terça-feira, 28 de junho de 2011

Jogo: Nomeando as estruturas do aparelho fonador



http://www.cefala.org/fonologia/exercicios_estruturas.php

Jogo: Forca fonética


O objetivo do jogo e realizar a transcrição fonética correta da palavra enunciada.

http://www.cefala.org/fonologia/exercicios_forca.php

A criação de um amigo imaginário

A criação de um amigo imaginário
Entre os três e os cinco ou seis anos de idade, muitas são as crianças que têm um amigo imaginário. É através deste que conseguem lidar e livrar-se de sentimentos negativos. O amigo imaginário é alguém que está sempre disponível para brincar, que aceita t


Através do amigo imaginário, a criança controla diversos acontecimentos, sentindo-se importante e especial, algo que poderá não encontrar na sua vida familiar, escolar ou social. Muitos pais ficam preocupados com a existência destes “amiguinhos”, contudo, não há motivos para preocupações pois a criação do amigo imaginário é uma atitude normal, positiva e benéfica para desenvolvimento da criança.

O que é um amigo imaginário?
Enquanto brincam sozinhas, muitas crianças gostam de imaginar que têm um amigo invisível, com o qual falam, riem e até se zangam. O amigo imaginário pode surgir de dois modos. Pode ser um amigo invisível, que ninguém vê ou um objecto personificado, como um boneco, com o qual a criança interage como se fosse humano. Assim sendo, pode ser qualquer coisa ou não ser nada em concreto. Mas independentemente de se ver ou não, de ser ou não palpável, o amigo imaginário é um recurso para que as crianças possam compreender todos os sentimentos que despertam nesta fase das suas vidas.
Apesar das crianças afirmarem que este amigo existe mesmo, que é de verdade, e de inclusivamente lhe atribuírem um nome, a criança tem consciência que, na verdade, ele é fruto da sua imaginação.

Qual a necessidade da criança criar um amigo imaginário?
É com o amigo imaginário que as crianças costumam partilhar os acontecimentos do dia-a-dia, brincar, conversar e discutir determinadas situações. Muitas delas acabam por se chatear com o seu amiguinho quando se sentem contrariados. Estes amigos permitem que as crianças partilhem as suas alegrias e, sobretudo as suas tristezas, e muitos outros sentimentos que não conseguem dividir com mais ninguém.
Embora tenham consciência de que o amigo imaginário não passa de uma fantasia sua, de uma criação da sua imaginação, usam-no como um recurso para se desenvolverem e lidarem com medos, frustrações, angústias, raiva, inveja, ciúmes e preocupações, servindo deste modo, para dar segurança à criança. Este é então um modo positivo que a criança arranjou para lidar com o seu mundo e se livrar de alguns sofrimentos.
Ao existir um amigo imaginário, a criança sente-se capaz de controlar diversas situações, uma vez que neste contexto ela tem a oportunidade para exercer a sua vontade, ter autoridade e dar ordens, algo que é impossível fazer perante os amigos reais, os irmãos e até mesmo os adultos.

Quais os benefícios?
É de referir que o amigo imaginário é uma demonstração das capacidades da criança para explorar e expandir a sua criatividade e imaginação. Visto que a imaginação é uma capacidade básica de todos os seres humanos para criar imagens, pensamentos e fantasias, é bastante benéfico que a criança tenha a aptidão para criar um amigo imaginário. O “faz de conta” é sinal de que a criança está a desenvolver a sua imaginação e, deste modo, a crescer de modo normal e saudável. Com isto, a criança tem a capacidade de reconhecer a diferença entre fantasia e realidade. Começa também a adquirir mais confiança em si própria, sentir-se-á mais forte e confiante, o que favorecerá a sua auto-estima, irá desenvolver habilidades sociais e passará a entender melhor o ponto de vista dos outros. Estes amigos imaginários podem ajudar no desenvolvimento da fluência da linguagem e a um futuro desempenho escolar positivo.

O que pode levar uma criança a criar este amigo?
Podem ser vários os motivos que levam uma criança a criar um amigo imaginário. Esta atitude pode ser desencadeada por mudanças de hábitos ou rotinas e situações de stress e ansiedade, como o nascimento de um irmão, o divórcio dos pais, a morte de um ente querido, a mudança de escola, a mudança de residência, a substituição de um professor, entre outros. Todos estes acontecimentos geram angústia na criança e, na impossibilidade de lidar com tais situações, cria o seu amigo imaginário para partilhar essas angústias. Existem certos factores que geram angústias, como o medo do escuro, a solidão e o abandono. Nestes casos, o amigo imaginário irá fazer companhia à criança, preenchendo um pouco o vazio que se apodera da criança.

