segunda-feira, 18 de julho de 2011

Marvin Minsky on health and the human mind | Video on TED.com

Marvin Minsky on health and the human mind | Video on TED.com
Gaguez infantil

Gaguez infantil

Será um problema?



Os pais deverão lidar com a gaguez dos seus filhos de uma forma extremamente natural, sem preocupações exageradas e, se acharem conveniente, deverão consultar um terapeuta da fala.

No nosso dia-a-dia, utilizamos a linguagem como meio de comunicação, isto é, transmissão de pensamentos, ideias ou sentimentos. Mas muitas vezes essa transmissão pode dar-se de forma deficitária, o que significa que existe algum tipo de dificuldade de linguagem. A gaguez é precisamente uma dificuldade de linguagem que pode ser identificada na idade pré-escolar mas, normalmente, desaparece na adolescência, dependendo da relevância que se lhe atribui. Os pais deverão lidar com a gaguez dos seus filhos de uma forma extremamente natural, sem preocupações exageradas e, se acharem conveniente, deverão consultar um terapeuta da fala.

A gaguez é gerada e agravada por alterações emocionais como medos, traumas, frustrações ou humilhações

O que é a gaguez infantil?
A gaguez é um transtorno linguístico, um distúrbio da linguagem, que corresponde a uma comunicação confusa e, frequentemente, mal compreendida. Desenvolve-se sensivelmente entre os dois e os seis ou sete anos de idade, sendo a sua maior incidência por volta dos cinco anos. A criança gaga apresenta repetições, pausas e bloqueios na reprodução de sons e fragmentos de palavras, bem como uma desorganização entre o acto de pensar e falar. Verifica-se também uma alteração a nível da respiração que se torna descontrolada, fraca coordenação dos músculos envolvidos na produção da fala, tremores incontrolados dos lábios ou da língua e acompanhamento da fala com tiques. Ao tentar utilizar estruturas linguísticas mais complexas, é frequente verificar-se na criança o fenómeno de gaguez, que tende a diminuir e desaparecer quando o desenvolvimento linguístico melhora. É extremamente vulgar uma criança repetir sons ou palavras e ter bloqueios ao discursar. Os pais deverão encarar tal facto com naturalidade pois, caso contrário, poderão vir a desenvolver gaguez. Como tal, a gaguez infantil pode ser considerada como uma situação transitória ou, por outro lado, tornar-se num problema permanente.

O ambiente familiar também poderá ser um propulsionador de gaguez infantil

Causas da gaguez infantil
São várias as causas ou factores existentes para o aparecimento da gaguez na infância e, muitas ainda estão por se descobrir. Devido a isto, torna-se difícil estabelecer um diagnóstico fidedigno. Uma causa apontada para a gaguez infantil é a pressa que a criança manifesta ao querer pronunciar-se. O seu desejo para falar e ser ouvida é tão forte que começa a discursar de forma demasiadamente rápida, acabando por originar bloqueios e repetições. Muitas vezes, tanto os pais como os educadores ou professores valorizam demais estes sintomas, o que acaba por criar uma forte ansiedade por parte da criança. Esta, ao se aperceber da preocupação manifestada pelos adultos, fica com receio de falar, tornando-se o seu discurso deficitário e pouco perceptível, conduzindo à gaguez propriamente dita. Pode-se constatar que a gaguez é gerada e agravada por alterações emocionais como medos, traumas, frustrações ou humilhações, para além da ansiedade já referida. Para além das emoções, que podem gerar um desequilíbrio interno, mas também um susto pode afectar uma criança de modo a que fique gaga.
O ambiente familiar também poderá ser um propulsionador de gaguez infantil. Se por um lado há os pais que oferecem aos seus filhos uma educação mais permissiva, flexível e negligenciada, por outro lado há aqueles que são demasiado rígidos e exigentes.
Ambas as educações poderão gerar crianças gagas. Como factores biológicos podem ser apontadas lesões cerebrais, alterações da coordenação neuromuscular e ainda uma componente hereditária e genética, visto que se verificam outros casos de gaguez na família.

Cante com o seu filho ou recite versos, uma vez que todas as crianças gostam e reagem bem a tudo o que é entoado com ritmo

Consequências da gaguez infantil
Quase todas as crianças gagas apresentam percepções e sentimentos negativos relacionados com a sua gaguez, contudo a capacidade para gerir esses sentimentos depende da personalidade da criança e também do apoio que lhe é prestado. A criança pode sentir vergonha por ser diferente das outras, frustração por ser incapaz de comunicar de forma eficaz e clara com os outros e culpa pelo facto da sua condição limitar o ser desempenho, tanto a nível pessoal, como a nível social. A sua ansiedade é demasiado alta, sobretudo aquando da comunicação, o que a poderá deixar deprimida, como tal, a estratégia que ela adopta é comunicar o menos possível com os outros. Estas crianças poderão vir a desenvolver uma baixa auto-estima, sentindo-se muito inferiores e diferentes dos seus colegas e amigos, o que poderá provocar o seu isolamento. A criança gaga acaba por se afastar das outras crianças ou, por outro lado, estas discriminam-na e acabam por não a incluir nos grupos e nas brincadeiras. O rendimento escolar poderá alterar-se, começando a criança a apresentar fracos resultados escolares.

A criança não deverá ser rotulada e, como tal, jamais deverá chamar gago ao seu filho, mesmo que seja a brincar

Estratégias para lidar com crianças gagas
As estratégias que são apresentadas em seguida deverão ser adoptadas pelos pais, contudo também os educadores e professores as poderão ter em consideração:
Não demonstre ao seu filho que se sente preocupada com a sua dificuldade de comunicação;
Não exiba gestos ou expressões faciais representantes do seu pânico face à incapacidade do seu filho em pronunciar determinados sons ou palavras;
A criança não deverá ser rotulada e, como tal, jamais deverá chamar gago ao seu filho, mesmo que seja a brincar;
Enquanto o seu filho discursa, olhe-o nos olhos, demonstrando-lhe que está interessado em ouvi-lo;
Fale calmamente como seu filho e demonstre que tem tempo para ouvir a sua resposta. Jamais a deverá pressionar a falar;
Não tente adivinhar aquilo que o seu filho tem para dizer, interrompendo-o para o ajudar a “terminar” palavras ou completar frases. Isso só o irá fazer sentir ainda mais frustrado;
Aumente o vocabulário e a capacidade de expressão do seu filho através da leitura de histórias;
Cante com o seu filho ou recite versos, uma vez que todas as crianças gostam e reagem bem a tudo o que é entoado com ritmo;
Junto do seu filho, adopte técnicas de relaxamento corporal, ao mesmo tempo que ouvem uma música mais clássica, por exemplo;
Não seja super protector com o seu filho, contudo, não o exponha a situações que lhe provoquem ansiedade;
Quando a gaguez se tornar num problema, procure a ajuda de um terapeuta da fala.

A criança poderá vir a desenvolver uma baixa auto-estima, sentindo-se muito inferior e diferente dos seus colegas e amigos, o que poderá provocar o seu isolamento

Sapo Familia

Quando nem tudo corre bem…  Algumas doenças congénitas que podem afectar o seu bebé

Quando nem tudo corre bem… Algumas doenças congénitas que podem afectar o seu bebé

As doenças congénitas existem mas são raras. Nenhuma mãe quer pensar na ideia de que o seu bebé pode nascer com alguma malformação, mas infelizmente os casos são reais. Conheça algumas das deficiências congénitas, porque acontecem e como tratá-las.



Existem vários motivos que podem levar um bebé a desenvolver uma doença congénita: alguns têm causas genéticas, outros são ambientais, tais como o uso de drogas ou infecções que tenham afectado o feto. A boa notícia é que cada vez mais é possível detectar as doenças antes do nascimento e assim tratá-las com sucesso logo após o seu bebé nascer.

Pé boto

Sem dúvida que é das doenças mais conhecidas pelas mães. O pé boto afecta 1 a 8 recém-nascidos em cada 1000 e designa anormalidades do pé, provocadas por várias deformações. Acontece duas vezes mais aos rapazes do que às raparigas. O bebé nasce com a planta de um pé ou dos dois virada para baixo e para dentro ou para cima e para fora. O objectivo do tratamento é tornar o pé do bebé funcional, de aspecto normal e sem dores, para que possa andar e correr sem problemas. O pé será manipulado durante vários meses e fixo com gesso na posição certa durante as manipulações. Em último caso, pode proceder-se à cirurgia para resolver a malformação. O pé boto pode derivar de uma espinha bífida.

Espinha Bífida

Mais rara e pouco conhecida pelos pais, a espinha bífida pode ser detectada durante a gravidez através da ecografia. Tomar ácido fólico antes da concepção e durante o período de gravidez pode ajudar a prevenir esta deficiência.

A gravidade da espinha bífida é variável, mas é um problema de saúde que provoca um grande desgaste emocional, físico e financeiro. A doença ocorre quando o tubo neural (designação para a espinha em desenvolvimento), não se funde correctamente no início da gravidez, deixando expostas as meninges (revestimentos do encéfalo e da medula espinhal). A parte afectada pode apresentar sinais externos tais como um tufo de pêlos ou uma covinha; ou na forma mais grave a própria medula espinhal ficar protuberante em carne viva.

