com quase 2.000 pessoas entre 43 e 70 anos de idade ao longo de 5 anos, mostrou que o declínio do desempenho entre fumantes era 1,9 vezes maior em memória e 2,4 vezes maior em flexibilidade cognitiva, quando comparado às pessoas que nunca fumaram.
Uma análise, realizada por pesquisadores australianos, de mais de 19 estudos que associavam o tabagismo com demência e declínio cognitivo confirma as evidências anteriores. Além dos fumantes demonstrarem uma maior queda no desempenho cognitivo ao longo do tempo, eles também apresentam um maior risco de demência e de doença de Alzheimer.
A explicação dos mecanismos que levam a esses efeitos negativos do cigarro no cérebro ainda não está bem clara para a sociedade científica, porém um estudo recente ajuda a esclarecer esse enigma. Os resultados sugerem que o tabagismo afeta a integridade microestrutural da substância branca do cérebro, que é uma região de conectividade entre partes do sistema nervoso. Um dado interessante é que quanto mais tempo o ex-fumante estava sem fumar, menor era o efeito verificado. Pessoas que tinham parado de fumar há mais de 20 anos apresentavam resultados comparáveis aos que nunca tinham fumado, o que sugere que a integridade estrutural afetada pode ser recuperada com o tempo.
Esses estudos reforçam ainda mais os malefícios do cigarro e devem servir de motivação para as pessoas pararem de fumar. Existem várias iniciativas públicas e privadas para auxiliar fumantes a largarem o vício, entre elas um site mantido pelo Instituto Nacional do Câncer que oferece muitas orientações.
Lembre-se de que hábitos saudáveis são essenciais para o bom funcionamento do cérebro, entre eles o hábito de exercitar o seu cérebro, o que pode ser feito com o auxílio dos jogos do Cérebro Melhor.

Por que gastamos mais quando estamos relaxados

Por que gastamos mais quando estamos relaxadosUm cassino é tipicamente um lugar intencionalmente desconfortável. O teto é baixo, a luz é fraca e a poluição visual e sonora impera. Não há nem relógios visíveis para os apostadores perderem a noção do tempo. Uma verdadeira armadilha para tomar dinheiro.
Na última década, entretanto, os cassinos de ponta passaram por uma mudança dramática de conceito. Os espaços tornaram-se amplos, projetados para serem agradáveis, com decoração de bom gosto e repletos de flores. E essa mudança teve um efeito profundo nas receitas, proporcionando recordes de faturamento para os cassinos que adotaram esse novo conceito.
Esses cassinos descobriram empiricamente há algum tempo o que só recentemente um estudo conduzido por americanos e asiáticos acabou comprovando – pessoas que estão relaxadas gastam muito mais livremente do que aquelas que não estão muito à vontade.
Os pesquisadores induziram as mais de 670 pessoas avaliadas a determinados estados emocionais utilizando uma variedade de estímulos visuais e sonoros cuidadosamente escolhidos. Depois de serem induzidas a uma condição “relaxada” ou a uma “menos relaxada, mas igualmente agradável”, as pessoas foram solicitadas a avaliar o valor monetário de diversos produtos.
Em todos os seis experimentos conduzidos, as pessoas que se sentiam mais relaxadas atribuíam valores monetários mais elevados, ou seja, gastavam mais dinheiro. Num dos experimentos, as pessoas tinham que fazer ofertas para uma câmera digital através de um leilão simulado. Enquanto as que não estavam relaxadas fizeram ofertas que se aproximavam do valor de mercado da câmera, as que estavam relaxadas fizeram ofertas que, na média, eram 11% mais altas.
E isso não ocorria somente com câmeras. O mesmo efeito foi observado numa ampla variedade de produtos e serviços, de sorvetes a tratamentos de beleza. O sentimento de relaxamento até aumentou a vontade de experimentar atividades de risco, como saltar de bungee jump.
Por que o relaxamento nos torna mais propensos a gastar? É que quando nos sentimos seguros, somos mais capazes de concentrar nossa atenção em todas as potenciais recompensas em jogo. Ao invés de nos preocuparmos com o preço, contemplamos as vantagens de termos uma câmera sofisticada ou a emoção de cair em queda livre. Como os psicólogos demonstraram , as pessoas que estavam mais relaxadas representavam o valor dos produtos com um grau mais elevado de abstração, aumentando assim a percepção de valor desses produtos.
O mesmo conceito adotado pelos novos cassinos, enfatizando a importância do relaxamento, já vem sendo adotado por diversos outros tipos de estabelecimentos, desde hotéis a shopping centers. Lojas de luxo há tempos utilizam uma estética relaxante para fazer seus consumidores menos sensíveis aos preços extravagantes. Como resultado, acabam se preocupando menos com a fortuna paga por uma bolsa Luis Vuitton ou um relógio Rolex, e mais com as virtudes abstratas da marca.
Esse estudo nos faz pensar que pode ser uma má ideia ir às compras quando estamos de férias...