Como devem os pais lidar com esta fantasia?
Quando os pais se apercebem que o seu filho tem um amigo imaginário com o qual fala e interage constantemente, ficam preocupados. Mas não há motivo para tais inquietações. Muito pelo contrário. Esta é uma atitude perfeitamente normal. Em idade pré-escolar as crianças precisam imaginar e criar o seu mundo de fantasia. Quando as crianças brincam ou falam com o seu amigo imaginário, os pais não devem interferir, a não ser que sejam solicitados para tal. Devem apenas observar e ouvir o que a criança diz e estar atentos aos seus gestos e atitudes. Se existir alguma problemática, é nestes momentos que a irão detectar e, desta forma, compreender e ajudar a criança. Também não devem incentivar ou reforçar a existência do amigo imaginário, pois, caso contrário, irá gerar-se confusão na cabeça da criança, uma vez que ela sabe e tem consciência de que este amigo é apenas imaginação sua. Se os pais tratarem o amigo imaginário da criança como real, esta deixará de conseguir discriminar o que é real daquilo que é fantasioso. Outra atitude errada será a repreensão ou a ridicularização. Nestes casos, a criança sentir-se-á desrespeitada e confrontada e, como consequência, frustrada e triste.

Quais os sinais de preocupação?
Os pais deverão estar atentos ao grau de interferência causado pela existência do amigo imaginário, uma vez que este não poderá prejudicar o normal desenvolvimento da criança. Será motivo para preocupação quando a criança integra o seu amigo em todas as actividades do seu dia-a-dia, quando ela apresenta dificuldades em sociabilizar com as outras crianças, quando prefere brincar com o amigo imaginário do que como os amigos reais e quando evita o contacto com outros meninos.
Como referi anteriormente, a idade para a existência deste amigo imaginário decorre no período da idade pré-escolar, entre os três e os cinco ou seis anos de idade, contudo, há crianças que não se desvinculam dele e a sua existência persiste por muito mais tempo. Em certos casos, o amigo imaginário começa a assumir proporções fantasmáticas e, assim sendo, passa a amedrontar e a controlar a criança, levando esta a sofrer bastante. Os pais deverão estar sempre atentos à interacção que a criança estabelece com esse amigo.
Em qualquer um dos casos mencionados, os pais deverão recorrer a uma ajuda especializada, como um psicólogo.

Texto: Dra. Catarina Leal, Psicóloga Educacional


Línguas estrangeiras


Línguas estrangeiras


Quanto mais novas forem as crianças, maior é a facilidade de aprendizagem de uma nova língua.



Isto deve-se a factores de ordem biológica e psicológica, uma vez que o ritmo de assimilação se desenvolve com maior eficácia nesta faixa etária, podendo tornar o conhecimento das crianças muito mais sólido.

Texto: Dra. Catarina Leal, psicóloga educacional

Verifica-se cada vez mais no ensino pré-escolar a aprendizagem da língua inglesa, sendo esta uma actividade extra-curricular. Quanto mais cedo se der o contacto por parte das crianças com uma língua diferente, mais facilmente será a aquisição de um vocabulário mais extenso e uma pronúncia mais correcta.

Tendo em conta o mundo actual em que vivemos e perante diversas culturas e pessoas oriundas de todas as partes do mundo, a maioria dos pais concorda que os seus educandos necessitam de aprender uma língua estrangeira, nomeadamente o inglês, para poderem estar inseridos nesta sociedade.

Além disto, face ao mercado de trabalho, é-nos cada vez mais exigido a aquisição de uma segunda língua. Hoje em dia, o acesso à informação está disponível através de diversos veículos de comunicação, em várias línguas.

Mesmo que muitas crianças não tenham a oportunidade de estudar de maneira aprofundada novos idiomas, estas têm acesso às várias línguas, nomeadamente o inglês, através do computador, da televisão, em músicas, filmes e jogos computorizados.

Como se pode verificar, não podemos negar que actualmente vivemos cercados por diversos idiomas, sendo fulcral a aprendizagem de uma segunda língua. Para além disso, a aprendizagem de novos idiomas contribui para uma melhor compreensão e respeito mútuo entre indivíduos de diferentes nacionalidades.

Todas as crianças aprendem novas línguas porque necessitam das mesmas e lembram-se mais facilmente de vocabulário e/ou expressões, uma vez que se deparam com estes em situações do seu dia-a-dia. De facto, pode-se afirmar que as crianças usam todos os seus sentidos para aprender, sendo activas, questionando tudo aquilo que as rodeia e aprendendo ao testar as suas hipóteses acerca do mundo do qual fazem parte.