Afecta o funcionamento do sistema nervoso central, atacando a sensibilidade e a mobilidade das pernas, sendo que uma grande percentagem dos bebés com espinha bífida acaba por sofrer de hidrocefalia em algum grau. Nos casos mais graves, os bebés podem sofrer de uma paralisia completa dos membros inferiores, incontinência dupla e atraso mental. A incontinência urinária pode ser ajudada com a inserção de um cateter e a fisioterapia é essencial para desenvolver a mobilidade. O tratamento passa sempre pela cirurgia. As complicações são variadas e os problemas resultantes desta doença são graves e múltiplos. Depressões, impotência, obesidade, dificuldades de locomoção, problemas psicológicos são algumas das complicações. O acompanhamento é feito a nível multidisciplinar de modo a assegurar um apoio completo ao paciente. Até há pouco tempo, a doença não permitia a sobrevivência à idade adulta. Por isso, as equipas médicas que assistem estas crianças são essencialmente pediátricas.

Hidrocefalia

Designada igualmente por cabeça de água, a hidrocefalia ocorre muitas vezes associada à espinha bífida. É uma doença rara, causada por uma obstrução ao fluxo do líquido cefalorraquidiano (LCR), que protege o cérebro e a espinal-medula de lesões; ou por uma acumulação deste nas cavidades encefálicas. Os bebés com hidrocefalia não têm a capacidade de drenar o LCR. A cabeça incha porque os ossos são ainda moles, e os tecidos entre os ossos cranianos e as fontanelas ficam salientes. Crianças com esta doença congénita têm dificuldades de aprendizagem, problemas de visão, de concentração e de raciocínio. No caso de se suspeitar de hidrocefalia ainda durante a gravidez, serão realizadas ecografias frequentes e o perímetro cefálico do feto será medido de três em três dias. Se o bebé nascer com a doença, pode-se recorrer à cirurgia, sendo introduzido um dreno para tirar o excesso de LCR, permitindo que este passe para a corrente sanguínea. No entanto, este tratamento não cura a hidrocefalia, nem repara os danos por ela causados. É verdade que esta rara doença congénita afecta o desenvolvimento mental do bebé, mas existem crianças com hidrocefalia avançada que têm inteligência dentro dos parâmetros normais.

Luxação da anca

A luxação da anca, mais conhecida por displasia do desenvolvimento da anca, acontece quando a cabeça da extremidade do fémur não encaixa perfeitamente no acetábulo do osso da anca. Dadas as condições que actualmente existem para fazer o rastreio, é muito raro não se detectar uma luxação da anca precocemente. Esta situação acontece aquando do nascimento do bebé e pode acarretar complicações ao seu bom desenvolvimento. É mais comum nas raparigas do que nos rapazes e pode surgir após um parto de quadris ou uma gravidez em que existia uma pouca quantidade de líquido amniótico no útero.

Após o nascimento, serão efectuados testes à anca do bebé, de modo a verificar a sua mobilidade. Se esta for excessiva, serão colocadas talas, de modo a corrigir a situação. Nos casos mais graves, procede-se à cirurgia.

Lábio leporino

No início da gravidez, a face e a cabeça desenvolvem-se individualmente, unindo-se depois. Quando essa união não se dá ou é incompleta, o bebé pode nascer com um lábio leporino ou com uma fenda palatina. Por vezes, a amamentação pode fazer-se recorrendo a uma tetina de protecção. A situação não é grave. O lábio pode ser fechado pouco depois ou ao fim de algumas semanas. O palato é fechado mais tarde, por volta dos nove meses. É possível que uma só operação não corrija a malformação. A criança poderá ter de receber apoio na fala.

As doenças congénitas são uma realidade. Por muito que os pais desejem de todo o coração que o seu filho nasça perfeito, por vezes, isso não acontece. É preciso encarar a situação com força e muito amor. O seu bebé vai precisar ainda mais de si. A maior parte das doenças tem um tratamento e a cada dia que passa novas descobertas científicas são anunciadas. Não perca a coragem! As dificuldades porque passam juntos servem apenas para os unir mais. E o seu filho tem a grande sorte de ter uma mãe que o ama tanto...

Texto: Cláudia Pinto Revisão científica: Dr. Armando Fernandes, pediatra do Centro Pediátrico de Telheiras



Surdez infantil

Surdez infantil

Do rastreio ao tratamento



A 26 de Setembro comemora-se o Dia Mundial do Surdo. Para assinalar a data, damos destaque nesta edição a esta anomalia congénita que está presente em dois a quatro de cada 1000 recém-nascidos, com diferentes graus de severidade (de ligeira a profunda ou total). Conheça os sinais de alerta e as recomendações dos especialistas.

As formas de surdez reversíveis podem conduzir a uma recuperação completa com o tratamento adequado

O nascimento de uma criança com deficit auditivo é sempre um acontecimento de enorme apreensão para uma família mas que deve ser analisado com toda a atenção. Acima de tudo, é fundamental explicar que “a surdez não é uma deficiência intelectual e que essa criança seguirá um programa de acompanhamento e as intervenções terapêuticas que lhe permitirão a integração com sucesso numa sociedade maioritariamente estruturada para os ouvintes”, esclarece o otorrinolaringologista Fernando Vilhena de Mendonça. Destaque para o papel da família na estimulação sensorial, na aprendizagem das técnicas de desenvolvimento e acima de tudo é importante esclarecer quais as diferentes alternativas que a ciência e a tecnologia disponibilizam para melhorar essa condição. “Apesar de, no nosso país ainda nos encontrarmos muito longe da satisfação das necessidades, existem diferentes estruturas que apoiam e orientam o desenvolvimento destas crianças. Destacam-se as Unidades de Surdos (US) e as instituições públicas – que têm como objectivo apoiar as crianças surdas em idade escolar, facultando-lhes apoio pedagógico, terapia da fala, promovendo também o ensino da língua gestual portuguesa, a língua oficial do surdo”, adianta o especialista.

Sinais de alerta
Podem surgir sintomas a que os pais devem estar atentos, como por exemplo, “a pouca reactividade ao som, a diminuição da frequência do palrar ou da sua entoação depois dos seis meses, o atraso no desenvolvimento da linguagem, o pedir para repetir (“Oquê? Ãh?”), colocar o volume da TV muito alto, ter discurso difícil de entender pelos pais aos três anos ou para desconhecidos aos quatro”, salienta Filipe Glória e Silva. Os pais são quem melhor conhece as crianças e as suas suspeitas devem ser sempre levadas a sério. E porque as boas notícias devem ser destacadas, saiba que “a maioria dos défices auditivos em crianças é benigna e transitória, estando relacionados com otites seromucosas recorrentes e são geralmente tratáveis e reversíveis. A surdez neurossensorial, afectando a parte mais sensível do aparelho auditivo, é mais rara mas é, em geral, irreversível e, nos casos severos, tem grandes repercussões na vida da criança. ” 50 % dos casos de surdez irreversível são hereditários, havendo outros casos que resultam de infecções no útero materno como a rubéola. “Outras situações resultam de infecções como a meningite, as infecções virais e os medicamentos tóxicos para o ouvido”, adianta o otorrinolaringologista. As crianças prematuras e de baixo peso, têm maior risco de sofrer de surdez irreversível.

“Uma boa audição é essencial para o desenvolvimento equilibrado da cognição, da oralidade da língua, da escrita e do relacionamento social e afectivo da criança”.

Desenvolvimento especial
De facto, uma boa audição é essencial para o desenvolvimento equilibrado da cognição, da oralidade da língua, da escrita e do relacionamento, social e afectivo da criança. “Sem uma intervenção adequada e precoce, a surdez congénita e a adquirida na infância, tem como consequência, déficits significativos em todas estas áreas de relacionamento, baixa literacia e auto-estima”, alerta Fernando Vilhena deMendonça. As crianças que ficaram surdas antes da aquisição de linguagem vão passar por um condicionamento major ao nível da aprendizagem. “A surdez afecta necessariamente o desenvolvimento da linguagem oral numa extensão que depende da sua gravidade. Por isso, deve haver um investimento na linguagem escrita e noutras formas de comunicação como a língua gestual e a leitura orofacial (leitura dos lábios)”, acrescenta o Dr. Filipe Glória e Silva, pediatra do desenvolvimento do Hospital CUF-Descobertas.
A surdez ligeira pode manifestar-se de forma mais subtil com dificuldade na atenção e problemas de comportamento. As formas de surdez reversíveis podem conduzir a uma recuperação completa como tratamento adequado.

O processo de confirmação do diagnóstico da surdez deverá estar completo até aos três meses de idade

Recomendações aos pais
Perante um diagnóstico de deficiência auditiva ou de surdez, é normal que os pais se sintam absolutamente desorientados. “É importante aconselhar-se com profissionais experientes nesta área, de modo a caracterizar a causa, o tipo e a gravidade da surdez, verificar se existem outros problemas associados e estabelecer um plano de intervenção e de seguimento precoces. Podem também procurar saber mais sobre a surdez através de diversas fontes e entrar em contacto com a associação de surdos da sua zona”, adianta o pediatra. Por outro lado, tem havido um grande desenvolvimento de aparelhos auditivos, cuja escolha depende da idade e das características da criança. “Em geral, requerem períodos de adaptação e ajustamentos. São dispositivos que amplificam e processam o som e o transmitem da forma mais conveniente ao nervo auditivo, para que a informação auditiva possa chegar ao cérebro”, salienta Filipe Glória e Silva. Nos primeiros meses, estes bebés, como todos os outros, precisam sobretudo de muito afecto e disponibilidade dos cuidadores para a interacção.

