quarta-feira, 27 de abril de 2011

Importância do "Teste da Orelhinha"




Antes de escrever sobre o texto que me proponho hoje, gostaria de iniciar falando um pouco sobre os primeiros sons que o bebê emite, denominado "balbucio". Sabe-se que o "balbucio" mereceu uma atenção especial, por materializar (de alguma forma) o início do desenvolvimento linguístico infantil, propriamente dito(Stampe, 1969; Locke, 1983; Boysson, Bardies et al., 1989; Oller et al., 1985; Oller e Eilers, 1988). Para a Fonoaudiologia, os achados do "balbucio" vem representar importância significativa a medida que proporciona ao profissional o acompanhamento, a monitorização e a compreensão dos aspectos ligados ao desenvolvimento da linguagem na criança. Viabilizando ações de prevenção, diagnóstico e intervenção dos distúrbios relacionados a linguagem infantil.

Hoje sabe-se que mesmo as crianças portadoras de deficiência auditiva congênitas, apresetam o "balbucio", que é a emissão de sons mediante o redobramento de sílabas, tais como "ma ma", "da da", etc. Esses sons aparecem por volta do sexto mês de vida e duram até mais ou menos o nono mês. E é por isso que o "teste da orelhinha" é tão significativo quanto o "teste do pezinho."

O "teste da orelhinha" ou Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE) é realizado pelo fonoaudiólogo e deve ser realizado após as primeiras 24 horas de vida do RN. O teste é rápido (dura em média 10 minutos), não-invasivo e de rápida execução e é realizado com o bebê dormindo, a sonda para captação das emissões otoacústicas é adaptada a orelha externa do bebê onde é emitido sons de fraca intensidade onde são colhidos respostas que a orelha interna do RN produz.

Ao ser realizado o teste da orelhinha faz-se o despiste de perdas auditivas e caso seja detectado a má acuidade auditiva, o RN é logo encaminhado à adaptação da prótese auricular ou o que é mais indicado hoje em dia, o implante coclear. Quanto mais cedo for feito o despiste e a intervenção, maior será a probabilidade do início do balbucio se manifestar diminuindo a restrição do repertório de produção dos sons da fala, reduzindo os comprometimentos linguísticos (fonológico, lexical e sintático) ao longo do desenvolvimento. Proporcionando a criança um índice de menor atraso e/ou desvios fonológicos durante o desenvolvimento da linguagem em relação as outras crianças.

Vitória Feitosa