segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bebés prematuros


Bebés prematuros


Por detrás de um bebé prematuro existem sempre pais não preparados psicologicamente para um regresso a casa sem o bebé nos braços.



O nascimento de um bebé prematuramente, para além da permanência obrigatória do bebé na Unidade de Prematuros, não obriga a mamã a permanecer na maternidade senão o tempo que for necessário, segundo o tipo de parto que tenha ocorrido. A alta da mãe não depende do internamento do recém-nascido e esta acabará por sair com uma sensação de perda indescritível. O bebé que permaneceu na sua barriga todos os meses de gestação terá de ficar ao cuidado de terceiros, sem que o possa levar junto a si, sem que tenha sequer tido tempo suficiente para o conhecer. Agora não tem nem a barriga nem o bebé junto a si. Consequentemente, é comum que os pais de bebés prematuros não saiam como a maioria dos pais, muito contentes com os seus bebés nos braços. Os que têm de deixar os seus filhos internados e, obviamente, regressam de braços e corações vazios, sentem para além da angústia, a sensação de abandonarem o seu bebé que mal chegaram a conhecer.

Pais em part-time
Os pais que têm um bebé prematuro internado sentem que o seu bebé foi transitoriamente “adoptado” pelos profissionais da unidade de cuidados intensivos. As visitas na unidade de prematuros são o lenitivo para as suas dores e angústiasmas, nada disso atenua a sensação de angústia, e até perda de não poderem estar com o pequenino recém-nascido, em cada, a seu lado. Em algumas unidades de saúde, os pais podem ver o bebé quantas vezes o desejem e em muitos casos, passam o dia junto ao bebé. Todavia, por se tratar de uma sala de cuidados intensivos, existem situações, quando há algum bebé num estado muito grave e o pessoal de saúde tem de efectuar algum procedimento que necessite muita concentração e liberdade de diálogo entre os profissionais que intervêm, em que não é permitida a presença de visitas. Também é possível que as visitas estejam interditas no horário da ronda – em regra 2 vezes por dia – quando os membros da equipa médica discutem e avaliam o estado de saúde dos recém-nascidos e propõem alternativas de tratamento. Contudo, para além destes períodos em que a visita está interdita, a equipa médica aconselha a que os pais estejam o máximo de tempo possível junto do seu bebé. As mães são incentivadas a amamentar o bebé e a ajudarem, sempre que possível, nos seus cuidados de higiene. O carinho, as carícias e o odor da mãe ajudam na estimulação do bebé. Quando os pais vivem muito longe ou por razões laborais e somente podem visitar o seu bebé antes ou depois do trabalho, esses momentos são muito intensos.

Informações diárias
Na primeira visita à Unidade de Prematuros, o médico ou uma enfermeira acompanhá-los-á pessoalmente à incubadora do seu bebé e explicar-lhes-á o que é e para que serve cada um dos instrumentos e aparelhos que o apoiam para que os pais não fiquem angustiados com as técnicas a que o bebé está sujeito. Diariamente os pais são informados pelo pessoal clínico das condições em que se encontra o bebé, da sua evolução e dos procedimentos a que está sujeito. Contudo, perante uma emergência na Unidade, muitas vezes torna-se difícil explicar o que se está a passar e tranquilizar os pais. Quando um bebé prematuro melhora e já não necessita de permanecer na incubadora ou não requer toda a tecnologia dos cuidados intensivos é habitualmente transferido para os cuidados intermédios.

Os diferentes estímulos
Todos pais desejam oferecer ao seu bebé prematuro todo o amor e carinho que quaisquer pais oferecem aos seus bebés recémnascidos, depois de nove meses de espera. Contudo rapidamente irão entender que o seu bebé é especial, pelo que não podem tratá-lo como certamente fariam com um bebé de termo. Os pais irão aprender com a ajuda da equipa médica que os estímulos deverão estar de acordo com a idade gestacional do bebé. Estes pais especiais vão paulatinamente aprendendo a verem crescer o bebé na incubadora durante o tempo que deveria ter estado ainda na barriga da mãe. O pessoal médico iniciará os pais nas diferentes formas de contacto com do bebé. Um simples toque ou fricção pode rapidamente converter-se numa sobre-estimulação. Existem bebés mais sensíveis aos estímulos sonoros e outros a qualquer estímulo táctil. Algumas Unidades de saúde realizam encontros e actividades com os pais dos bebés internados. Ensinar e apoiar os pais enquanto o seu filho se encontra em terapia intensiva, ajuda-os não só aos contactos diários como seu bebé como a encarar o futuro quando o bebé for para casa. É importante que a mãe aprenda a lidar como stress e a ansiedade que o internamento e a saúde do bebé lhe provocam.

Os prematuros têm uma enorme força para viver e com muito amor, rapidamente não se diferenciarão de uma outra criança nascida de termo

O que é e para que serve
- Incubadora:
A incubadora utiliza-se para garantir a estabilidade térmica e por vezes um suplemento de oxigénio. A incubadora tem o aspecto de uma caixa transparente, com quatro janelas redondas para introduzir as mãos. Através delas os médicos, enfermeiras e os papás podem manobrar e pôr-se em contacto com o bebé.Tem uma porta de acesso que permite controlar completamente a temperatura.

- O ventilador
Quando os bebés prematuros têm dificuldade respiratória necessitam de um ventilador para os ajudar a respirar em virtude dos seus pulmões não terem a maturidade suficiente.

Sabia que?
Os bebés prematuros com menos de dois quilos vão para uma incubadora porque não conseguem regular a sua temperatura corporal, possuem um aparelho respiratório imaturo e necessitam de ser alimentados por via intravenosa ou por sonda nasogástrica

A sonda nasogástrica
Nos primeiros dias os prematuros muito são geralmente alimentados mediante um aporte nutricional por via intra-venosa. Quando o bebé se encontra clinicamente estável, passa a alimentar-se com o leite materno – que a mãe retirou com uma bomba –mediante uma sonda nasogástrica com quantidades muito pequenas.

Finalmente... a alta!
Quando a equipa médica decide que o bebé se encontra apto para abandonar a unidade de saúde, é muito comum que os pais sintam sentimentos contraditórios. Alegria, angústia, medo... O seu bebé estava apoiado e controlado por uma equipa durante 24 horas.
Apesar de ter sido dada alta, o bebé continua a ser prematuro, pelo que em casa requererá a atenção e cuidados especiais e os pais sentem, pela primeira vez, a responsabilidade pela vida do seu bebé. A partir do momento da alta, serão unicamente eles que terão de estar atentos a qualquer alteração do bebé, a cuidá- lo e a oferecer-lhe todo o seu amor. O seu bebé será um bebé mais pequenino que os outros que nasceram de tempo e há que lidar com essa diferença durante os primeiros meses. Contudo, os prematuros têm uma enorme força para viver e com muito amor, rapidamente não se diferenciarão de uma outra criança nascida de termo.

Sapo Família-Guia dos Pais


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