Rastreio auditivo neonatal
O Grupo de Rastreio e Intervenção da Surdez Infantil (GRISI) constituído em 2005 por otorrinolaringologistas, pediatras, audiologistas, enfermeiros e outros profissionais de saúde tem vindo a recomendar a implementação do intitulado Rastreio Auditivo Neonatal Universal (RANU). O objectivo é que “todas as crianças com défice auditivo congénito sejam identificadas antes dos três meses de idade e seja iniciada intervenção adequada até aos seis meses”, afirma o Dr. Fernando Vilhena de Mendonça, otorrinolaringologista. Todas as crianças devem ser testadas ao nascer ou, no máximo, até trinta dias de vida. “A metodologia a utilizar deve detectar todas as crianças com perda auditiva igual ou superior a 35 dB HL no melhor ouvido. Quando uma perda auditiva for identificada, deve proceder-se de imediato ao diagnóstico e à criação de uma estratégia de acompanhamento e de intervenção precoce. O processo de confirmação do diagnóstico da surdez deverá estar completo até aos três meses de idade”, esclarece o especialista.
A perda auditiva pode ocorrer após o nascimento, sendo de grande importância a sensibilização para a detecção precoce destes casos. “Se houver suspeita, deve consultar-se um especialista e proceder a testes de despistagem”, reforça Fernando Vilhena de Mendonça. Quando a intervenção se inicia antes dos 6 meses após um adequado diagnóstico, são conferidos melhores resultados ao nível escolar, defendem os especialistas.

Sapo Familia.


Implante coclear bilateral

Implante coclear bilateral

A importância da precocidade da intervenção



O desenvolvimento da habilidade de perceber os sons da fala por parte do indivíduo portador de deficiência auditiva sensório-neural é um desafio para todos os profissionais envolvidos na área da (re)habilitação auditiva.

“A deficiência auditiva severa/profunda afecta profundamente vários aspectos da vida do indivíduo, inclusivamente o seu equilíbrio emocional e convívio social”

Os indivíduos que possuem a função auditiva normal têm acesso aos estímulos auditivos pelas duas vias auditivas. As crianças que apresentam função auditiva normal conseguem aceder, desde antes do seu nascimento, aos estímulos auditivos. Após o nascimento, e inseridas num meio linguístico rico, elas acedem aos sons da fala da sua língua materna e dessa forma tornam-se utilizadores competentes da linguagem oral, desde que não se verifiquem outras patologias que possam interferir com o desenvolvimento adequado da mesma. Os mecanismos fisiológicos da audição são responsáveis por diversos mecanismos que envolvem os processos de: atenção selectiva, detecção de som, discriminação, localização, reconhecimento (padrões de intensidade, frequência e duração), compreensão e memória. Todos estes processos são essenciais para um adequado desenvolvimento auditivo e linguístico.
Quando a função auditiva apresenta alterações, o desenvolvimento da linguagem, quer a nível da compreensão quer da expressão, será afectado por esse facto. O desenvolvimento da habilidade de perceber os sons da fala por parte do indivíduo portador de deficiência auditiva sensório-neural é um desafio para todos os profissionais envolvidos na área da (re)habilitação auditiva. A relação comunicativa humana assenta de forma muito significativa na linguagem oral, e a audição apresenta um papel fundamental nesse âmbito.

Quando a função auditiva apresenta alterações, o desenvolvimento da linguagem, quer a nível da compreensão quer da expressão, será afectado por esse facto

Novos desafios
Diversos trabalhos realizados demonstram a preocupação dos profissionais em melhorar a qualidade da percepção e produção da fala das pessoas com deficiência auditiva. A deficiência auditiva severa/profunda afecta profundamente vários aspectos da vida do indivíduo, inclusivamente o seu equilíbrio emocional e convívio social. As dificuldades que surgem como consequência da deficiência auditiva nem sempre são adequadamente encaradas, havendo frequentemente outros diagnósticos concomitantes realizados de forma desadequada.
A deficiência auditiva severa/profunda danifica ou diminui o número de células ciliadas cocleares, dificultando ou diminuindo o benefício obtido com próteses auditivas electro-acústicas, tornando-os candidatos a implante coclear.
O implante coclear é um dispositivo electrónico composto por duas partes: componentes internos (implantados cirurgicamente a nível do ouvido interno) e componente externo (processador da fala). Este dispositivo permite aos seus utilizadores o acesso aos sons da fala, após (re)habilitação adequada. Este método de reabilitação é já uma certeza, contudo novos desafios são lançados.
A adaptação bilateral de próteses auditivas electroacústicas na reabilitação auditiva de crianças portadoras de deficiência auditiva é o procedimento consensual e recomendado por todos os especialistas. Diversos estudos referem que estes pacientes sentem o som como sendo mais natural, têm menor dificuldade em compreender em situações com ruído em competição e melhoram as suas capacidades de orientação e localização da fonte sonora. Tudo isto tem implicações positivas no seu dia-a-dia, melhorando, em última análise, a sua auto-confiança e auto-estima. De igual modo, a bilateralidade também deverá ser o procedimento a seguir quando se fala de reabilitação através de implante coclear.
As investigações suportam a existência de melhores resultados com a implantação coclear bilateral. Para além disso, não se pode deixar de colocar a tónica na precocidade da intervenção, fundamental para facilitar e tornar mais natural a aquisição e desenvolvimento da linguagem nestas crianças, bem como para contribuir para o seu desenvolvimento global mais harmonioso.

As crianças que apresentam função auditiva normal conseguem aceder, desde antes do seu nascimento, aos estímulos auditivos

Primeira cirurgia de implante coclear bilateral simultâneo
Dr. João Paço Director do Centro de Otorrinolaringologia do Hospital cuf infante Santo
O Serviço de Otorrinolaringologia do hospitalcuf infante santo realizou a primeira cirurgia de implante coclear bilateral simultâneo, em Portugal, numa criança de 7 meses de idade, que sofria de surdez profunda bilateral.
“Esta técnica cirúrgica pioneira, em Portugal, numa criança desta idade, vai permitir devolver a audição e o desenvolvimento da fala na criança, que de resto se encontra bem de saúde. O procedimento consiste na colocação de dois implantes cocleares, em simultâneo, nos dois ouvidos, por forma a melhorar o desempenho auditivo”, explica o médico João Paço.

Sapo Familia

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Fonoaudiologia & Educação

Fonoaudiologia & Educação.

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Conselho Federal de Fonoaudiologia
Audiometria Tonal, Logoaudiometria e Medidas de Imitância Acústica

Orientações dos Conselhos de Fonoaudiologia para o laudo Audiológico.

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Conselho Federal de Fonoaudiologia
Disfagia

A disfagia é uma alteração na deglutição, ou seja, no ato de engolir alimentos ou saliva. Pode ocorrer em diferentes fases da vida, especialmente em idosos, podendo trazer sérias conseqüências à saúde.

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Conselho Federal de Fonoaudiologia

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Depressão na adolescência

Depressão na adolescência
A depressão não é só uma doença de adultos. Tanto as crianças como os jovens podem ser atingidos por ela.


Júlia tem 15 anos e passa horas deitada no seu quarto, apenas iluminada com uma luz mortiça de um pequeno candeeiro que colocou no chão. O leitor de cd’s repete vezes sem conta a mesma música, composta de notas tristes. Por vezes escreve umas folhas num caderno que esconde por detrás do armário. Não tem amigas. Veste-se de negro e usa quase sempre a mesma roupa porque, segundo ela, é feia de todas as maneiras. Depois de várias reprovações decidiu deixar de estudar. Também não sabe o que fazer da vida, pois nada lhe interessa verdadeiramente.

Esta poderia ser a história de uma adolescente típica mas, se estivermos um pouco mais atentos, percebemos que o comportamento deixou de ser circunstancial, para passar a fazer parte da estrutura de Júlia. Os conflitos em casa são frequentes porque ninguém consegue dialogar com ela. Apesar de parecer que dorme o dia todo, tal não acontece. Júlia mantém-se no quarto, olhos fechados ou então fixos no tecto. Parece ter deixado de haver energia que a faça reagir.


Estar deprimido é mais do que estar triste

A depressão vai muito para além da simples tristeza. Aliás, o estado de humor pode não ser o de tristeza, mas sim uma permanente ansiedade e irritabilidade. Trata-se de um conjunto de sinais e sintomas, que provocam um intenso sofrimento psíquico que depois se repercute ao nível do comportamento.

É sabido que durante a adolescência são comuns as oscilações de humor, fruto de questões de ordem hormonal. Este facto faz com que muitas vezes se confunda um estado depressivo, com algo temporário e característico daquela fase mas, o que diferencia verdadeiramente são dois factores - a intensidade e a duração.

As pessoas mais próximas (pais e amigos) devem estar atentas às permanências de humor negativo, com repercussões físicas, como falta de energia e motivação, dificuldades de adormecimento , problemas de apetite com aumento ou perda de peso, mal-estar físico com permanente cansaço e dores musculares.

A depressão avança silenciosamente

O adolescente deprimido precisa que alguém que o ajude. Porém sua baixa auto-estima contribui para a indiferenciação da origem da ajuda e “agarra a primeira mão” que se estender na sua direcção. Então, nesta fase é um alvo fácil para as más companhias e daí o perigo de iniciar consumos, tanto de álcool como de drogas.

Então passa a ter dois graves problemas: a depressão e a adicção, sendo que um potencializa ainda mais o outro. Contudo, a depressão pode passar despercebida muito mais tempo que a dependência de drogas. Esta doença pode ser silenciosa, porém as alterações de comportamento fruto da dependência, serão percebidas mais dia menos dia.

É por esta razão que se torna vital que os pais e educadores se mantenham atentos. No caso do comportamento depressivo ou agitado se manter durante algum tempo, não há que hesitar em procurar uma ajuda especializada.

Para alguns adolescentes, a intervenção de um psicólogo clínico é a única terapia necessária. Para outro, o tratamento medicamentoso é indispensável mas, mesmo com ele, o aconselhamento que envolve o adolescente e sua família é bastante benéfico.

