segunda-feira, 9 de maio de 2011

Neuroplasticidade Cerebral e a Afasia

As Afasias ocorrem em consequências de lesões cerebrais e/ou acidentes encefálicos como: as embolias, os aneurismas, as tomboses, os infartos, os tumores cerebrais e as doença degenerativas. Na Afasia o indivíduo não tem comando sobre a sua forma de exteriorização verbal (Jakubovicz, 1992).Em todos os tipos de afasia há o comprometimento da linguagem, seja ele de maior ou menor grau. Segundo Mac Kay (1998), as Afasias são classicadas em:

Afasia de Brocca: é decorrente de lesão na parte inferior da terceira circunvolução frontal do Hemisfério Esquerdo. É considerado uma afasia não fluente, não há linguagem expressiva, há presença de fala laboriosa e com significado, presença de agramatismo, pausas de grau variado, anomia, reconhecimento das incorreções da fala, melhor perfomance na leitura do que na escrita, problemas de compreensão de gra mais leve.

Afasia de Wernicke: é a Afasia que tem como causa mais conhecida a lesão no córtex auditivo de associação, no giro superior do lobo temporal do Hemisfério Esquerdo. É uma Afasia fluente mas com déficit na compreensão. Há fala fluente com aparente gramaticalidade (melodia e ritmos adequados): jargonofasia, dificuldade em traduzir os pensamentos e palavras; problemas moderados de leitura e escrita. O paciente sente que há algo errado em sua fala, mas não tem certeza qual é o problema.

Afasia do tipo surdez pura a palavra: a causa mais conhecida é a lesão que desconecta o córtex auditivo primário, dos Hemisfério Direito e Esquerdo, do córtex auditivo de associação, neste caso a pessoa não compreende a fala do outro, mas pode traduzir seus pensamentos em palavras.

Afasia Global: é a que tem como causa mais comum uma lesão extensa e lesão na substância branca periventricular frontoparietal. Fala laboriosa, e não fluente, anomia, possível presença de dispraxia, dificuldades na compreensão saõ os sinais mais comuns desse tipo de Afasia.

Afasia de Condução: é ocasionada por lesão que rompe os axõnios que conecta a área de Wernicke com a área de Broca. Caracteriza-se pela dificuldade que a pessoa apresenta em repetir palavras, principalmente, as sem significado, embora haja compreendão e produção de fala e linguagem adequadas; a fala é fluente e com significado, há presença de parafasias; compreensão relativamente boa com preservação da leitura e escrita.

Afasia Transcortical Motora: neste tipo de afasia há uma lesão na área cerebral anterior esquerda envolvendo a área motora suplementar. Os principais sinais manifestados são: fala espontânea reduzida com compreensão preservada, há bom prognático de recuparação da capacidade de repetir, de nomear e do guadro geral da linguagem.

Afasia Transcortical Sensorial: este tipo de afasia é decorrente de lesão no setor do giro temporal médio e no giro angular ou na substância branca subjacente. Os sinais são: afasia do tipo fluente, parafasias, ecolalias, compreensão auditiva comprometida, assim coo a leitura e a escrita também.

Afasia Anatômica: é causada por lesão no córtex temporal anterior esquerdo e apresenta sianis como: leitura e escrita preservadas, fala fluente, ausência de parafasias, boa repetição, boa compreensão auditiva e nomeação comprometida.

O aspécto mais desconhecido na recuperação das Afasias ainda é o da plasticidade neuronal.

Há mais de dez anos o cérebro era visto como um órgão que era apenas formado durante a vida embrionária, restavams apenas aprimorá-lo ao longo da nossa vida. Hoje, com estudos da Neurociência o cérebro é visto como um órgão mutante que responde aos estímulos ambientais não com operações funcionais imediatas, mas também com alterações de longa duração que podem se tornar permanentes. Disto nasceu a Neuroplasticidade que é a capacidade do Sistema Nervoso de alterar algumas das propriedades morfológicas e funcionais em resposta a alteração do ambiente, ou seja, o cérebro transforma-se, muda de acordo com atividades cognitivas que executamos. A plasticidade neuronal ocorre em processos patológicos como também assume importantes funcões no funcionamento normal do indivíduo. É através da neuroplasticidade que crianças que sofreram acidentes graves com perda de massa encefálica, deficit motores, de fala, audição e visuais, conseguem se recuperar gradativamente e até chegar a vida adulta sem sequelas.
As formas de plasticidade neronal são:
* Regenerativa: é mais comum no Sistema Nervoso Periférico e consiste n crescimento dos axônios lesados;
*Axônica ou plasticidade ontongenética: acontece mais em crianças de 0 a 2 anos de idade, á a fase critica, fundamental para o desenvolvimento do Sistema Nervoso.
* Sináptica: capacidade de alterar a sinapse entre as células nervosas;
* Dendrítica: alterações no número, no comprimento, na disposição espacial e na densidade das espinhas dedríticas, ocorre principlamente nas fases iniciais do desenvolvimento do indivíduo;
* Somática: capacidade de regular a proliferação ou morte de células nervosas. Somente o Sistema Nervoso embrionário é dotado dessa capacidade.