Aquisição de novos idiomas
Há quem questione qual a idade apropriada para se dar a aprendizagem de uma língua estrangeira. Muitos julgam que, se essa aprendizagem se der demasiado cedo, isso poderá prejudicar a alfabetização da criança e poderá surgir confusão entre palavras semelhantes.

Contudo, na minha opinião, essa aprendizagem deve ser iniciada na primeira infância, ou seja, a partir dos quatro anos de idade, fase em que as crianças começam a apresentar maiores capacidades cognitivas que lhes permitem obter uma maior flexibilidade e plasticidade a nível dos esquemas cerebrais que lhes permite a aquisição de conhecimentos.

Quanto mais precocemente a criança começar a conviver com um segundo idioma, melhor será a sua capacidade de aprendizagem e a sua facilidade de abstracção, o que permitirá uma melhor qualidade de fluência.

Durante a primeira infância, é mais fácil para a criança aplicar correctamente os parâmetros fonológicos e de pronúncia, pois apresentam uma maior predisposição na percepção do som de outra língua. No entanto, só estão aptos para distinguir determinados detalhes mais tarde.

Não se deve ter em conta apenas a faixa etária da criança, mas também há que dar igual relevância ao desenvolvimento pessoal e cultural de cada uma, bem como ao seu nível de desenvolvimento cognitivo, psicológico e social.

Como ensinar novos idiomas na primeira infância
Para as crianças com esta idade, os novos idiomas deverão ser trabalhados de uma forma mais lúdica, de modo a familiarizá-las com a língua estrangeira. No entanto, as habilidades de ler e escrever só serão trabalhadas após a criança ser alfabetizada em português.

Como tal, aqueles que receiam a existência de problemas na aprendizagem de uma segunda língua, não têm motivo para essa preocupação. Exemplo disso, são os filhos de pais com nacionalidades diferentes onde se verifica que não existe interferência na prática dos dois idiomas em simultâneo.

Muitos agentes educativos consideram que a aquisição de conhecimentos não é possível através de actividades lúdicas e dinâmicas, o que considero erróneo.

Na verdade, sobretudo aquando da aquisição de uma nova língua, as crianças adquirem com maior facilidade os conhecimentos quando estes são transmitidos através de brincadeiras, jogos, objectos referenciados e material audiovisual.

Segundo a experiência de quem lecciona uma língua estrangeira a crianças em idade pré-escolar, é fundamental também o recurso a comunicação não verbal, nomeadamente, gestos.

Todos estes elementos são uma fonte de motivação, interesse e divertimento para as crianças. Quando a língua estrangeira é apresentada como forma de diversão, as crianças passam a ser estimuladas e desenvolvem uma excelente capacidade de concentração.


Concluindo…
Familiarizar as crianças a partir dos quatro anos de idade com uma língua estrangeira é construir um caminho comunicativo para que estas, futuramente, sejam capazes de transmitir e assimilar de forma mais perspicaz o conhecimento da sociedade e do mundo em que vive. Esta aprendizagem, quando adquirida desde cedo, permite à criança que esta construa o seu próprio conhecimento, ajudando-a à integração na sociedade actual como um agente transformador e construtor.


DESTAQUES

Quanto mais novas forem as crianças, maior é a facilidade de aprendizagem de uma outra língua

Tendo em conta o mundo actual em que vivemos e perante diversas culturas e pessoas oriundas de todas as partes do mundo, a maioria dos pais concorda que, os seus educandos, necessitam aprender uma língua estrangeira

Essa aprendizagem deve ser iniciada na primeira infância, ou seja, a partir dos quatro anos de idade, fase em que as crianças começam a apresentar maiores capacidades cognitivas que lhes permitem obter uma maior flexibilidade e plasticidade a nível dos esquemas cerebrais

Para as crianças com esta idade, os novos idiomas deverão ser trabalhados de uma forma mais lúdica, de modo a familiarizá-las com a nova língua

Sapo Família

Os brinquedos e o desenvolvimento infantil

Os brinquedos e o desenvolvimento infantil


O cérebro de um ser humano está mais activo nos primeiros três anos de vida, durante os quais crescerá até 80% do seu tamanho adulto.



As relações e as experiências que ocorrem nos primeiros anos de vida têm um grande impacto no futuro da criança.

O potencial de desenvolvimento é em grande parte moldado pelo contexto físico e social, pelo que o contexto envolvente de um bebé ou criança deve, por isso, ser apelativo, interessante e encorajador, devendo adaptar-se as oportunidades de aprendizagem ao nível de desenvolvimento da criança.

Nascimento – 6 Meses

Desenvolvimento
Nos primeiros meses de vida o bebé procura explorar, conhecer e interagir com o novo mundo que o rodeia. Para atingir tal objectivo o bebé precisa de se sentir seguro e confortável, contando com os seus adultos cuidadores para tal.