Depressão versus esquizofrenia

Outra patologia que surge frequentemente durante a fase da adolescência é a esquizofrenia. Também o esquizofrénico tende ao isolamento mas, o facto de não ter amigos, não se deve a uma questão de falta de energia como é caso do depressivo, mas sim a uma desconfiança quanto às reais intenções dos que o rodeiam.

Acredita que pode ser prejudicado directa ou indirectamente por todos, desconfiança que se vai estendendo a outros campos. A preocupação com o corpo é constante, mas a angústia não se deve a uma questão de auto-estima, mas sim à convicção de que alguém lhe coloca coisas na comida que o envenenam progressivamente e que, por isso mesmo, o seu corpo apresenta mudanças.

Este distanciamento em relação à realidade leva a que o jovem esquizofrénico viva centrado em si mesmo e em permanente alerta em relação ao exterior. Em consequência, deixa de se preocupar com a sua aparência física ou mesmo com a higiene.

Mitos sobre a depressão

MITO – os adolescentes não sofrem de depressão, é tudo fruto da idade

FALSO– a depressão pode afectar qualquer pessoa


MITO – os adolescentes que estão deprimidos, apenas necessitam de alguém que os “puxe para cima”

FALSO – a depressão é um grave problema de saúde e tem de ser tratado por um especialista.


MITO - falar com o adolescente sobre a depressão apenas piora o problema.

REALIDADE- falar sobre as coisas pode ajudar o jovem a reconhecer que precisa de ajuda


MITO – as pessoas que falam em suicídio usualmente não o cometem

REALIDADE- a maior parte das pessoas que se suicidaram, já tinham lançado pistas aos amigos e à família

Sinais e sintomas

Se identificar vários desses sintomas no seu filho é bem possível que ele esteja deprimido. Procure a ajuda de um psiquiatra, psicólogo ou então do médico da família, pois só com uma avaliação atempada se pode iniciar o tratamento e prevenir o surgimento de problemas graves.

Pessimismo e sentimentos de culpa

Tristeza vital

Dificuldades de concentração e de memorização

Falta de interesse ou prazer por actividades como o desporto, música ou falar ao telefone

Problemas de comportamento na escola e com a família

Dificuldade em adormecer e recusa em levantar-se de manhã

Oscilações de apetite que podem levar ou ao emagrecimento ou aumento de peso

Pode ainda apresentar :

Dores de cabeça, de estômago de costas ou musculares

Inquietação e irritabilidade

Desejo constante de estar só

Faltas às aulas sem qualquer motivo

Abuso de bebidas alcoólicas ou drogas

Conversas frequentes sobre a morte ou sobre suicídio

Importa também não cair na tentação de confundir estados normais da adolescência com perturbações mais graves como é o caso da Depressão.

Sapo Familia

Disfunção tirodeia no recém-nascido


Disfunção tirodeia no recém-nascido
Nas crianças, os problemas da tiróide afectam o seu desenvolvimento físico e mental provocando dificuldades na aprendizagem e mau desempenho escolar


Mais de um milhão de portugueses, maioritariamente mulheres, sofrem de alguma doença da tiróide. Quando uma mulher tem tiroidite de Hashimoto com hipotiroidismo e fica grávida é fundamental corrigir o défice das hormonas tiroideias para que não surjam alterações no desenvolvimento físico, neurológico e cognitivo do filho. Se a mãe sofre de hipertiroidismo por doença de Graves durante a gravidez o tratamento também deverá ser o adequado embora persista sempre uma pequena possibilidade do seu filho nascer com a mesma doença. Uma em cada 4 mil crianças pode nascer com hipotiroidismo congénito, mesmo que as suas mães não tenham qualquer transtorno na tiróide.
Dado que a disfunção tiroideia no recém-nascido, se não diagnosticada e tratada precocemente pode pôr em causa o desenvolvimento saudável da criança, entrevistámos a Dr.ª Maria João Oliveira, Endocrinologista, coordenadora do Grupo de Estudo da Tiróide, da SPEDM para conhecer um pouco mais este tipo de disfunção.

O que é o hipotiroidismo congénito?
O hipotiroidismo congénito consiste num défice de hormonas tiroideias que se manifesta pela primeira vez na altura do nascimento. Resulta habitualmente num defeito na síntese hormonal pela glândula tiroideia. Entre vários sinais, pode manifestar-se pela pele seca e fria, macroglossia, edemas, letargia, choro rouco, obstipação, dificuldade na amamentação, atraso no desenvolvimento, atraso no encerramento das fontanelas, alterações neurológicas, ou então pode passar despercebido nos primeiros meses de vida.

Pensamos que em Portugal todos os recém-nascidos são obrigados a fazer o Teste do Pezinho. Sendo assim, este transtorno será detectado precocemente. Ao iniciarem de imediato o tratamento, podem os pais aspirar a uma cura efectiva?
Em Portugal, assim como noutros países desenvolvidos, o teste do Pezinho realizado habitualmente entre os 4 e os 6 dias de vida, permite o diagnóstico precoce de algumas doenças, entre elas o hipotiroidismo.
Quanto mais precoce for o início do tratamento com hormona tiroideia (T4 - levotiroxina) maior é a probabilidade de não existirem manifestações clínicas, nomeadamente alterações neurológicas e atraso mental. Por esta razão, o tratamento deve ser prescrito nos primeiros dias de vida e a partir daí a criança deve fazer controlo analítico periódico para ajuste da dose necessária de levotiroxina. Apesar da criança não chegar a apresentar manifestações de hipotiroidismo, a terapêutica com levotiroxina é habitualmente crónica, para toda a vida. Contudo, se o início do hipotiroidismo se deu cedo na gestação, podem persistir alguns défices intelectuais nomeadamente problemas na aprendizagem e menor QI, mesmo com terapêutica adequada.

O hipotiroidismo congénito ocorre com maior prevalência nas meninas do que nos meninos. Existe algum factor para que a percentagem feminina seja mais elevada?
Possivelmente por questões hormonais as doenças da tiróide são mais frequentes no sexo feminino.

Mesmo antes dos resultados do Teste do Pezinho é possível o neonatologista, na primeira revisão ao recém-nascido, verificar sintomas que lhe permitam diagnosticar o hipotiroidismo congénito?
Conforme já dito anteriormente o hipotiroidismo congénito pode passar despercebido, daí a importância do teste de rastreio. Se o hipotiroidismo for mais grave, o recém-nascido pode apresentar uma fácies característica com nariz chato, macroglossia, micrognatia, cabelo abundante, que pode levar a suspeitar de um hipotiroidismo congénito. O choro é habitualmente rouco e o exame neurológico não é normal com hipotonia, espasticidade, hiperreflexia e movimentos descoordenados, entre outros sinais.

É possível detectar a disfunção da tiroideia fetal?
Nalguns casos específicos, principalmente quando existe doença tiroideia na mãe, pode suspeitar-se de disfunção da tiróide fetal se se verificarem alterações no crescimento do feto, sinais de falência cardíaca, hydrops ou bócio fetal. O doseamento das hormonas tiroideias no cordão umbilical apenas se faz em casos de dúvida extrema e em que seja necessário iniciar alguma terapêutica, pelos riscos que acarreta para o feto.

Existe alguma terapêutica para o feto?
Em caso de hipotiroidismo fetal é possível administrar hormona tiroideia à mãe pois esta atravessa a placenta. Assim como na situação oposta, no hipertiroidismo fetal (habitualmente secundário a hipertiroidismo materno por Doença de Graves), é possível tratar com a toma de anti-tiroideus pela mãe pois estes também atravessam a placenta.

Pode o hipotiroidismo neonatal ser transitório?
Por imaturidade no eixo hipófise-tiróide ou por tratamento excessivo da mãe com anti-tiroideus durante a gestação, o recém-nascido pode passar por uma situação transitória de hipotiroidismo. Por vezes há apenas uma menor concentração sérica de T4, uma das hormonas da tiróide, limitada no tempo que não exige tratamento.

A hipotiroxinemia da prematuridade é a disfunção tiroideia mais frequente em recém-nascidos prematuros. Quais as causas e quais os índices de sucesso com uma terapia adequada?
Todos os recém-nascidos com menos de 30 semanas de gestação apresentam uma falta de maturação do eixo hipotálamo-hipófise-tiróide. A tiróide não é estimulada convenientemente para funcionar e surge um hipotiroidismo primário que pode persistir nos primeiros meses de vida exigindo tratamento durante algum tempo. Geralmente, há recuperação total do eixo e é possível parar o tratamento.

Pode o atraso de crescimento intra-uterino ser um sintoma de anomalias tiroideias?
Conforme já referido acima, o atraso no desenvolvimento fetal pode ser um sinal de disfunção tiroideia.

Qual a importância de um maior aporte de iodo na mulher grávida?
O Iodo é uma das matérias-primas para a síntese de hormonas tiroideias. A tiróide fetal e o sistema que normalmente regula a sua função só funcionam em pleno a partir das 20 semanas de gestação. Até lá, o feto depende exclusivamente das hormonas tiroideias maternas. Durante a gravidez, as necessidades de iodo aumentam. Isto porque na gravidez é exigido um esforço acrescido à glândula tiroideia e há um aumento das perdas de iodo pela urina e pela passagem através da placenta para o feto, com eventual risco de carência do iodo necessário para a produção das hormonas tiroideias maternas. Como tal, estima-se que as necessidades de iodo para uma grávida sejam cerca de 25% superiores às da população em geral ou seja, 200g/dia.
Se este aporte for adequado não haverá dificuldade na adaptação a esta nova fase. Se não o for haverá consequências para a mãe (aumento do volume da tiróide) e para o feto (alterações das funções intelectuais).
Um estudo recente realizado no nosso país demonstrou uma carência de iodo importante na população grávida, pelo que a suplementação deve ser recomendada na grávida sem patologia tiroideia. A mulher em idade fértil e com doença conhecida da tiróide deve consultar o seu médico sobre este assunto antes de engravidar.