A ciência ainda tem muito a pequisar nessa área, mas observa-se que na prática clínica há uma verdadeira evolução no quadro dos pacientes afásicos através da reabiliatação da linguagem através da terapia da fala. O terapeuta da fala irá construir pontes entre as habilidades que permanecem e as que foram perdidas, valendo-se da palsticidade do SNC (Papaterra).

Vitória Feitosa


Fisiologia da Audição

Como o Sono aumenta a capacidade de aprendizagem.

O sono aumenta a capacidade de aprendizagemCientistas sempre ficaram intrigados com as muitas horas que passamos em sono leve se sem sonhos. Mas um novo estudo da Universidade da Califórnia sugere que, durante essa fase pouco valorizada do sono que pode consumir metade da noite, estamos ocupados recarregando a capacidade de aprendizagem do nosso cérebro.

Os pesquisadores encontraram evidências animadoras de que explosões de ondas cerebrais conhecidas como “sleep spindles” representam a comunicação entre áreas chave do cérebro que abrem caminho para a aprendizagem. Esses impulsos elétricos ajudam a deslocar as memórias armazenadas no hipocampo, que possui uma capacidade limitada de armazenamento, para o córtex pré-frontal, que é o “disco rígido” do cérebro, liberando espaço no hipocampo para receber novas informações.

O estudo descobriu que esses tipos de ondas cerebrais podem acontecer até 1.000 vezes por noite durante uma fase anterior à do sono mais profundo e a dos sonhos. Esta fase de sono leve e sem sonhos pode consumir até metade das nossas horas de sono e ocorre mais frequentemente durante a segunda metade do período em que dormimos. De acordo com um dos autores do estudo, como muito desse sono ocorre durante a segunda metade da noite, se dormirmos seis horas ou menos, estaremos prejudicando nossa capacidade de aprender.

Em média, adultos passam um terço das suas vidas dormindo. No entanto, não há consenso científico sobre a razão dos humanos precisarem dormir. Pesquisas anteriores mostram que uma boa noite de sono nos ajuda a regular nosso humor e lidar com desafios emocionais, enquanto que a privação de sono pode tornar pessoas equilibradas em emocionalmente abaladas, indicando uma forte correlação entre perda de sono e desordens psiquiátricas.

Nesse último estudo, a equipe de pesquisadores recrutou 44 jovens adultos saudáveis e os submeteu a uma tarefa de memorização rigorosa com a intenção de carregar o hipocampo. Todos os participantes desempenharam em níveis similares. O grupo foi então dividido, com metade tirando um cochilo de 90 minutos enquanto a outra metade permaneceu acordada.

Naquela noite, o grupo todo foi submetido a outra rodada de aprendizado. A habilidade para memorizar novas informações se deteriorou naqueles que permaneceram acordados ao longo do dia. Em contraste, aqueles que tiraram um cochilo não apenas desempenharam melhor como também melhoraram suas capacidades de aprendizagem, como se o sono tivesse refrescado suas capacidades de memorização, segundo o estudo.

Testes de eletroencefalograma, que mediam a atividade elétrica nos cérebros dos que cochilaram, mostraram que quanto mais “sleep spindles” foram produzidos durante o cochilo, mais refrescados eles ficaram para aprender. Além disso, pesquisadores conseguiram associar os “sleep spindles” à atividade cerebral circulando entre a região do hipocampo e o córtex pré-frontal – duas áreas críticas para a memória.

De acordo com o pesquisador, essas descobertas demonstram que o sono pode seletivamente operar nos sistemas de memória para restaurar suas funções críticas. Também indicam que nós não apenas precisamos do sono após um aprendizado para consolidar o que memorizamos, mas que também precisamos do sono antes de aprender, para que possamos preparar o cérebro para absorver novas informações no dia seguinte.

Cérebro Melhor.