terça-feira, 21 de junho de 2011

O desenvolvimento do cérebro da criança



Jaraguá do Sul - Professores, diretores, auxiliares de sala e técnicos em enfermagem participaram da palestra com o professor Rodrigo Sartorio, que falou sobre sobre o desenvolvimento neurológico infantil. A atividade realizada no dia 25 de maio, no auditório do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (Cejas), fez parte da 1ª Parada Pedagógica dos profissionais da educação infantil municipal.
Durante a palestra, o professor abordou a importância das brincadeiras no desenvolvimento do cérebro de uma criança. “Atividades motoras, plásticas e até brincadeiras de “lutinha” ajudam a formar ligações entre os neurônios (células nervosas responsáveis por transportar informações de uma parte do corpo para outra). É importante deixar as crianças brincar de brigar”, alertou Sartorio. De acordo com seus estudos, todo indivíduo que brinca de luta na infância tende a ser menos agressivo na vida adulta. Isso porque aprende a lidar com situações de agressividade.
Outro tema discutido, foi o enorme dano causado ao cérebro de uma criança que sofre negligência, maus-tratos ou abuso sexual. O palestrante explicou que essas crianças não desenvolvem as amídalas (uma pequena parte do cérebro responsável pelas respostas ao medo e à raiva), do mesmo modo como a que que não sofreu a agressão. Em consequência, ficam com um terço do tamanho normal das amídalas.
As possíveis reações ao medo e à raiva, na vida adulta, são apatia ou resposta superior a uma atitude considerada equilibrada. Cerca de um terço dos psicopatas sofrem de amídalas reduzidas. Sartorio também abordou a importância da presença de um homem (pai, avô) na criação de meninas. Estudos indicam que essa carência normalmente traz como consequência o aparecimento precoce da primeira menstruação, da perda da virgindade e da vida reprodutiva.

Alimentos, sol e estímulos são indispensáveis
Para formar bem o cérebro é indispensável que as crianças tenham acesso a alimentos ricos em ômega 3, presente na carne de peixe; e vitamina B12 , presente em folhas verdes. O sol também tem papel fundamental, e atua na fixação da bainha de mielina.
Essa bainha é uma capa de lipídios que reveste parte do neurônio e está diretamente ligada à velocidade com que as informações são transportadas no organismo pelos nervos. Quanto mais velocidade, mais agilidade e capacidade de raciocinar e decidir. “Essas substâncias são tão importantes que estudos mostram que 75% das depressões pós-parto poderiam ser evitadas se as mães tomassem sol e uma cápsula de óleo de peixe”, cita Sartorio.
O estímulo e o elogio devem ser uma constante na vida de um aluno, quando o educador se depara com uma ação seguida de um esforço. Por exemplo, quando um aluno pequeno se esforça para recortar um círculo da forma mais redonda possível. Mesmo que não chegue ao círculo propriamente dito, seu esforço deve ser elogiado, sempre.
O número de sinapses -ou as ligações entre os neurônios, quanto mais melhor- de um neurônio pouco estimulado é 10 mil. Já aquele que recebe estímulos, tem dez vezes mais conexões, ou seja, 100 mil sinapses.
Jornal da Educação

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