Que tipo de patologias podem estar associadas às doenças da tiróide?
As doenças da tiróide podem ser alterações da função – hipertiroidismo e hipotiroidismo - ou alterações da estrutura – bócio e nódulos (benignos e malignos). Existem ainda as doenças auto-imunes, causados por anti-corpos dirigidos contra a glândula e que a podem estimular ou destruir, causando alterações da sua função e/ou estrutura.

ide aumenta de tamanho durante a gravidez, quais os sintomas que devem levar a grávida a uma consulta de endocrinologia?
Devido a um maior aporte de sangue à tiróide e ao “esforço” acrescido exigido a esta glândula durante a gravidez, há um aumento de volume da tiróide. Este aumento habitualmente passa despercebido e a tiróide mantém-se ainda dentro das dimensões normais.
Alguns sinais e sintomas que surjam durante a gravidez podem significar doença da tiróide, como: aparecimento de uma tumefacção na região cervical anterior; queixas de cansaço extremo, intolerância ao frio, edemas, queda do cabelo podem significar um défice de hormonas tiroideias; nervosismo excessivo, taquicardia, hipersudorese, perda de peso podem ser devidas a uma hiperfunção da tiróide. Estas queixas são, no entanto, habitualmente inespecíficas e podem estar presentes na gravidez sem que signifiquem uma disfunção da tiróide. Cabe ao médico fazer uma valorização e análise adequadas.

as doenças da tiróide mais comuns nas crianças e adolescentes?
As doenças da tiróide são bastante menos frequentes nas crianças e adolescentes do que na população adulta. A patologia mais frequente é o hipotiroidismo primário (défice na produção das hormonas pela tiróide). Se diagnosticado e tratado convenientemente pode não trazer qualquer consequência para a criança.

Em que difere o hipertiroidismo do hipotiroidismo?
No hipertiroidismo há um excesso de produção de hormonas pela tiróide enquanto que na situação oposta, hipotiroidismo, verifica-se um défice destas hormonas. No hipertiroidismo o metabolismo está acelerado e a pessoa queixa-se de emagrecimento com apetite excessivo, nervosismo, agitação, palpitações, intolerância ao calor, hipersudorese, insónia, diarreia, ...
O hipotiroidismo caracteriza-se por fadiga e aumento do sono, aumento de peso e edemas, cansaço fácil, maior sensibilidade ao frio, pele seca, queda de cabelo, obstipação,...

O que é o bócio?
Uma pessoa apresenta um bócio se o volume da sua glândula tiroideia é superior ao normal.
O bócio é nodular quando a tiróide está aumentada e apresenta nódulos e denomina-se de difuso na ausência destes.

Existe algum tipo de prevenção para as doenças da tiróide?
Algumas doenças da tiróide não podem ser prevenidas. As alterações na morfologia da glândula ou da função que são devidas ao défice de iodo podem ser prevenidas com um aporte suficiente deste elemento essencial à síntese hormonal tiroideia. Alguns fármacos e radiações ionizantes podem também ser responsáveis por uma disfunção tiroideia ou por aparecimento de nódulos e tumores malignos no caso da exposição excessiva à radiação ionizante, que por isso deve ser evitada.

Que conselhos pode deixar aos pais e futuros pais?
Mulheres grávidas, ou que pretendem engravidar, devem fazer um aporte de iodo adequado, pelo que devem consultar o médico assistente. Mulheres grávidas com patologia da tiróide devem ser vigiadas numa consulta de Endocrinologia. Todos os recém-nascidos devem ser submetidos ao teste do Pezinho. Em caso de doença da tiróide diagnosticada no recém-nascido, na criança ou adolescente esta deve ser tratada convenientemente e vigiada numa consulta de Endocrinologia, para que não implique alterações no desenvolvimento, crescimento e aprendizagem.

Sapo Família

Revista Virtual de Fonoaudiologia

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Conheça alguns modelos de Aparelhos Auditivos

Os aparelhos intra-auriculares são feitos sob medida através de um molde do conduto auditivo do usuário. Atualmente no mercado existem quatro estilos de intra-auriculares, cada modelo oferece diferentes vantagens, dependendo do desenho, tamanho e tecnologia.


Microcanal (CIC)
O menor aparelho auditivo disponível, a adaptação do microcanal é interna ao canal, tornando-o quase invisível. Benefícios incluem apelo estético, som mais natural, microfonia reduzida, menos oclusão (” sensação de falar dentro de um barril “), melhoria no uso do telefone e diminuição do ruído de vento. CICs são adaptáveis em pessoas que possuem perda auditiva leve a moderadamente severa.
Intra- Canal
Aparelhos auditivos intra-canais são feitos sob medida para serem adaptados no canal auditivo, tornando-os de difícil visualização. Intra-canais são adaptáveis para pessoas que possuem perda auditiva leve a moderadamente severa.
Meia Concha
Meia concha são feitos sob medida para serem adaptados no ouvido externo, garantindo máxima performance e conforto. Meia concha são indicados para pessoas com perda auditiva leve a profunda.
Concha
Concha são aparelhos feitos sob medida para serem adaptados no ouvido externo, garantindo máxima performance e conforto. São maiores do que os meia concha e são indicados para pessoas com perda auditiva leve a profunda.
Fonte: http://www.ouviufalar.com.br

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Especial recém-nascido


Especial recém-nascido


Saiba tudo o que se está a passar com o seu bebé nesta fase da vida.



O QUE ESTÁ A SENTIR

Quando olha para o seu recém-nascido enquanto o embala, não pode deixar de pensar no quão milagroso é cuidar de um bebé. No entanto, este milagre depressa irá chocar com a sua nova realidade.

Para as mães, é muitas vezes significativa a mudança entre o momento em que sente aquele ser desconhecido pontapear e alongar-se no interior do seu ventre e o seu aparecimento enquanto pessoa totalmente separada e que tanto necessita da sua dedicação e atenção.

Para algumas, o sentimento de ligação é tão forte que quando o bebé está adoentado e chora, também sentem vontade de chorar. Para outras, as alterações hormonais a par da intensidade das emoções e do esforço podem causar uma depressão pós-parto.

Para os pais, a experiência revela-se diferente, mas não menos intensa. Aqui está ela finalmente, aquela pequena pessoa totalmente dependente de si. Poderá sentir um carinho avassalador, como nunca antes, ou um enorme sentido de responsabilidade: como conseguirei cuidar dele?

Como conseguirei mantê-lo em segurança? Poderá ainda sentir insegurança: como devo pegar-lhe ao colo e tranquilizá-lo, ou construir a minha relação com o bebé? Por fim, poderá surgir um sentimento de ciúme associado à quantidade de tempo que o bebé precisa de passar com a sua parceira.

Todas estas emoções – e muitas outras que não referimos – poderão surgir. Acrescente-lhes uma imensa falta de sono e compreenderá porque é tão importante para os novos pais serem pacientes e compreensivos para com eles próprios e um para com o outro.

ESTÁ NA HORA DE COMER

Quando amamenta, está a fazer muito mais do que fornecer alimento ao bebé. Está também a ajudá-lo a sentir-se seguro no mudo que o rodeia.

Se o bebé pudesse falar:
Neste momento, chorar é a melhor forma para mim de comunicar e é por isso que o faço com tanta frequência. Pode ser por ter a fralda suja, por precisar de miminhos ou por ter fome.

E tendo em conta a velocidade com que estou a crescer, o mais provável será mesmo estar com fome. Se achares que tenho fome, toca levemente a minha bochecha e ver-me-ás a virar automaticamente a cabeça e começar a chuchar. Por vezes, preciso de praticar a sucção.

Quando choro de fome e apareces com comida, percebo que consigo comunicar e fazer com que as coisas aconteçam! Adoro sentir-me aconchegado, que olhes para mim e fales baixinho enquanto como.

Adoro sentir-me próximo de ti. Para já, quero receber o que preciso quando preciso. Em breve, irei aprender a esperar um ou dois minutos, mas só o conseguirei se tiver a certeza que virás para tratar de mim.

O que o bebé está a aprender:
Quando satisfaz a fome do bebé, está a ajudá-lo a sentir-se calmo, o que lhe permite concentrar-se brevemente na sua mais importante tarefa – aprender como funciona o mundo à sua volta – olhando para o seu rosto, ouvindo o som da sua voz, sentindo o movimento do embalo.

Quando fala calmamente com ele e acaricia lentamente a sua cabecinha enquanto come, o bebé está a aprender que é amado e que merece ser bem tratado. Começa a entender que pode confiar na mãe e depender dela. Esta lição de confiança estabelece as bases para as relações saudáveis ao longo da sua vida.

Quando ajuda o bebé a perceber que os seus esforços para comunicar são bem sucedidos, também está a ajudar as suas capacidades linguísticas: chora quando tem fome e a mãe aparece, alimenta-o e ele sente-se melhor.

Isto constitui um incentivo para comunicar mais, em primeiro lugar através de gestos e da vocalização e, mais tarde, através das palavras. Também está a ajudá-lo a compreender as causas e os efeitos (choro e a seguir aparece a mãe ou o pai), o que lhe permite criar uma noção acerca do mundo esmagador, e sempre impressionante, que o rodeia.

O que pode fazer:
- Fale com o bebé num tom de voz tranquilizador enquanto o alimenta.
- Acaricie suavemente o seu cabelo e corpo para que possa sentir o poder calmante do toque.

RECONFORTAR O RECÉM-NASCIDO

Quando reconforta o bebé, está a ensinar-lhe que o mundo é um lugar seguro e que alguém se preocupa com os seus sentimentos. Quanto mais satisfeito se sentir, mais energia terá para estabelecer ligações com os outros e para aprender como funciona o mundo à sua volta.