Sentido-se confiantes, porque se sentem em segurança, os bebés aprendem com maior facilidade e estão melhor preparados para o estabelecimento de novas relações.

Envolver-se com o bebé em brincadeira que envolvam o toque, para além de fortalecerem o laço afectivo entre o adulto cuidador e o bebé, ajudam-no a sentir-se amado e em segurança.

Perto dos 6 meses o bebé pega nos objectos, observa-os atentamente, transfere-os de uma mão para a outra e leva-os até à boca, como forma essencial de aprendizagem.

A estimulação sensorial do bebé é um meio por execelência para o processo de aprendizagem precoce. Assim, a estimulação sensorial principalmente, estimulação táctil, visual e auditiva é, por excelência, um veículo para a aprendizagem.


Brinquedos

Nesta fase o bebé necessita essencialmente de objectos de brincadeira, que possibilitem partilhar brincadeiras com o adulto. Esses objectos devem servir para estimular a curiosidade, a atenção e o interesse do bebé pela descoberta.

Sugerem-se bolas, lenços, chocalhos. Os bebés preferem cores fortes e de grande contraste, sabendo-se que o vermelho é a primeira cor que o bebé consegue discriminar.

Existem também bonecos e tapetes de actividades que apresentam diferentes texturas e sons, sendo óptimos para a estimulação táctil, visual e auditiva.

6 meses – 12 meses

Desenvolvimento
O bebé manifesta a sua inteligência quando coordena meios (acções) para atingir determinados objectivos, compreendendo que as suas acções produzem impacto sobre os objectos e o mundo que o rodeia.

Nesta fase,tomando contacto com a noção de causa e efeito, o bebé tem oportunidade de aprender como funciona o mundo. É notório o aumento da intencionalidade nas suas acções.

A sua capacidade de comunição evolui sendo que, mesmo sem falar, o bebé comunicará através de gestos e sons, transmitindo necessidades, vontades e mesmo sentimentos.

É por isso importante que o adulto esteja atento aos sinais veiculados pelo bebé, procurando dar-lhe respostas adequadas. Deste modo, ele sentirá que aquilo que tem para dizer é importante, fomentando-se o desenvolvimento da sua auto-estima.

Por volta dos 12 meses, começa a tornar-se evidente a noção de permanência de objecto, ou seja, o bebé compreende que o objecto ou pessoa, continuam a existir mesmo quando os deixa de ver.


Brinquedos
Nesta faixa etária os brinquedos oferecidos ao bebé deverão reforçar a crescente intencionalidade das suas acções. Brinquedos que rolam, como bolas ou chocalhos em forma de tubo e brinquedos que quando manipulados, abanados ou apertados, produzam sons, são uma boa opção.

12-24 meses

Desenvolvimento
Nesta fase, a criança é um verdadeiro cientista, procurando resolver problemas de forma eficaz, equilibrando as suas descobertas entre tempos de atenção reduzidos e níveis elevados de energia.

O desenvolvimento da linguagem é um processo complexo que inclui compreender conceitos e produzir sons e palavras. A estimulação de competências linguisticas é importante no sentido que estas favorecem o estabelecimento de relações sociais positivas e uma comunicação eficaz.


Brinquedos
Para estimular a motricidade fina do bebé, treinar categorizações simples e fomentar a linguagem, brinquedos de encaixe (como cubos com peças geométricas para intruduzir), construções (como legos de grandes peças) e puzzles elementares, são bons companheiros de brincadeira.

É útil seleccionar, nesta fase de desenvolvimento, brinquedos que promovam a linguagem, nomeadamente a apreensão de conceitos simples.

Para além dos livros, úteis tanto pelas imagens que revelam conceitos, como pela própria leitura da história, a criança apreciará brincar, por exemplo, com bolas (grandes e pequenas), com tambores (barulhentos e silenciosos), com formas (fofas e duras).

2 – 3 anos

Desenvolvimento
Durante o segundo ano, a aprendizagem através da imitação dos pares conduz a um rápido desenvolvimento. Nesta fase a criança começa a ser capaz de pensar criativamente e de estabelecer relações lógicas entre as suas ideias.

Com a emergência do pensamento simbólico, em que uma bola se transforma num ovo ou uma corda numa minhoca, as brincadeiras “faz de conta” são frequentes.


Brinquedos
Nesta idade, devem ser eleitos brinquedos que permitam estimular o pensamento simbólico. As crianças adoram brincar com modelos de alimentos, roupas e acessórios, bonecos que representem outras pessoas.

