terça-feira, 28 de junho de 2011

Línguas estrangeiras


Línguas estrangeiras


Quanto mais novas forem as crianças, maior é a facilidade de aprendizagem de uma nova língua.



Isto deve-se a factores de ordem biológica e psicológica, uma vez que o ritmo de assimilação se desenvolve com maior eficácia nesta faixa etária, podendo tornar o conhecimento das crianças muito mais sólido.

Texto: Dra. Catarina Leal, psicóloga educacional

Verifica-se cada vez mais no ensino pré-escolar a aprendizagem da língua inglesa, sendo esta uma actividade extra-curricular. Quanto mais cedo se der o contacto por parte das crianças com uma língua diferente, mais facilmente será a aquisição de um vocabulário mais extenso e uma pronúncia mais correcta.

Tendo em conta o mundo actual em que vivemos e perante diversas culturas e pessoas oriundas de todas as partes do mundo, a maioria dos pais concorda que os seus educandos necessitam de aprender uma língua estrangeira, nomeadamente o inglês, para poderem estar inseridos nesta sociedade.

Além disto, face ao mercado de trabalho, é-nos cada vez mais exigido a aquisição de uma segunda língua. Hoje em dia, o acesso à informação está disponível através de diversos veículos de comunicação, em várias línguas.

Mesmo que muitas crianças não tenham a oportunidade de estudar de maneira aprofundada novos idiomas, estas têm acesso às várias línguas, nomeadamente o inglês, através do computador, da televisão, em músicas, filmes e jogos computorizados.

Como se pode verificar, não podemos negar que actualmente vivemos cercados por diversos idiomas, sendo fulcral a aprendizagem de uma segunda língua. Para além disso, a aprendizagem de novos idiomas contribui para uma melhor compreensão e respeito mútuo entre indivíduos de diferentes nacionalidades.

Todas as crianças aprendem novas línguas porque necessitam das mesmas e lembram-se mais facilmente de vocabulário e/ou expressões, uma vez que se deparam com estes em situações do seu dia-a-dia. De facto, pode-se afirmar que as crianças usam todos os seus sentidos para aprender, sendo activas, questionando tudo aquilo que as rodeia e aprendendo ao testar as suas hipóteses acerca do mundo do qual fazem parte.


Aquisição de novos idiomas
Há quem questione qual a idade apropriada para se dar a aprendizagem de uma língua estrangeira. Muitos julgam que, se essa aprendizagem se der demasiado cedo, isso poderá prejudicar a alfabetização da criança e poderá surgir confusão entre palavras semelhantes.

Contudo, na minha opinião, essa aprendizagem deve ser iniciada na primeira infância, ou seja, a partir dos quatro anos de idade, fase em que as crianças começam a apresentar maiores capacidades cognitivas que lhes permitem obter uma maior flexibilidade e plasticidade a nível dos esquemas cerebrais que lhes permite a aquisição de conhecimentos.

Quanto mais precocemente a criança começar a conviver com um segundo idioma, melhor será a sua capacidade de aprendizagem e a sua facilidade de abstracção, o que permitirá uma melhor qualidade de fluência.

Durante a primeira infância, é mais fácil para a criança aplicar correctamente os parâmetros fonológicos e de pronúncia, pois apresentam uma maior predisposição na percepção do som de outra língua. No entanto, só estão aptos para distinguir determinados detalhes mais tarde.

Não se deve ter em conta apenas a faixa etária da criança, mas também há que dar igual relevância ao desenvolvimento pessoal e cultural de cada uma, bem como ao seu nível de desenvolvimento cognitivo, psicológico e social.

Como ensinar novos idiomas na primeira infância
Para as crianças com esta idade, os novos idiomas deverão ser trabalhados de uma forma mais lúdica, de modo a familiarizá-las com a língua estrangeira. No entanto, as habilidades de ler e escrever só serão trabalhadas após a criança ser alfabetizada em português.

Como tal, aqueles que receiam a existência de problemas na aprendizagem de uma segunda língua, não têm motivo para essa preocupação. Exemplo disso, são os filhos de pais com nacionalidades diferentes onde se verifica que não existe interferência na prática dos dois idiomas em simultâneo.

Muitos agentes educativos consideram que a aquisição de conhecimentos não é possível através de actividades lúdicas e dinâmicas, o que considero erróneo.

Na verdade, sobretudo aquando da aquisição de uma nova língua, as crianças adquirem com maior facilidade os conhecimentos quando estes são transmitidos através de brincadeiras, jogos, objectos referenciados e material audiovisual.

Segundo a experiência de quem lecciona uma língua estrangeira a crianças em idade pré-escolar, é fundamental também o recurso a comunicação não verbal, nomeadamente, gestos.

Todos estes elementos são uma fonte de motivação, interesse e divertimento para as crianças. Quando a língua estrangeira é apresentada como forma de diversão, as crianças passam a ser estimuladas e desenvolvem uma excelente capacidade de concentração.


Concluindo…
Familiarizar as crianças a partir dos quatro anos de idade com uma língua estrangeira é construir um caminho comunicativo para que estas, futuramente, sejam capazes de transmitir e assimilar de forma mais perspicaz o conhecimento da sociedade e do mundo em que vive. Esta aprendizagem, quando adquirida desde cedo, permite à criança que esta construa o seu próprio conhecimento, ajudando-a à integração na sociedade actual como um agente transformador e construtor.


DESTAQUES

Quanto mais novas forem as crianças, maior é a facilidade de aprendizagem de uma outra língua

Tendo em conta o mundo actual em que vivemos e perante diversas culturas e pessoas oriundas de todas as partes do mundo, a maioria dos pais concorda que, os seus educandos, necessitam aprender uma língua estrangeira

Essa aprendizagem deve ser iniciada na primeira infância, ou seja, a partir dos quatro anos de idade, fase em que as crianças começam a apresentar maiores capacidades cognitivas que lhes permitem obter uma maior flexibilidade e plasticidade a nível dos esquemas cerebrais

Para as crianças com esta idade, os novos idiomas deverão ser trabalhados de uma forma mais lúdica, de modo a familiarizá-las com a nova língua

Sapo Família

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