Se o bebé pudesse falar:
Quando choro, nem sempre significa que estou com fome. Por vezes, choro apenas porque acho o mundo que me rodeia assustador. Outras vezes, choro para libertar tensões. A adaptação a este mundo exterior não é tarefa fácil! Sempre que choro, significa que preciso de ti.

Por favor, responde o mais depressa que puderes. À medida que me fores conhecendo, aprenderás a “ler” e a responder aos meus vários apelos, passando por diversas provas e mal-entendidos. Por vezes, nada parece resultar, mas não fico zangado contigo.

Poderei precisar de chorar um pouco para aliviar a pressão. Se o meu choro começar a perturbar-te seriamente – e isso poderá acontecer – podes colocar-me num lugar seguro durante alguns minutos ou pedir a outra pessoa que tente ajudar. Não te esqueças, estamos ambos a adaptar-nos a grandes mudanças na nossa vida.

O que o bebé está a aprender:
Ao responder rapidamente aos apelos do recém-nascido, estará a mostrar-lhe que cuidará sempre dele, e este aprende que consegue comunicar eficazmente. Não se preocupe, não estará a mimá-lo demasiado. Na realidade, vários estudos demonstraram que os bebés que recebem uma resposta rápida e sensível quando choram têm tendência para chorar menos de um modo geral porque aprenderam que recebem sempre o cuidado necessário.

Quando reconforta o bebé, está a ensinar-lhe formas de se acalmar a si próprio. Por exemplo, se os abraços o ajudam a acalmar, mais tarde poderá abraçar-se ao seu objecto de conforto (talvez um urso de peluche) para conseguir adormecer sozinho. Com o passar dos anos, a sua atenção imediata ajudá-lo-á a sentir que consegue confortar-se a si próprio e controlar-se, mesmo em situações de maior tensão.

O que pode fazer:

- Quando o seu bebé lhe “diz” que está perturbado, experimente vários métodos. Verifique se tem fome ou se precisa de arrotar. Veja a fralda. Segure-o em várias posições. Cante ou fale calmamente com ele. Aconchegue-o numa manta de bebé. Leve-o a passear no carrinho ou de carro.

- Aprenda de que forma o bebé gosta de ser reconfortado. Por exemplo, alguns bebés poderão achar opressivo o facto de falar e olhar para ele ao mesmo tempo. Poderá ter de fazer uma coisa de cada vez: olhe para o bebé sem falar, cante para ele sem estabelecer contacto visual.

Compreender os sinais do bebé
Em seguida, apresentamos um quadro com uma descrição do que as crianças aprendem nas diversas fases e do que pode fazer para ajudá-las a desenvolver essas novas capacidades. À medida que for avançando no quadro, deve lembrar-se de que cada bebé é único e que segue um padrão de crescimento e desenvolvimento próprio, ao seu ritmo.

O estabelecimento de uma relação forte e próxima com a mãe constitui a base da sua aprendizagem e do seu crescimento e desenvolvimento saudáveis. Qualquer preocupação relativa ao comportamento ou desenvolvimento do bebé merece atenção. Exponha sempre quaisquer dúvidas ao seu pediatra ou a outro profissional de confiança.

O que bebé necessita acima de tudo
Sabemos que quer dar o seu melhor de modo a ajudar o seu bebé a ter um desenvolvimento saudável. Sabemos ainda que muitos pais estão sobrecarregados com dias muito preenchidos, fazendo com que a ideia de acrescentar actividades extra para estimular o desenvolvimento do seu filho possa simplesmente parecer irrealista.

É este o poder da magia dos momentos diários. Aquilo de que o bebé mais necessita para ser feliz é de si. Nada pode substituir o que a criança aprende enquanto explora o mundo e partilha as suas descobertas durante os momentos do dia-a-dia consigo.

Esperamos que este texto lhe tenha demonstrado que a magia de ser pais não reside em nenhum brinquedo que compra nem no mais recente produto criado para tornar o seu bebé mais esperto. A magia existe na interacção diária com os pais que ajuda a criança a desenvolver capacidades fundamentais – como a confiança, a curiosidade, a colaboração e a comunicação – necessárias para conseguir aprender e ser bem-sucedido ao longo da vida.

O QUE DEVE ESPERAR ENTRE O NASCIMENTO E OS DOIS MESES

Preciso de apoio
A cabeça de um recém-nascido é grande em proporção ao resto do corpo. De facto, até os músculos do pescoço se desenvolverem nas primeiras seis semanas, o bebé não poderia de forma alguma sustentar a cabeça sozinho.

Tanto para ouvir
Os estudos demonstraram que os recém-nascidos são óptimos ouvintes. Por volta do 1º mês, conseguem associar os sons aos seus emissores e o seu som favorito acima de qualquer outro é o som da voz humana.

Tanto para ver
Durante os primeiros 2 meses, o bebé consegue concentrar-se melhor nos objectos que se encontram entre 20 e 30 centímetros dos seus olhos – a distância a que se situa o seu rosto quando está a amamentar.

Agarrar tudo
Os recém-nascidos conseguem exercer bastante força com os punhos, mas não conseguem segurar objectos intencionalmente. Agarram-se às coisas que se coloca nas palmas das suas mãos devido a um reflexo que já possuíam à nascença.

O QUE PODE FAZER

- Certifique-se de que apoia o pescoço e a cabeça sempre que o levantar ou pousar e verifique que o assento do carro e do carrinho de passeio estão colocados num ângulo que impeça a sua cabeça de cair para a frente.

- Ajude o bebé a reforçar os músculos do pescoço praticando jogos que envolvam o movimento dos olhos (e, mais tarde, da cabeça) de um lado para o outro (seguindo o movimento de um objecto) enquanto está sentado com apoio ou deitado de costas. Quando se concentra num brinquedo, desloque-o para trás e para a frente e por cima dele.

- Insista em falar com o bebé acerca de tudo. “Agora, vou tirar essa fraldinha suja”. “O papá está cheio de fome. O que vou comer?”. No entanto, não se esqueça que se o bebé virar a cabeça para o lado quando está a falar, poderá querer dizer “Silêncio, por favor.”

- Esteja atenta aos tipos de sons preferidos do bebé. Alguns recém-nascidos adoram música com fortes batimentos, enquanto outros preferem músicas mais calmas. Não tenha vergonha de cantar. Não interessa se a sua voz está afinada ou não, o bebé irá gostar dela de qualquer forma.

- Segure os brinquedos do bebé dentro do campo de visão ideal e tente encontrar brinquedos com cores contrastantes (preto e branco) e cores vivas.

- Pratiques muitos jogos de acompanhamento de objectos que envolvam deslocar lentamente um objecto de um lado para o outro enquanto fala com o bebé. Se este estiver acordado e atento, segui-lo-á com os olhos.

- Respeite os sinais enviados pelo bebé. Este dir-lhe-á quando necessita de fazer uma pausa virando a cabeça para o lado ou começando a chorar.

- Tente encontrar brinquedos que emitam sons agradáveis quando se mexem. O som irá despertar a atenção do bebé para o brinquedo e para as suas mãos.

- A segurança é uma prioridade absoluta! Certifique-se de que todos os objectos são demasiado grandes para caberem na boca do bebé.

O QUE DEVE ESPERAR DE UM BEBÉ ENTRE OS DOIS MESES E OS QUATRO MESES

Aprendo com as minhas mãos
Por volta dos 3 meses, quando os bebés percebem que as suas mãos fazem parte do seu corpo e que as conseguem controlar, têm o maior prazer em usá-las.

Dentro do meu alcance
Embora os recém-nascidos consigam agarrar os objectos que se coloca nas suas mãos, não começam realmente a tentar alcançar coisas antes de aproximadamente 3 meses, altura em que o fazem com ambas as mãos juntas.

Sempre a palrar
Entre os 3 e os 4 meses, os bebés começam a palrar com entusiasmo, e não o fariam para mais nenhuma outra pessoa que não para si. Irão evoluir das vogais abertas (ó e á) para novos sons e combinações, com os sons P, M, B e D.

O meu sorriso diz tudo
Os primeiros sorrisos do seu bebé (aqueles que reproduz no seu sono) são reacções de reflexo do seu jovem sistema nervoso. No entanto, por volta dos 2 meses, ele tem um sorriso muito especial só para si que reflecte de forma genuína o seu amor por si.

O QUE PODE FAZER

- Dê ao seu bebé a oportunidade de segurar, agarrar, puxar e abanar objectos seguros.

- Assim que o bebé desenvolver o controlo das mãos, será de esperar que leve tudo o que tiver nas mesmas até à boca. Certifique-se de que os objectos que segura estão limpos e de que são demasiado grandes para caberem inteiramente na boca do bebé.

- Deite o bebé sobre as costas e segure um brinquedo de cores vivas sobre o seu peito, ao alcance dos seus braços. Ele adorará tentar agarrá-lo com ambas as mãos e levá-lo até à cara para examiná-lo de mais perto.

- Fale com o bebé enquanto este tenta alcançar os objectos. Incentive-o, mesmo nesta idade, pois adorará saber que os seus esforços são apreciados. - Quando o bebé palra para si, não palre de volta. Fale com ele como se pudesse entender cada uma das suas palavras. Muito antes de pronunciar a sua primeira palavra a sério, já entenderá centenas delas graças a essas conversas precoces.

- Tome especial atenção ao ritmo do palrar do seu bebé. Se palrar e em seguida parar, significa que está à espera da sua resposta. Quando disser algo e depois parar, o bebé dará seguimento. É desta forma que os bebés aprendem a arte de conversar.