Uma vez que a criança começa a ser capaz de antever padrões rítmicos, alguns instrumentos musicias, como maracas, tambores, castanholas ou apitos, são brinquedos de eleição.

A exploração, repetição e antecipação de padrões rítmicos influencia o pensamento lógico, essencial para aprendizagem, entre outras áreas, da matemática. O contacto com os sons produzidos pelos diferentes instrumentos e com musicas de diferentes estilos musicais, possibilita estimular também a coordenação motora e a consciância corporal.

A plasticina, embora possa ser introduzida anteriormente, sendo uma óptima forma de introdução à exploração artistica, pode apelar neste estadio de desenvolvimento às competências de pensamento simbólico e à criatividade. Uma bola de plasticina pode assumir uma infinidade de formas, das quais poderão brotar inúmeras histórias.

3-5 anos

Desenvolvimento
Neste período, a criança relaciona-se com o mundo, não apenas, através de acções motoras e sensoriais, mas essencialmente através de acções mentais, simbólicas ou representativas, de forma progressivamente mais abstracta.

As “tarefas” desenvolvimentistas desta fase são sobretudo emocionais e sociais, sendo que os grupos de pares assumem então um importante papel. A criança aprende padrões de comportamento através dos seus companheiros e sente espaço para experimentar os seus próprios comportamentos.

Brinquedos
Realçando o papel das outras crianças nesta fase, importa proporcionar-lhes oportunidades para compreenderem a cooperação, a negociação, o compromisso e o auto-controlo. Brincar às escondidas, à barra do lenço ou às corridas de três pernas, envolvem poucos
“brinquedos”, mas são brincadeiras verdadeiramente ricas.

Os livros continuam a ser bons parceiros de brincadeira, mesmo em grupo – sugerir o que acontece a seguir, fazer de conta que se é uma das personagens da história...

No final da idade pré-escolar, existem também inúmeros jogos que apelam à memória, ao pensamento lógico, à coordenação motora e que as crianças apreciam realizar, nomeadamente jogos de cartas, labirintos e jogos de diferenças.

Depois de adequar o brinquedo e a brincadeira à fase de desenvolvimento em que a criança se encontra, aprecie o simples prazer de ser companheiro de brincadeira do bebé ou criança.

Sapo Familia

quinta-feira, 23 de junho de 2011

As crianças e os primeiros “rabiscos”


As crianças e os primeiros “rabiscos”


A importância para o seu desenvolvimento



Os desenhos infantis são considerados como signos e esquemas concretos, através dos quais a criança procura um significado. É através do desenho que a criança comunica, uma vez que o desenho representa aquilo que está a pensar e aquilo que quer dizer, mas que não consegue.

É importante que os adultos, nomeadamente pais e educadores, estejam atentos aos desejos realizados pelas crianças e que sejam capazes de compreender aquilo que elas querem transmitir com esses desenhos. Conforme a criança vai crescendo e desenvolvendo, o tipo de desenho vai variando e, gradualmente, melhorando, passando de rabiscos a desenhos com formas perceptíveis.
Entende-se por desenho uma representação gráfica de um objecto real ou imaginário, ou de uma ideia abstracta. Como se sabe, o desenho é utilizado como forma de comunicação desde a pré-história, quando os homens primitivos utilizavam figuras que desenhavam nas rochas para manifestar as suas ideias e pensamentos. A criança faz precisamente o mesmo. É por volta dos doze meses que esta começa a desenhar, sob a forma de rabiscos ou garatujas, o que lhe dá um enorme prazer e sentimento de liberdade.

“O desenho infantil traduz aquilo que a criança pensa, deseja e sente e, é através dele que a criança se poderá exprimir e comunicar”

Os primeiros desenhos que a criança realiza, os rabiscos ou garatujas, partem de impulsos, ou seja, a criança vai desenhando sem pensar no que está a fazer. Só mais tarde, por volta dos três anos, é que desenvolve e adquire essa capacidade. Os seus primeiros desenhos, as garatujas, são vistos por si como uma acção realizada sobre uma superfície e sente prazer ao verificar os efeitos visuais resultantes dessa sua acção.
O desenho infantil traduz aquilo que a criança pensa, deseja e sente, e é através dele que a criança se poderá exprimir e comunicar, uma vez que, numa fase inicial, não o consegue fazer através da linguagem e da escrita. Ao observarmos o desenho elaborado por uma criança, é possível analisar a sua personalidade, o seu temperamento, bem como as suas necessidades. É igualmente possível descobrir e reconhecer as fases pelas quais a criança está a passar e identificar as suas dificuldades. Isto é possível uma vez que cada traço, cada forma e cada objecto, bem como a cor utilizada e a pressão utilizada ao desenhar têm um significado. No fundo, faz-se uma análise e interpretação do desenho infantil, sendo esta uma forma de conhecer melhor a criança. Muitos psicólogos utilizam o desenho como teste de inteligência e como forma de interpretar comportamentos ou sentimentos manifestados pela criança.
Para além de uma forma de expressão e de comunicação, o desenho é visto pela criança como uma forma de brincar e ainda como a hipótese que ela tem de registar e imprimir tudo aquilo que ela observa à sua volta, ou seja, a realidade.

