segunda-feira, 20 de junho de 2011


As crianças e as emoções

O desencadear das emoções
As emoções não se desencadeiam repentinamente. Para que aconteçam terão de ultrapassar algumas etapas.

As emoções não se explicam apenas como interpretações psicológicas. Elas põem em movimento muitas das nossas células através de impulsos eléctricos e mensagens.

Quando os bebés são pequeninos, as primeiras emoções de que nos apercebemos através da sua expressão ensinam-nos a ir conhecendo a criança e entender os seus sentimentos.

Não devemos, no entanto, confundir as primeiras reacções aparentemente emocionais, mas que reflectem apenas os impulsos musculares do primeiro mês de vida.

A Surpresa
A expressão do bebé parece interrogar-nos. O bebé esbugalha os olhos para ver melhor e interpretar o que está à sua frente. Franze a testa e abre ligeiramente a boca. Ao mesmo tempo, fica estático e à espera do que vai acontecer.

À medida que os bebés vão crescendo, rapidamente poderemos observar novas expressões. Claro que estas expressões tendem a ser mais espontâneas nos primeiros tempos de vida e com a moldagem social, tornam-se mais congruentes com a desejabilidade social e cultural, independentemente das diferenças individuais.

Entre elas, podemos destacar:

A Triteza
Quando a criança está triste, todas as funções do seu organismo parecem estar quase paradas.

Os olhos perdem o seu habitual brilho, as comissuras dos lábios inclinam-se para baixo, os ombros curvam-se e até as bochechinhas se deprimem e parecem amachucadas.

O bebé parece um balão que perdeu parte do ar que o mantinha imponente.

O Medo
Quando uma criança tem medo parece que o seu rostinho se transforma. Esbugalha os olhos e tem as pupilas dilatadas, entreabre a boca e fica com o rosto muito corado ou muito pálido.

Todavia, se a criança sofre um ataque de pânico pode ficar paralisada e com o rosto desfigurado. (retirava o que está a sublinhado e colocava “se a criança entra em confronto com situações, objectos ou animais que provoquem medo, poderá aumentar os níveis de ansiedade a tal ponto que poderá provocar um bloqueio emocional e comportamental. “

A Alegria
Quando a criança está alegre, apresenta os olhos brilhantes, as comissuras dos lábios voltadas para cima, os movimentos apresentam-se mais seguros e rápidos. Todo o seu corpo ganha vitalidade.

A Raiva
Quando uma criança é contrariada pode ter um ataque de raiva repentino. O seu rostinho assume traços agressivos e pode até cerrar os maxilares. Enruga as sobrancelhas e pode apresentar as narinas dilatadas. Às vezes, treme e tem os punhos cerrados.

A primeira Etapa

Uma nova melodia, um novo perfume, um novo objecto ...desencadeiam os nossos sentidos: a vista, o ouvido, o paladar, o olfacto e o tacto. Isto significa que os órgãos que a eles correspondem se encontram receptivos e captam os estímulos externos. Em seguida, enviam esses mesmos estímulos ao cérebro através de impulsos eléctricos.

A segunda Etapa
O sistema límbico, situado na zona mais central e profunda do cérebro, recebe estes sinais e entra em situação de alerta.

A terceira Etapa
Para responder adequadamente a qualquer situação, o "estado de alerta" vai ser interpretado noutra zona do cérebro. Esta zona pode ser considerada como o arquivo das experiências. É aí que o cérebro memoriza, interpreta e classifica todos os estímulos, à medida que os recebe.

A quarta Etapa
Os lóbulos frontais estão encarregados da produção de emoções. Esta zona interpreta as mensagens e compara-as com estímulos anteriores. Em seguida, desenvolve um trabalho rápido e intenso que consiste em colocar em movimento os neurotransmissores que transmitem a uma velocidade incrível as mensagens célula a célula. Activam os sistemas nervosos que controlam os órgãos internos (simpático e parassimpático).

O simpático tem como missão induzir o organismo a produzir energia suplementar e a desencadear reacções instintivas.

O parassimpático tem funções inversas. Tende a poupar e guardar energias.

O rosto diz tudo
É através do rosto e da postura que comunicamos os nossos sentimentos e emoções. A expressão do nosso rosto transmite sempre o que estamos a sentir, o que poderá ser diferente na fase adulta, onde procuramos controlar e modificar com mais frequência esta correspondência emoção/expressão facial.

Enquanto, nós adultos, muitas vezes, tentamos camuflar as nossas emoções e os nossos sentimentos, as crianças ainda não o aprenderam a fazer e por isso podemos dizer que o seu rosto é como um espelho do seu coração e dos seus sentimentos e só com elas podemos reconhecer a verdadeira espontaneidade. Sem mistificações, a criança não esconde os seus sentimentos e ensina-nos a reconhecer os verdadeiros sinais das emoções.

A atenção a estes pequenos sinais é imprescindível para que se possa reconhecer o que a criança está a sentir enquanto ela não o sabe expressar por palavras.

DESTAQUES

Quando uma criança tem medo parece que o seu rostinho se transforma

Enquanto, nós adultos, muitas vezes, tentamos camuflar as nossas emoções e os nossos sentimentos, as crianças ainda não o aprenderam

Quando uma criança é contrariada, o seu rostinho assume traços agressivos e pode até cerrar os maxilares

À medida que os bebés vão crescendo, rapidamente poderemos observar novas expressões

O rosto é o espelho da alma.



Desde muito pequeninas, as crianças transmitem-nos as suas emoções através das suas múltiplas expressões.
Se estivermos atentos, podemos ler através delas, o que lhes vai na alma.

Revisão científica: Dra. Cláudia Madeira, psicóloga clínica


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