- Obviamente, não será necessário dizer-lhe que deve sorrir para o bebé sempre que este sorrir para si! O que podemos dizer é que a troca de sorrisos é a forma de brincar mais precoce e que prepara o terreno para uma vida cheia de relações de afecto.

- Quando lhe apetecer brincar, faça-lhe a vontade. Sopre levemente sobre a sua barriguinha, brinque ao “Cucu!”, emita sons divertidos e espere ver um sorriso desdentado. Se o bebé não estiver com disposição para sorrisos, poderá significar que está na hora do miminho ou de fazer uma sesta.



Conteúdos da responsabilidade de Johnson & Johnson.
As informações contidas nestes conteúdos são para conhecimento geral e não pretendem susbstituir a consulta de um profissional de saúde

Agressividade infantil


Agressividade infantil


Causa ou consequência?



Existem factores familiares e de contexto escolar que intervêm na agressividade infantil, um problema que pode começar desde tenra idade e assumir contornos preocupantes conforme as crianças vão crescendo. A Dr.ª Rita Antunes, psicóloga do desenvolvimento da Clínica Cuf Torres Vedras, ajuda-nos a perceber como se manifesta este problema e de que forma os pais e os professores o podem minimizar.

Quando se pode manifestar a agressividade infantil?
Os comportamentos agressivos na infância podem manifestar-se numa idade precoce. Embora na idade escolar ou seja, a partir dos 6/7 anos, se manifestem e observem um maior número de casos de agressividade, existem também já diversos estudos nomeadamente, a nível internacional, que apontam a idade pré-escolar como uma fase onde poderão já ocorrer este tipo de comportamentos e que se poderão tender a agravar caso se mantenham e consolidem ao longo das várias etapas de desenvolvimento das crianças.
Neste contexto, e para alémda variável agressividade infantil e do factor idade, os pais, educadores e professores deverão estar também particularmente atentos ao contexto em que surge o comportamento agressivo (quais as causas e as consequências do comportamento para a criança), ao meio familiar e ao meio escolar em que a criança se encontra inserida (quais os estilos educativos; quais as dinâmicas e comportamentos familiares; quais os padrões educacionais na escolar). Todas estas variáveis são extremamente importantes para aferirmos tratar-se de um acto isolado de agressividade e que se possa considerar comum à fase de desenvolvimento em que a criança se encontra ou se pelo contrário, se observamos tratar-se de um comportamento intencional, repetitivo e entre crianças onde exista uma relação de desequilíbrio de poder (agressor vs vítima).

Em idade pré-escolar, a criança tende a usar mais a agressividade quanto maior for o desejo de ter controlo sobre o outro e/ou sobre alguma coisa

Nas crianças em idade pré-escolar, quais os sinais de alerta de potenciais jovens agressores?
A idade pré-escolar assume cada vez mais um papel de relevo nomeadamente no que concerne à prevenção de comportamentos agressivos que poderão assumir contornos mais graves ao longo do desenvolvimento infantil.
No entanto, existem comportamentos que são típicos desta fase do desenvolvimento e que não devem ser confundidos com o conceito de agressividade infantil. Até aos 2/3 anos de idade, muitas vezes a criança não consegue verbalizar e explicar as suas angústias e frustrações, pelo que, quando quer chamar a atenção de alguém (como por exemplo, para conseguir o brinquedo com que outra criança está a brincar) poderá assumir uma atitude mais impulsiva e agressiva, tal como puxar, bater ou morder. Mas isso não quer dizer que a criança seja agressiva; pelo contrário, é a maneira que ela encontra para conseguir demonstrar o que quer e/ou o que sente.
Em idade pré-escolar, a criança tende a usar mais a agressividade quanto maior for o desejo de ter controlo sobre o outro e/ou sobre alguma coisa/objecto e uma vez que, não consegue mobilizar outro tipo de recursos, utiliza as mais diversas formas de agressividade directa.
Nestas situações sugere-se ao adulto, sempre que intervenha na situação, que o faça tentando não se demonstrar ansioso ou inseguro pois, poderá causar ainda maior ansiedade na criança. Pelo contrário, deve tentar, de uma forma clara, objectiva, num tom de voz calmo e seguro, demonstrar “como” e “porque” é que o comportamento foi inadequado.
A partir dos 4/6 anos, a criança já se encontra mais disponível para socializar, para se relacionar com outras crianças e então, já é típico observarmos o início da formação de alguns grupinhos de crianças em detrimento de outras, a escolha das mesmas crianças sempre para as mesmas brincadeiras, deixando outras de parte. Denota-se ainda a troca de algumas provocações entre eles e, neste período, os pais e educadores deverão estar mais atentos para que este tipo de comportamento não se replique e consolide pois será muito mais difícil intervir de forma a reajustá-lo mais tarde.

Existem diversos estudos nomeadamente, a nível internacional, que apontam a idade pré-escolar como uma fase onde poderão já ocorrer este tipo de comportamentos

Quais as causas deste comportamento?
Os comportamentos agressivos na infância têm diversas causas sendo considerados multicausais e, acima de tudo, multifactoriais uma vez que, existem inúmeros factores de risco associados. Neste sentido e, para além de todas as suas características individuais da criança (temperamento, impulsividade, ausência de auto-controlo) são de salientar os dois contextos privilegiados durante o desenvolvimento da criança: o contexto familiar e o contexto escolar.
Do ponto de vista do contexto familiar, os estilos, as estratégias educativas e as competências parentais são factores de extrema relevância.
Concretizando, poderemos pensar por exemplo num estilo educativo mais permissivo, em que a criança pela não interiorização de regras e dos limites para os seus comportamentos poderá assumir mais facilmente atitudes impulsivas que quando contrariadas poderão despoletar em comportamentos agressivos (dificuldade em lidar como “não). Em contraponto, poderemos considerar também um contexto socio familiar em que a criança se sinta privada de afectividade (ausência de competências emocionais e afectivas dos progenitores), o que consequentemente aumentará a probabilidade da criança desenvolver dificuldades várias em ser empática, em se conseguir colocar no lugar do outro, assumindo assim mais facilmente o papel de agressor nas diversas interacções sociais.

Do ponto de vista do contexto familiar, os estilos, as estratégias educativas e as competências parentais são factores de extrema relevância

De que forma é que o contexto escolar influi a agressividade?
No contexto escolar devemos considerar igualmente inúmeros factores nomeadamente, a qualidade das interacções com diferentes crianças, a capacidade de adaptação a situações adversas e o tipo de brincadeiras adoptadas durante os recreios. Existem por exemplo, brincadeiras que poderão potenciar a ocorrência de comportamentos mais agressivos e/ou perpetuar a supremacia de uma criança sobre as restantes (aquele que assume sempre a postura de “líder” da brincadeira, do jogo). Por outro lado, poderão ocorrer situações em que o relacionamento com outro colega aumente os seus níveis de irritabilidade e de frustração (por não conseguir alcançar aquilo que quer), propiciando assumir atitudes irreflectidas e de maior agressividade.
Por outro lado, a não supervisão de um adulto (professores, educadores ou auxiliares) para intervir após a ocorrência imediata de um comportamento agressivo (seja dentro da sala de aula, seja no recreio) poderá privilegiar a repetição deste tipo de interacções negativas e agressivas.Na realidade e de acordo com os diversos investigadores da área, no campo da agressividade infantil, são inúmeras as variáveis que interagem entre si influenciando-se mutuamente, podendo nas mais diversas situações aumentar a ocorrência e a incidência de comportamentos agressivos não sendo, por isso, possível considerar-se qualquer tipo de relação causal simples (causa vs efeito; situação “x” vs comportamento agressivo “y”).
Por fime na sequência dos vários exemplos supracitados é ainda de salientar que, a agressividade infantil enquanto uma área de extrema complexidade e relevância ao longo de todo o desenvolvimento infantil, implica indubitavelmente que o caso de cada criança seja analisado individualizadamente, quer pelos pais, quer pelos educadores, professores bem como, por todos os profissionais de saúde envolvidos.

Um dos aspectos mais importantes a trabalhar no caso das vítimas é intervindo na sua auto-estima, os seus níveis de auto-confiança e auto-conceito e as competências relacionais e sociais

Que tipo de intervenção deve existir tanto para quem é vítima como para o agressor?
Um dos aspectos mais importantes a trabalhar no caso das vítimas é intervindo ao nível da auto-estima, da auto-confiança e do auto-conceito e das competências relacionais e sociais. As capacidades de autonomia e de auto-afirmação da criança e o facto de saber que pode falar com os adultos (que pode desabafar e confiar neles) são áreas de intervenção de igual importância.
Deve privilegiar-se também o trabalho com pais e professores/educadores para uma melhor preparação e atenção a possíveis sinais de agressividade infantil ou até mesmo, nos casos de bullying. Na escola, devem privilegiar-se, sobretudo as dinâmicas de grupo dentro das turmas para promover a coesão do grupo bem como, a atribuição de papéis/tarefas de referência antecipando que a criança/jovem conseguirá alcançar os resultados desejados e, investir também em actividades de ocupação de tempos livres em que possam obter sucesso e criar novas relações positivas (teatro, dança, pintura, etc.). No caso dos agressores, é extremamente importante incidir sobre as questões relacionadas com a empatia, trabalhando a capacidade de se colocar no lugar do outro e recorrendo a diversas metodologias como jogos pedagógicos que favorecem as interacções positivas (em casa e/ou na escola) e os trabalhos de grupo para potenciar a criação de um espírito de grupo. Outra área igualmente importante está relacionada a gestão de stress por parte dos agressores e com as dificuldades que demonstram ao serem confrontados com um “não” ou com situações frustrantes (situações em que não consigam alcançar os seus objectivos e em que acabam por perder o auto-controlo, passando mais facilmente à acção).