“Ao observarmos o desenho elaborado por uma criança é possível analisar a sua personalidade, o seu temperamento, bem como as suas necessidades”

Importância do desenho infantil
Visto que o desenho é uma actividade espontânea, este não deverá ser criticado mas, pelo contrário, deve ser elogiado, mesmo na fase inicial. Não podemos descurar o ritmo próprio de cada criança. É fundamental que a criança seja incentivada a desenhar, mesmo que faça apenas rabiscos, porque mais tarde estes evoluirão para formas mais reconhecíveis. Quanto mais a criança desenhar, mais rapidamente se aperfeiçoará e maiores serão os benefícios a nível de desenvolvimento. Neste sentido, o desejo infantil permite que a criança evolua a nível da motricidade fina, da escrita, da criatividade, da exteriorização das emoções e sentimentos, da confiança em si própria e da formação da personalidade. Os pais e educadores deverão facultar à criança o contacto com outros desenhos ou obras de arte e sugerir-lhe que desenhe a partir de diversas observações, como objectos e pessoas. Desta forma, a criança vai poder assimilar diversas informações que lhe permitirão enriquecer o seu grafismo. Não se deve exigir um determinado tipo de desenho, uma vez que este deverá ser livre.

“Visto que o desenho é uma actividade espontânea, este não deverá ser criticado mas, pelo contrário, ser elogiado, mesmo na fase da garatuja”

Evolução do desenho infantil
O desenho marca o desenvolvimento da infância porém, em cada estágio, o desenho assume um carácter próprio. São estes estágios do desenvolvimento que definem maneiras de desenhar que são similares em todas as crianças, apesar das diferenças individuais. O desenho infantil vai, então, tomando formas diferentes conforme o crescimento e desenvolvimento da criança. Em cada fase de desenvolvimento, a criança adquire novas capacidades, contudo cada criança possui o seu ritmo de aprendizagem e, como tal, a evolução do desenho infantil pode variar de criança para criança. O desenvolvimento progressivo do desenho realizado pela criança implica diversas mudanças significativas. Inicialmente, existe uma passagem dos rabiscos para construções ordenadas, começando por aparecer os primeiros símbolos. Posteriormente, a criança já é capaz de representar a realidade através dos seus desenhos.
Entre os doze meses e os dois anos o desenho da criança é representado por rabiscos mas, posteriormente, os traços orientam-se e vão ganhando forma. Os rabiscos apresentam formatos com liberdade e a coordenação do movimento ao desenhar é um pouco desajeitada. A partir dos dois anos, a criança já começa a conseguir segurar o lápis ou a caneta com mais firmeza. Até aqui, experimenta mais do que se exprime, mas por volta dos três anos de idade ela já se exprime através dos desenhos que faz. Nesta fase, ela já consegue dizer aquilo que vai desenhar, ou seja, pensa antes de executar o desenho. Cerca dos quatro anos a criança já consegue utilizar as cores correctas, isto é, já escolhe as cores em função da realidade.

“Quanto mais a criança desenhar, mais rapidamente se aperfeiçoará e maiores serão os benefícios a nível de desenvolvimento”


As crianças esquerdinas

As crianças esquerdinas


Num mundo criado para dextros



Em casa, na escola, no trabalho...todo o mundo foi concebido para os dextros. Todavia, especialmente quando pequenas, as crianças esquerdinas sofrem algumas dificuldades de adaptação. Têm de enfrentar constantemente um ambiente que para elas funciona ao contrário. Tarefas simples como abrir uma torneira ou utilizar uma tesoura podem exigir um maior esforço de adaptabilidade da criança.

Embora hoje em dia os esquerdinos já sejam considerados crianças normais e não sejam sujeitos a verdadeiras torturas como outrora, em que os professores lhes atavam a mão esquerda atrás das costas para que não a utilizassem e lhes davam castigos, se escrevessem com ela, a verdade é que apenas esses comportamentos mudaram, o mundo contínua a ser concebido para os dextros sem se pensar nos esquerdinos.

