segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sentir o Mundo

Sentir o Mundo


O bebé desde que nasce vai aprendendo a experimentar os seus sentidos e vai aperfeiçoá-los ao longo dos meses no primeiro ano de vida.



As primeiras sensações do mundo exterior são agressivas. A luz fere os seus olhos, os sons são demasiado fortes para os seus ouvidos, está muito frio e a toalha onde o enrolam é áspera...
Os seus sentidos estão alerta e este é o início da sua adaptação ao mundo e das suas primeiras sensações.
Todos os seus sentidos vão iniciar um longo percurso de adaptação e as desagradáveis sensações ao nascer, em breve se irão esfumando com o passar dos dias.

-Uma criança consegue compreender e memorizar os sons de qualquer língua, mas à medida que cresce vai perdendo essa capacidade, adoptando a língua materna por ser a que ouve com maior regularidade.

O tacto
Na barriga da mãe o bebé começa a desenvolver este sentido. Quando a mãe passa a mão na barriga e toca o bebé, ele imediatamente foge “nadando” no líquido amniótico.
Com o hábito, o bebé começa a relaxar quando a mãe ou o pai o acariciam com suavidade através barriga da mamã.
Depois de nascer o bebé apura este sentido. Abre a boca se a mãe lhe toca na comissura dos lábios com o bico do peito e relaxa se ela lhe oferece uma massagem.
Mais tarde utilizará a boca e as mãos para conhecer texturas. Cerca dos três meses, começa a olhar muito atentamente para as suas mãos, estica os braços, coloca-as em frente aos seus olhos, move e brinca com os dedos. Deste modo descobre que o seu corpo é constituído por várias partes.
Adora chupar tudo o que encontra, tudo o que apanha leva à boca e experimenta. Durante esta etapa é preciso estar atenta para que ele não coloque na boca ou nas mãos, objectos que possam magoá-lo.
Mais tarde, e já utilizando as mãos e a boca começa a descobrir as várias formas e texturas.

-Não consegue ver nitidamente mas ouve, cheira, saboreia e sente como ninguém.

O ouvido
Durante os nove meses de gravidez, o bebé esteve protegido dos sons fortes porque os ouvia através da barriga da mãe e do líquido amniótico onde flutuava. Os sons que chegavam até ele eram muito suaves. Ouvia as batidas do coração da mãe, a música, as vozes...
Ao nascer, e ainda na sala de partos, variadíssimos estímulos auditivos fortes e agressivos provocaram-lhe as mais diversas sensações porque não os conseguia identificar. Durante os primeiros dias os sons têm um volume exagerado. Em contrapartida, ao ouvir a sua mãe cantar uma canção de embalar, muito especialmente se a cantava antes de nascer, reage com prazer. Isto porque já conhece, os sons, o ritmo e inclusive, as variações de voz da sua mãe.
Segundo algumas experiências feitas com recém-nascidos, acredita-se que os bebés conseguem, desde o primeiro mês de vida, identificar alguns sons parecidos como o “b”, o “p”, o “t” e o “d”. Conseguem ainda diferenciar as sílabas “pa” e “ba”. Outra das suas capacidades é a de assimilar e diferenciar os diferentes tipos de som. O bebé consegue compreender pequenos excertos de música, identificando algumas das notas musicais e até mesmo a sua estrutura.

Quando inicia a alimentação sólida, uns alimentos podem ser-lhe agradáveis enquanto que outros o repugnam.

O olfacto
Algumas experiências revelam que o cheiro da mãe acalma o seu filho. Sabe-se que ao fim da primeira semana, os bebés já conseguem diferenciar vários odores, reconhecendo imediatamente o da sua mãe. Tendo este facto em consideração, os médicos aconselham a que durante os primeiros meses a recém mamã não altere os seus hábitos de consumo no que diz respeito aos desodorizantes, perfume ou cremes pois, o bebé identifica-a com esses odores.
Embora o olfacto não se continue a desenvolver, ao longo da sua vida, o número de odores que o bebé irá conhecer, memorizar e identificar, irá aumentar diariamente.

-Outra das suas capacidades é a de assimilar e diferenciar os diferentes tipos de som.

O gosto
Ao contrário do que pensamos, os bebés sabem muito bem do que gostam. As suas preferências são inicialmente os alimentos doces – o leite materno, o xarope. Não gostam de alimentos amargos ou ácidos – alguns medicamentos.
Quando inicia a alimentação sólida, uns alimentos podem ser-lhe agradáveis enquanto que outros o repugnam. Para que a criança possa apreciar os diversos alimentos, o pediatra recomenda que sejam dados em separado. Para além de ficarmos a saber se o bebé gosta ou não do alimento, identificamos possíveis alergias.

A visão
Quando o bebé nasce apenas consegue focar a sua visão a uma distância entre 25 e 30 cm. Na hora da amamentação, como a distância entre os olhos do bebé e os olhos da mãe não é superior ao 30 cm consegue identificar visualmente a sua mãe. Dia-a-dia, o bebé vai desenvolvendo a visão . Começa por tentar focar objectos que lhe estão próximos e, quando já o consegue fazer, começa a observá-los de modo a descobrir a sua forma, o seu contorno, a sua cor... Para além disso, o bebé está também muito atento aos gestos da mãe, tentando imitá-los desde logo. Quando a mãe se aproxima, tenta observar as expressões do seu rosto, rindo para ela, caso esta lhe sorria.
Mais tarde, começa a procurar as pessoas e os objectos, ficando muito espantado se escondermos aquilo para que estava a olhar. É durante esta etapa que o bebé vai aprendendo, com jogos como o “cú...cú”, que a mamã ou os brinquedos não desaparecem definitivamente.
O bebé começa a fase exploratória daí que seja normal atirar os brinquedos para o chão. Desta forma, percebe a distância e a trajectória de cada objecto e, o som deste ao cair estimula ainda mais a sua curiosidade. Repete o movimento quantas vezes for preciso. Para o bebé tudo é novo, tudo está por experimentar. Para aguçar a sua curiosidade, recebe diariamente milhares de estímulos que tenta entender.

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