"No caso dos agressores, é extremamente importante incidir sobre as questões relacionadas com a empatia, trabalhando a capacidade de se colocar no lugar do outro e recorrendo a diversas metodologias como jogos pedagógicos que favorecem as interacções positivas e os trabalhos de grupo para potenciar a criação de um espírito de grupo”

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Agressividade infantil


Agressividade infantil


Causa ou consequência?



Existem factores familiares e de contexto escolar que intervêm na agressividade infantil, um problema que pode começar desde tenra idade e assumir contornos preocupantes conforme as crianças vão crescendo. A Dr.ª Rita Antunes, psicóloga do desenvolvimento da Clínica Cuf Torres Vedras, ajuda-nos a perceber como se manifesta este problema e de que forma os pais e os professores o podem minimizar.

Quando se pode manifestar a agressividade infantil?
Os comportamentos agressivos na infância podem manifestar-se numa idade precoce. Embora na idade escolar ou seja, a partir dos 6/7 anos, se manifestem e observem um maior número de casos de agressividade, existem também já diversos estudos nomeadamente, a nível internacional, que apontam a idade pré-escolar como uma fase onde poderão já ocorrer este tipo de comportamentos e que se poderão tender a agravar caso se mantenham e consolidem ao longo das várias etapas de desenvolvimento das crianças.
Neste contexto, e para alémda variável agressividade infantil e do factor idade, os pais, educadores e professores deverão estar também particularmente atentos ao contexto em que surge o comportamento agressivo (quais as causas e as consequências do comportamento para a criança), ao meio familiar e ao meio escolar em que a criança se encontra inserida (quais os estilos educativos; quais as dinâmicas e comportamentos familiares; quais os padrões educacionais na escolar). Todas estas variáveis são extremamente importantes para aferirmos tratar-se de um acto isolado de agressividade e que se possa considerar comum à fase de desenvolvimento em que a criança se encontra ou se pelo contrário, se observamos tratar-se de um comportamento intencional, repetitivo e entre crianças onde exista uma relação de desequilíbrio de poder (agressor vs vítima).

Em idade pré-escolar, a criança tende a usar mais a agressividade quanto maior for o desejo de ter controlo sobre o outro e/ou sobre alguma coisa

Nas crianças em idade pré-escolar, quais os sinais de alerta de potenciais jovens agressores?
A idade pré-escolar assume cada vez mais um papel de relevo nomeadamente no que concerne à prevenção de comportamentos agressivos que poderão assumir contornos mais graves ao longo do desenvolvimento infantil.
No entanto, existem comportamentos que são típicos desta fase do desenvolvimento e que não devem ser confundidos com o conceito de agressividade infantil. Até aos 2/3 anos de idade, muitas vezes a criança não consegue verbalizar e explicar as suas angústias e frustrações, pelo que, quando quer chamar a atenção de alguém (como por exemplo, para conseguir o brinquedo com que outra criança está a brincar) poderá assumir uma atitude mais impulsiva e agressiva, tal como puxar, bater ou morder. Mas isso não quer dizer que a criança seja agressiva; pelo contrário, é a maneira que ela encontra para conseguir demonstrar o que quer e/ou o que sente.
Em idade pré-escolar, a criança tende a usar mais a agressividade quanto maior for o desejo de ter controlo sobre o outro e/ou sobre alguma coisa/objecto e uma vez que, não consegue mobilizar outro tipo de recursos, utiliza as mais diversas formas de agressividade directa.
Nestas situações sugere-se ao adulto, sempre que intervenha na situação, que o faça tentando não se demonstrar ansioso ou inseguro pois, poderá causar ainda maior ansiedade na criança. Pelo contrário, deve tentar, de uma forma clara, objectiva, num tom de voz calmo e seguro, demonstrar “como” e “porque” é que o comportamento foi inadequado.
A partir dos 4/6 anos, a criança já se encontra mais disponível para socializar, para se relacionar com outras crianças e então, já é típico observarmos o início da formação de alguns grupinhos de crianças em detrimento de outras, a escolha das mesmas crianças sempre para as mesmas brincadeiras, deixando outras de parte. Denota-se ainda a troca de algumas provocações entre eles e, neste período, os pais e educadores deverão estar mais atentos para que este tipo de comportamento não se replique e consolide pois será muito mais difícil intervir de forma a reajustá-lo mais tarde.

Existem diversos estudos nomeadamente, a nível internacional, que apontam a idade pré-escolar como uma fase onde poderão já ocorrer este tipo de comportamentos

Quais as causas deste comportamento?
Os comportamentos agressivos na infância têm diversas causas sendo considerados multicausais e, acima de tudo, multifactoriais uma vez que, existem inúmeros factores de risco associados. Neste sentido e, para além de todas as suas características individuais da criança (temperamento, impulsividade, ausência de auto-controlo) são de salientar os dois contextos privilegiados durante o desenvolvimento da criança: o contexto familiar e o contexto escolar.
Do ponto de vista do contexto familiar, os estilos, as estratégias educativas e as competências parentais são factores de extrema relevância.
Concretizando, poderemos pensar por exemplo num estilo educativo mais permissivo, em que a criança pela não interiorização de regras e dos limites para os seus comportamentos poderá assumir mais facilmente atitudes impulsivas que quando contrariadas poderão despoletar em comportamentos agressivos (dificuldade em lidar como “não). Em contraponto, poderemos considerar também um contexto socio familiar em que a criança se sinta privada de afectividade (ausência de competências emocionais e afectivas dos progenitores), o que consequentemente aumentará a probabilidade da criança desenvolver dificuldades várias em ser empática, em se conseguir colocar no lugar do outro, assumindo assim mais facilmente o papel de agressor nas diversas interacções sociais.

Do ponto de vista do contexto familiar, os estilos, as estratégias educativas e as competências parentais são factores de extrema relevância

De que forma é que o contexto escolar influi a agressividade?
No contexto escolar devemos considerar igualmente inúmeros factores nomeadamente, a qualidade das interacções com diferentes crianças, a capacidade de adaptação a situações adversas e o tipo de brincadeiras adoptadas durante os recreios. Existem por exemplo, brincadeiras que poderão potenciar a ocorrência de comportamentos mais agressivos e/ou perpetuar a supremacia de uma criança sobre as restantes (aquele que assume sempre a postura de “líder” da brincadeira, do jogo). Por outro lado, poderão ocorrer situações em que o relacionamento com outro colega aumente os seus níveis de irritabilidade e de frustração (por não conseguir alcançar aquilo que quer), propiciando assumir atitudes irreflectidas e de maior agressividade.
Por outro lado, a não supervisão de um adulto (professores, educadores ou auxiliares) para intervir após a ocorrência imediata de um comportamento agressivo (seja dentro da sala de aula, seja no recreio) poderá privilegiar a repetição deste tipo de interacções negativas e agressivas.Na realidade e de acordo com os diversos investigadores da área, no campo da agressividade infantil, são inúmeras as variáveis que interagem entre si influenciando-se mutuamente, podendo nas mais diversas situações aumentar a ocorrência e a incidência de comportamentos agressivos não sendo, por isso, possível considerar-se qualquer tipo de relação causal simples (causa vs efeito; situação “x” vs comportamento agressivo “y”).
Por fime na sequência dos vários exemplos supracitados é ainda de salientar que, a agressividade infantil enquanto uma área de extrema complexidade e relevância ao longo de todo o desenvolvimento infantil, implica indubitavelmente que o caso de cada criança seja analisado individualizadamente, quer pelos pais, quer pelos educadores, professores bem como, por todos os profissionais de saúde envolvidos.

Um dos aspectos mais importantes a trabalhar no caso das vítimas é intervindo na sua auto-estima, os seus níveis de auto-confiança e auto-conceito e as competências relacionais e sociais

Que tipo de intervenção deve existir tanto para quem é vítima como para o agressor?
Um dos aspectos mais importantes a trabalhar no caso das vítimas é intervindo ao nível da auto-estima, da auto-confiança e do auto-conceito e das competências relacionais e sociais. As capacidades de autonomia e de auto-afirmação da criança e o facto de saber que pode falar com os adultos (que pode desabafar e confiar neles) são áreas de intervenção de igual importância.
Deve privilegiar-se também o trabalho com pais e professores/educadores para uma melhor preparação e atenção a possíveis sinais de agressividade infantil ou até mesmo, nos casos de bullying. Na escola, devem privilegiar-se, sobretudo as dinâmicas de grupo dentro das turmas para promover a coesão do grupo bem como, a atribuição de papéis/tarefas de referência antecipando que a criança/jovem conseguirá alcançar os resultados desejados e, investir também em actividades de ocupação de tempos livres em que possam obter sucesso e criar novas relações positivas (teatro, dança, pintura, etc.). No caso dos agressores, é extremamente importante incidir sobre as questões relacionadas com a empatia, trabalhando a capacidade de se colocar no lugar do outro e recorrendo a diversas metodologias como jogos pedagógicos que favorecem as interacções positivas (em casa e/ou na escola) e os trabalhos de grupo para potenciar a criação de um espírito de grupo. Outra área igualmente importante está relacionada a gestão de stress por parte dos agressores e com as dificuldades que demonstram ao serem confrontados com um “não” ou com situações frustrantes (situações em que não consigam alcançar os seus objectivos e em que acabam por perder o auto-controlo, passando mais facilmente à acção).

"No caso dos agressores, é extremamente importante incidir sobre as questões relacionadas com a empatia, trabalhando a capacidade de se colocar no lugar do outro e recorrendo a diversas metodologias como jogos pedagógicos que favorecem as interacções positivas e os trabalhos de grupo para potenciar a criação de um espírito de grupo”

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