Actualmente não se considera haver nada de “errado” com a criança esquerdina
Ser esquerdino não decorre de qualquer deficiência, ser doente ou ter algum atraso, trata-se apenas de uma estruturação neurológica, a nível cerebral, que se estruturou naturalmente de uma dada forma. Os esquerdinos são crianças/adultos absolutamente normais. Nos primeiros meses de vida, a criança é ambidextra, pois apresenta a mesma habilidade em ambas as mãos. Mais tarde, a criança apresenta uma certa preferência utilizando uma das mãos ou um dos pés quando chuta uma bola. A lateralidade só se instala definitivamente entre os 6 e os 8 anos. A lateralidade – a preferência por uma das mãos, por um dos pés, por um dos olhos ou por um dos ouvidos – apesar de inata, instala-se progressivamente. A tendência para utilizar uma das mãos surge habitualmente a partir dos 12 meses, mas só começa a definir-se cerca dos 5 anos. Esta preferência é determinada pela assimetria cerebral. O cérebro tem dois hemisférios com funções definidas e nos dextros o hemisfério predominante é o esquerdo enquanto nos esquerdinos é o direito. Esta assimetria determina a lateralização.

Contornar as dificuldades
Segundo os especialistas, cerca de trinta por cento dos humanos é esquerdino e existem adultos em que foi contrariada a sua lateralidade. Hoje, aconselha-se os pais a que deixem que a criança eleja a sua mão preferida. Quando são obrigadas a usar a direita, muitas destas crianças convertem-se em esquerdinos encobertos. Por outras palavras, crianças com problemas de lateralização que podem ser associados a dificuldades na aprendizagem, dificuldades de socialização, entre outros. As crianças esquerdinas sentem geralmente as primeiras dificuldades aquando o seu ingresso no infantário. Nos trabalhos manuais, a falta de utensílios adequados, visto a maior parte do material ser concebido para os alunos dextros, pode levar a que sejam mais lentos que os seus companheiros. Como nesta idade ainda não são capazes de reconhecer as causas das suas limitações, podem sentir-se inferiores e menos inteligentes que os colegas, sendo necessário uma atenção especial por parte dos educadores e por vezes um apoio mais individualizado. A criança esquerdina pode apresentar-se ansiosa e frustrada por não conseguir executar um trabalho tão rápido como os seus colegas dextros. Mais tarde, aquando a aprendizagem da escrita, as crianças esquerdinas podem escrever com traço inseguro, letra pequena e, até invertida. É ainda de referir que durante os primeiros anos têm tendência a adoptar uma má postura na carteira ou na secretária de trabalho, adoptando posições que se vão reflectindo em dores musculares. Para contornar algumas destas primeiras dificuldades os educadores devem:
- Se a criança tiver que se sentar numa carteira ou mesa com outro colega, devem coloca-la à esquerda para evitar que esteja sempre a bater com o cotovelo no colega enquanto escreve ou desenha.
- Devem ensinar a criança a colocar o caderno ou folha ligeiramente inclinado para a direita.
- Ensinar a criança a segurar o papel com a ponta dos dedos da mão direita.
- Ensinar a criança a agarrar o lápis ou a caneta um pouco mais longe do que os colegas para não “esborratarem” o que escreveram ou pintaram.

“A verdade é que apenas esses comportamentos mudaram, o mundo contínua a ser concebido para os dextros sem se pensar nos esquerdinos”

Será o meu filho esquerdino?
Como dissemos, a lateralidade só se considera instalada entre os 6 e 8 anos, muito embora os pais possam identificar sintomas mais cedo. Entre eles convém observar:
- Qual a mão que a criança estende primeiro para apanhar um brinquedo
- Qual a mão com que leva uma bolacha à boca
- Qual a mão com que empurra um carrinho e qual usa para agarrar ou arremessar a bola
- Para que lado se vira quando o chamamos e está de costas
- Que olho utiliza para ver através de um canudo
- Com que pé começa a subir as escadas
- Com que pé chuta a bola

Hoje, aconselha-se os pais a que deixem que a criança eleja a sua mão preferida

Conselhos aos pais
É importante que apoiem a criança na sua lateralidade. Sempre que possível, devem comprar materiais adequados em lojas especializadas.
Também devem evitar dizer que a criança é canhota, pois isso pode ferir e baixar a sua auto-estima. Amor e compreensão são muito importantes, nos primeiros anos para que a criança se desenvolva de forma saudável.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vídeo Reflexos do recém nascido


Desenvolvimento Psicomotor

Desenvolvimento do bebê
(clique na imagem para ampliá-la)

Desenvolvimento Psicomotor do bebê no primeiro ano de vida

Psico – Domínio Psíquico, faz parte a memória o pensamento, a motivação, a vontade, entre outros.

