quinta-feira, 23 de junho de 2011

As crianças e os primeiros “rabiscos”


As crianças e os primeiros “rabiscos”


A importância para o seu desenvolvimento



Os desenhos infantis são considerados como signos e esquemas concretos, através dos quais a criança procura um significado. É através do desenho que a criança comunica, uma vez que o desenho representa aquilo que está a pensar e aquilo que quer dizer, mas que não consegue.

É importante que os adultos, nomeadamente pais e educadores, estejam atentos aos desejos realizados pelas crianças e que sejam capazes de compreender aquilo que elas querem transmitir com esses desenhos. Conforme a criança vai crescendo e desenvolvendo, o tipo de desenho vai variando e, gradualmente, melhorando, passando de rabiscos a desenhos com formas perceptíveis.
Entende-se por desenho uma representação gráfica de um objecto real ou imaginário, ou de uma ideia abstracta. Como se sabe, o desenho é utilizado como forma de comunicação desde a pré-história, quando os homens primitivos utilizavam figuras que desenhavam nas rochas para manifestar as suas ideias e pensamentos. A criança faz precisamente o mesmo. É por volta dos doze meses que esta começa a desenhar, sob a forma de rabiscos ou garatujas, o que lhe dá um enorme prazer e sentimento de liberdade.

“O desenho infantil traduz aquilo que a criança pensa, deseja e sente e, é através dele que a criança se poderá exprimir e comunicar”

Os primeiros desenhos que a criança realiza, os rabiscos ou garatujas, partem de impulsos, ou seja, a criança vai desenhando sem pensar no que está a fazer. Só mais tarde, por volta dos três anos, é que desenvolve e adquire essa capacidade. Os seus primeiros desenhos, as garatujas, são vistos por si como uma acção realizada sobre uma superfície e sente prazer ao verificar os efeitos visuais resultantes dessa sua acção.
O desenho infantil traduz aquilo que a criança pensa, deseja e sente, e é através dele que a criança se poderá exprimir e comunicar, uma vez que, numa fase inicial, não o consegue fazer através da linguagem e da escrita. Ao observarmos o desenho elaborado por uma criança, é possível analisar a sua personalidade, o seu temperamento, bem como as suas necessidades. É igualmente possível descobrir e reconhecer as fases pelas quais a criança está a passar e identificar as suas dificuldades. Isto é possível uma vez que cada traço, cada forma e cada objecto, bem como a cor utilizada e a pressão utilizada ao desenhar têm um significado. No fundo, faz-se uma análise e interpretação do desenho infantil, sendo esta uma forma de conhecer melhor a criança. Muitos psicólogos utilizam o desenho como teste de inteligência e como forma de interpretar comportamentos ou sentimentos manifestados pela criança.
Para além de uma forma de expressão e de comunicação, o desenho é visto pela criança como uma forma de brincar e ainda como a hipótese que ela tem de registar e imprimir tudo aquilo que ela observa à sua volta, ou seja, a realidade.

“Ao observarmos o desenho elaborado por uma criança é possível analisar a sua personalidade, o seu temperamento, bem como as suas necessidades”

Importância do desenho infantil
Visto que o desenho é uma actividade espontânea, este não deverá ser criticado mas, pelo contrário, deve ser elogiado, mesmo na fase inicial. Não podemos descurar o ritmo próprio de cada criança. É fundamental que a criança seja incentivada a desenhar, mesmo que faça apenas rabiscos, porque mais tarde estes evoluirão para formas mais reconhecíveis. Quanto mais a criança desenhar, mais rapidamente se aperfeiçoará e maiores serão os benefícios a nível de desenvolvimento. Neste sentido, o desejo infantil permite que a criança evolua a nível da motricidade fina, da escrita, da criatividade, da exteriorização das emoções e sentimentos, da confiança em si própria e da formação da personalidade. Os pais e educadores deverão facultar à criança o contacto com outros desenhos ou obras de arte e sugerir-lhe que desenhe a partir de diversas observações, como objectos e pessoas. Desta forma, a criança vai poder assimilar diversas informações que lhe permitirão enriquecer o seu grafismo. Não se deve exigir um determinado tipo de desenho, uma vez que este deverá ser livre.

“Visto que o desenho é uma actividade espontânea, este não deverá ser criticado mas, pelo contrário, ser elogiado, mesmo na fase da garatuja”

Evolução do desenho infantil
O desenho marca o desenvolvimento da infância porém, em cada estágio, o desenho assume um carácter próprio. São estes estágios do desenvolvimento que definem maneiras de desenhar que são similares em todas as crianças, apesar das diferenças individuais. O desenho infantil vai, então, tomando formas diferentes conforme o crescimento e desenvolvimento da criança. Em cada fase de desenvolvimento, a criança adquire novas capacidades, contudo cada criança possui o seu ritmo de aprendizagem e, como tal, a evolução do desenho infantil pode variar de criança para criança. O desenvolvimento progressivo do desenho realizado pela criança implica diversas mudanças significativas. Inicialmente, existe uma passagem dos rabiscos para construções ordenadas, começando por aparecer os primeiros símbolos. Posteriormente, a criança já é capaz de representar a realidade através dos seus desenhos.
Entre os doze meses e os dois anos o desenho da criança é representado por rabiscos mas, posteriormente, os traços orientam-se e vão ganhando forma. Os rabiscos apresentam formatos com liberdade e a coordenação do movimento ao desenhar é um pouco desajeitada. A partir dos dois anos, a criança já começa a conseguir segurar o lápis ou a caneta com mais firmeza. Até aqui, experimenta mais do que se exprime, mas por volta dos três anos de idade ela já se exprime através dos desenhos que faz. Nesta fase, ela já consegue dizer aquilo que vai desenhar, ou seja, pensa antes de executar o desenho. Cerca dos quatro anos a criança já consegue utilizar as cores correctas, isto é, já escolhe as cores em função da realidade.

“Quanto mais a criança desenhar, mais rapidamente se aperfeiçoará e maiores serão os benefícios a nível de desenvolvimento”


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