Motricidade – qualidade humana que torna possível a produção de comportamentos diversificados

· Movimentos

· Funções posturais;

· Função tónica (contracção da musculatura);

· Equilíbrio;

· Agilidade.

Psicomotricidade- é a conjunção das funções psicológicas com as funções físicas ou motoras. No início da vida, tudo assenta na motricidade, mas ao longa da vida começa a existir relação entre as funções psicológicas e as psicomotoras.

2 tipos de células

Motoras

Sensoriais

De início, estes dois tipos de células, estão misturas, progressivamente as células motoras e as células sensoriais agrupam-se – Mielinização.

Sinapse- passagem de informação de um célula para a outra.

Wallon afirmou que o movimento é o despotador do desenvolvimento das emoções e da consciência do ser humano, sendo a emoção uma ligação entre o funcionamento fisiológico e psicológico.

Centros Nervosos que Comandam o Movimento

Encontram-se em desenvolvimento ao longo do crescimento, são eles:

  • Sistema piramidal
  • Sistema extra-piramidal
  • Sistema cerebeloso

Sistema Cerebeloso

· Está intimamente ligado com o equilíbrio e a postura (sem este sistema não podemos andar correctamente)

· É fundamental em relação à harmonia do movimento;

· Intervém em relação à isostenia (intensidade e a força necessárias para executar o movimento - esta capacidade é treinável).

· Na infância é essencial consciencializar a criança em relação ao movimento se não pode levar à realizada errada de movimento, como andar, escrever, etc.

Lesões do sistema cerebeloso

· O equilíbrio e a postura podem ser afectados

· Pode afectar a harmonia e a adaptabilidade do movimento

· Hipotonias e tremores

· Movimentos anormais.

Sistema Extra-piramidal

· Está na origem dos movimentos reflexos que estão presentes depois do nascimento e até antes do mesmo. Dentro destes estão:

o Os movimentos reflexos

o Os movimentos automatizados (nadar, escrever, etc) – movimentos que foram alvo de aprendizagem;

o Os movimentos expressivos - expressão mímica.

o Movimentos associados (andar e mover os braços, falar e mover as mãos)

Lesões do sistema extra-piramidal

Zona mais velha: Palco-striatum

· Acentuação da tonicidade muscular – contratura dos msuculos

· Surgimento de tremores;

· Movimentos bizarros quer na face, quer em segmentos maiores do corpo.

Zona mais recente: Neo-stiatum.

· Hipotonia (uma parte do corpo que perde a força, ex: perda da força do braço tendo de o trazer ao peito).

· Movimentos anormais e ou estranhos.


Sistema Piramidal

córtex - controla todo o movimento a partir dos dois anos:

· Controla os movimentos voluntários;

· Permite relacionar a ideia com a acção;

· Permite dirigir o movimento apra atingir um determinado fim;

· Permite a prática de movimentos complexos e organizados, com objectivo

o práxias (os bebés não possuem esta capacidade) – actividade motora intensional controlada psiquicamente.

· Controla a motricidade fina;

· Associação da ideia do movimento para determinado fim – sistema ideocinético.

Lesões do sistema piramidal

· Perturbações ao nível dos movimentos voluntários;

· Os músculos extensores podem sofrer hipertonia (é a capacidade que de resistência que o musculo oferece)

· Pode existir falha no sistema ideocinético, ou seja, existe capacidade de imaginação da acção mas não existe capacidade de a reproduzir fisicamente;

· Podem surgir movimentos involuntários e incontroláveis. (sincinésias)


Desenvolvimento Psicobiológico

Cada pessoa reage de maneira diferente:

Funções clónicas - alongamento e encurtamento simultâneo das suas miofribilhas (ex: dobrar o braço)

Funções tónicas - manutenção de uma certa tensão muscular (ex: manter o braço esticado)

Existe um predomínio das funções tónicas no início da vida.

Alotonia: Há uma hipertonia dos membros superiores e inferiores e há uma hipotonia da musculatura das costas e do pescoço.

Sensações, ou dados, interioceptivas: tonicidade visceral; carência – satisfação; choro-riso;

Sensações exteroceptivas: relação com o espaço envolvente; evolução perceptivo-motora

Sensações proprioceptivas: noção de superfície corporal, evolução motora, sentido quinestésico.

Piaget defende que já nascemos com comportamentos reflexos.

O Movimento

E o deslocamento no espaço de uma carga afectiva, que se apresenta de 3formas:

1. Deslocamentos passivos ou exógenos: opor à força da gravidade;

2. Deslocamentos activos ou autógenos: como resposta aos estímulos exteriores, através da mão ou do seu corpo;

3. Deslocamentos dos segmentos corporais: como reacção afectiva ao mundo cada vez mais diferenciado.